FUTURISMO INTERNACIONAL NA INGLATERRA (Londres, 1913-1914).
Marinetti, na sua
cruzada internacional em prol do Futurismo italiano, viajou da Itália
para Londres inúmeras vezes (1910-1914). O italiano proferiu sua primeira
palestra no Lyceum Club for Women (1911): ele preparou longa e
cuidadosamente o terreno para seu movimento triunfar na arte das vanguardas
inglesas. A primeira grandiosa Exposição de Obras dos Pintores Futuristas
Italianos [Exibition of Works by Italian Futurists Painters], ocorreu na Sackville
Gallery (Londres, mar., 1913), apresentando obras de Carlo Carrà, Umberto
Boccioni, Luigi Russolo e Gino Severini, entre outros. O catálogo da mostra
publicou textos dos principais manifestos do grupo, lançados até então.
Pouco depois do advento do Grupo (Internacional) do Imagismo (v.), liderado por Ezra Pound, F. T. Marinetti publicou o documento Arte Inglesa Vital: Manifesto Futurista [Vital English Art: Futurist manifesto], assinado por ele juntamente com o pintor inglês Christopher Nevinson (Christopher Richard Wynne Nevinson, 1889-1946). Esse manifesto foi publicado no jornal The Observer (Londres, 18 mar., 1914) e repetiu a dose, republicado no The Times (07 jun., 1914), e poucos dias depois no Daily Mail. O The Times londrino publicou artigo dedicado aos Futuristas, e, pouco depois, foram publicados c. de 300 artigos na imprensa inglesa, consagrando o movimento somente como sucesso de escândalo. O Futurismo e os Futuristas foram ridicularizados na imprensa inglesa através de inúmeras charges e caricaturas.
A ausência de
adesões dos artistas ingleses ao Futurismo decepcionou Marinetti, que
contava com certo número de presenças entre os convidados para o banquete que
ele organizou no restaurante Florence (18 nov., 1914). Os vanguardistas
locais não compareceram, boicotaram o italiano, que procurou influir com seus
manifestos políticos na entrada da Itália como aliada da Alemanha na Primeira
Guerra Mundial. A oposição ferrenha ao movimento italiano cresceu no seio das
vanguardas inglesas e acabou resultando na organização, por Percy Windham Lewis
e Kate Lechmere no Centro de Arte Rebelde [Rebel Art Center]. Os
artistas ingleses retomaram a idéia de formar comunidade unida, coesa, tomando
como exemplo os Ateliês Ômega [Omega Workshops], de onde emergiram os
principais artistas plásticos que aderiram ao Grupo do Centro de Arte
Rebelde, situado no n. 38 da Great Ormond Street (Londres). Nevinson, que
deveria tornar-se o representante inglês do Futurismo italiano, trocou
de lado e aderiu ao novo grupo liderado por Windham Lewis, que lançou o Vorticismo
(v.), movimento do qual Nevinson assinou o manifesto bem como participou
das principais mostras (Londres, 1914-1915).
O Vorticismo, que foi ajudado por Ezra Pound, amigo de Lewis que havia recentemente implantado o Imagismo na Inglaterra, recebeu forte influência da estética do Futurismo italiano (v. Grupo do Imagismo e Grupo do Vorticismo ou do Vortex Inglês). Na mesma época cresceu a oposição ao escritor italiano, amigo e colega de liceu do futuro ditador Benito Mussolini (Itália, 1922-1944). A campanha contra Marinetti foi apoiada por Ezra Pound, que publicou vários artigos na imprensa da época. No estudo do escritor T. S. Eliot sobre Ezra Pound (1927), citado (HULTEN, et al., 1986), o escritor norte-americano foi reconhecido como tendo sido o principal responsável pelo afastamento do Futurismo italiano da Literatura, bem como das Artes Plásticas inglesas. Pound, que também rejeitou o Cubismo, não permitiu que os movimentos artísticos estrangeiros encontrassem espaço na arte das vanguardas inglesas.
Outro manifesto Futurista
de Marinetti foi publicado na revista Lacerba (Florença, Itália),
traduzido com o título Contra a Arte Inglesa, terminando com palavras
arrogantes que solicitavam o apoio do público inglês ao dito, ...gênio dos
Futuristas ingleses. Nevinson, que era amigo próximo de W. Lewis, com quem
ele abandonou o Grupo dos Ateliês Ômega (1913), quando se associou ao Futurismo
italiano assinando manifesto com Marinetti, provocou a grande crise no Grupo
do Centro de Arte Rebelde, que, pouco depois da primeira mostra, encerrou
as atividades. No entanto, a influência do movimento Futurista italiano
foi sentida nas Artes Aplicadas, na Decoração e na Moda inglesa.
Os italianos declararam Londres a Capital Futurista. A influência do
Futurismo que chegou à arte das vanguardas inglesas não permaneceu,
exceto na obra de um ou outro artista, e assim mesmo durante curto período.
Pouco depois, triunfou como estética dominante a do movimento dito, Pós-Impressionista
(v.), que marcou os círculos intelectuais ingleses avançados, como os do Grupo
Bloomsbury (v.).
A primeira Mostra
Pós-Impressionista e Futurista [Post-Impressionist and Futurist Exibition]
foi organizada pelo escritor e crítico de arte Frank Rutter (Londres, 1913). A
maioria dos artistas convidados participou anteriormente dos Ateliês Ômega [Omega
Workshops], organizados por Roger Fry (1913). Na mostra houve a participação
das pinturas de W. Lewis, F. Etchells, C. Hamilton, C. Nevinson e E. Wadsworth,
entre outros artistas ingleses: foram convidados da exposição outros artistas
das vanguardas européias. As pinturas inglesas foram influenciadas pelos
movimentos internacionais mais avançados da época. Rutter, o curador da mostra,
foi Conservador-Chefe da Galeria de Arte de Leeds e redator da
revista Art News [Notícias das Artes], e tornou-se um dos
críticos de arte mais atuantes e revolucionários de sua geração. Rutter
publicou o livro Arte Revolucionária [Revolucionary Art] (1910), cujo
texto foi reproduzido, parcialmente, no catálogo da primeira mostra citada
acima.
REFERÊNCIAS
SELECIONADAS:
V. FUTURISMO:
http://blogeducativodaperformance.blogspot.com
ENSAIO.
LEMAIRE, G-G. Prolégomènes au Vorticisme: Flux et Reflux en Angleterre. Traduction de Gérard Georges Lemaire. Apud CATÁLOGO. CORK, R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.: LEWIS, W.: McLUHAN, M. :POUND, E.; RODITI, E.: WEST, R.; BRETTE. A. Windham Lewis et le vorticisme. Paris: Centre Georges Pompidou, Ed. Pandora, 1982. (Cahiers pour un temps).
ENSAIO. LEWIS, W. Wyndham Lewis et le vorticisme. Traduction de Thérèse Fossatti. Apud CATÁLOGO. CORK,
R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.: LEWIS, W.: McLUHAN, M. :POUND, E.; RODITI, E.:
WEST, R.; BRETTE. A. Windham
Lewis et le vorticisme.
Paris: Centre Georges Pompidou, Ed. Pandora, 1982. (Cahiers pour un temps).
ENSAIO. LEWIS, W. Vive
le Vortex! Traduction de
Gérard Georges Lemaire. Apud CATÁLOGO. CORK, R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.:
LEWIS, W.: McLUHAN, M. :POUND, E.; RODITI, E.: WEST, R.; BRETTE. A. Windham Lewis et le vorticisme. Paris: Centre Georges Pompidou, Ed. Pandora, 1982.
(Cahiers pour un temps).
Ola gosto das telas de Amedeo Modigliani, mas preciso de maiores informações dessa obra, veja descrição da pintura. Um homem com camisa vermelha e terno marrom, lendo um livro sentado em uma cadeira apoiando o braço na mesa, que esta forrada com toalha verde e com uma porcelana com duas maçãs, atrás dele um quadro com uma mulher pegando mais uma maçã sobre a mesma mesa
ResponderExcluir