quinta-feira, 9 de julho de 2015

BIOGRAFIA: LEWIS, Percy Wyndham (1884-1957).

BIOGRAFIA: LEWIS, Percy Wyndham (1884-1957). O escritor e artista plástico que pertenceu a alta sociedade inglesa, nasceu durante cruzeiro em iate na costa da Nova Inglaterra (Estados Unidos). Lewis foi registrado em Amhearst, mas sua carreira se processou nas vanguardas inglesas. A família de Lewis vivia em Londres; o artista estudou na Escola de Arte Slade (1898-1901). Durante alguns anos o jovem se dedicou a escrever prosa e poesia: seu primeiro sucesso como escritor foi a publicação, através do editor Ford Maddox Ford (1873-1939), o mesmo do início da carreira do poeta norte-americano que vivia em Londres, Ezra Pound (1885-1972), de alguns contos na A Revista Inglesa [The English Review] (1909). Nesse período, Lewis começou a pintar, demonstrando seu interesse pela dita, Arte Negra e pela estética dos artistas do Cubismo francês. Lewis foi atraído pela obra do gravador alemão Albrecht Dürer (1471-1528) e pelas cabeças grotescas, pintadas pelo artista renascentista italiano Leonardo da Vinci (Leonardo di Ser Piero da Vinci, 1452-1519). Lewis optou por dedicar mais de seu tempo à arte desde que a Sra. Strindberg encomendou-lhe murais para decorar o seu Clube Cabaré Futurista, em Londres. A estas se seguiram várias outras encomendas, muitas vindas de artistas de sua geração como as de Sir Jacob Epstein (1880-1959), Spencer Gore (1878-1914) e Charles Ginner (1878-1952). Nesse período as obras de Lewis foram notáveis: suas obras nas artes plásticas foram influenciadas pela Abstração de natureza geométrica, marcada pela fase Cubista das pinturas de Robert Delaunay (1885-1941) e do grupo francês da dita, Seção de Ouro (1911-1914). O artista foi convidado a participar da Mostra Pós-Impressionista e Futurista [Post-Impressionist and Futurist Exibition], organizada por Roger Fry (1866-1934), cujo texto no catálogo foi de autoria do crítico de arte e jornalista Sir Charles Otto Desmond MacCarthy (1877-1952) e ocorreu nas Galerias Doré (Londres, 1910). No ano seguinte as obras pictóricas de Lewis participaram das mostras do Grupo (Britânico) Cidade de Candem [Canden Town Group] (junho e dezembro, 1911). Lewis participou dos Ateliês Ômega [Omega Workshops] (1913), organizados por Fry. Frank Rutter (1876-1937), escritor e Conservador-Chefe da Galeria de Leeds, redator e editor da revista Notícias da Arte [Art News], se tornou um dos mais destacados críticos de arte de sua geração quando lançou seu livro Arte Revolucionária [Revolutionary Art] (1910). Rutter convidou Lewis, entre outros artistas de seu grupo como Frederick Etchells (1886-1973) e Edward Wadsworth (1889-1949) para participarem da segunda Mostra Pós-Impressionista e Futurista [Post-Impressionist and Futurist Exibition], organizada por Fry, mas com sua curadoria. A ilustração de Lewis para a peça de William Shakespeare (batizado em 1583-1616), Timoneiro de Atenas [Timonn of Athens] participou dessa exposição inaugurada nas Galerias Grafton (1913). Lewis e Etchells ficaram muito amigos e viajaram juntos para Dieppe (França); mas, na volta, os artistas participantes dos Ateliês Ômega, liderados por Lewis, acusaram Fry de exploração comercial do talento dos integrantes do grupo e a maior parte deles se retirou dos ateliês (outubro, 1913). Na mostra denominada Exposição do Grupo Cidade de Candem e Outros [The Candem Town Group and Others], Lewis assinou o texto publicado no catálogo da dita, Sala Cubista, que reuniu artistas do grupo a outros destacados nas vanguardas inglesas, nessa exposição realizada em Brighton (1913). No ano seguinte, sempre com a liderança de Lewis, o grupo fundou o Centro de Arte Rebelde [Rebel Art Center] (Londres, março, 1914). O novo grupo assim formado assinou seu primeiro manifesto, dito, Vorticista, publicado na Rajada: Revista do Grande Vortex Inglês [Blast Review of The Great English Vortex], que Kate Lechmere (1887-1976) financiou, Lewis editou e lançou (n. 01, 20 junho; lançado em 2 de julho, 1914; e o dito, Número de Guerra, n. 02, julho, 1915). Os Vorticistas organizaram duas mostras nacionais, sendo a primeira realizada nas Doré Galleries (Londres, 10 junho, 1915) e a segunda na Leicester Gallery (1º agosto, 1916). Obras de Lewis participaram da primeira mostra do Grupo de Londres [The London Group] (1914-1926?), que surgiu da cisão do Grupo Cidade de Candem. A escalada da Primeira Guerra Mundial fez com que Lewis fosse convocado para servir na artilharia: a experiência amadureceu sua arte e serviu de tema para várias de suas obras, inclusive dois murais, sendo o primeiro A Bateria Encurralada [A Battery Shelled], considerada como uma de suas melhores pinturas. No imediato pós-guerra o artista expôs na sua primeira mostra individual, realizada na Galeria Goupil (Londres, 1919). Na primavera do ano seguinte Lewis expôs suas obras com o Grupo X, na Galeria Mansard (Londres, 1920). Na sua primeira fase a obra pictórica de Lewis recebeu a influência da arte das vanguardas francesas, tanto do Cubismo, bem como das obras de seu precursor, Paul Cézanne (1839-1906). Na época da eclosão do movimento do Vorticismo, Lewis juntamente com Helen Saunders (1885-1963), decorou o Salão Vorticista do restaurante A Torre Eiffel (Londres, 1915-1916). Nesse período as obras de Lewis abordaram como tema principal os retratos, que ele pintou de várias personalidades das artes, letras e da melhor sociedade como dos escritores James Joyce (1882-1941), Edith Sitwell (1887-1964) e Ezra Pound (1885-1972), entre outros. Anos depois as obras de Lewis dessa fase foram incluídas na mostra coletiva O Espírito Cubista no seu Tempo [The Cubist Spirit in its Time], realizada na The London Gallery (Londres, 1947). Na ocasião, Lewis expôs suas obras juntamente com as pinturas de Georges Braque (1882-1963), Henri de La Fresnaye (1885-1925), Marcel Duchamp (1887-1968), Juan Gris (1887-1927), Auguste Herbin (1882-1960) e Pablo Picasso (1881-1972), bem como as obras de outros destacados artistas das vanguardas internacionais, sendo Lewis o único pintor representando as vanguardas inglesas. Lewis tornou-se escritor e crítico de arte que atacou com veemência as tradições conservadoras na arte de seu país. Lewis se devotou à literatura: ele publicou seu primeiro romance, Tarr (1918), que mereceu crítica de T. S. Elliot (Thomas Stearns Eliot, 1888-1965), posteriormente agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura; outro artigo da inglesa Rebecca West e o artigo de Ezra Pound sobre essa obra literária de Lewis, traduzido como Crue du Roman (1941), foi publicado traduzido na coletânea Windham Lewis e o Vorticismo (Paris: Centro Georges Pompidou, 1982). Ezra Pound se transformou no principal crítico da obra pictórica e literária de Lewis: ele publicou o artigo A Guerra Vista pelo Pintor [La Guerre vue par le Peintre], publicado inicialmente no jornal A Nação [The Nation] (08 fevereiro, 1919). Vários textos de Lewis como Viva o Vortex!, Manifesto e A Vida é a Coisa Importante, se encontram reproduzidos traduzidos (francês) na coletânea citada (v. abaixo nas Referências Selecionadas). Lewis foi o destaque na mostra intitulada Wyndham Lewis e o Vorticismo [Wyndham Lewis and Vorticism], que homenageou os Vorticistas ingleses, reunindo todos na Galeria Tate (Londres, 1956). A exposição apresentou 150 obras de Lewis associadas à pequena seleção de obras dos outros artistas do grupo, sendo colocado no catálogo que este núcleo participava a fim de fornecer a indicação do efeito do impacto das obras de Lewis sobre seus contemporâneos. Um dos integrantes do Vorticismo, William Roberts (1895-1970) sentiu-se injustiçado e publicou sua diatribe contrária à mostra, instituições e crítica de arte nos seus ditos, Panfletos Vortex (1956). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: BRETTE, A. Formulation d' un groupe rebelle à l' Exposition d' Octobre 1913. Traduction de Thérèze Fossatti. Apud CATÁLOGO. CORK, R.; ELIOT, T. S.; KENNER, H.; LEMAIRE, G-G.; LEWIS, W.; McLUHAN, M.; POUND, E.; RODITI, É.; WEST, R. Windham Lewis et le Vorticisme. Paris: Centre Georges Pompidou, Pandora Ed., 1982, pp. 122-147. (Cahiers Pour un Temps). CATÁLOGO. HULTEN, P. (Org.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., pp. 481, 501-502. CHILVERS, I. A Dictionary of 20th century art. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1998. 670p., p. 258. (Oxford reference). 24 x 16 cm. LEMAIRE, G-G. Prolégomènes au Vorticisme: Flux et Reflux en Angleterre. Traduction de Gérard Georges Lemaire. Apud CATÁLOGO. CORK, R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.: LEWIS, W.: McLUHAN, M. :POUND, E.; RODITI, E.: WEST, R.; BRETTE. A. Windham Lewis et le vorticisme. Paris: Centre Georges Pompidou, Ed. Pandora, 1982, pp. 11-16. (Cahiers pour un temps). LEWIS, W. Wyndham Lewis et le vorticisme. Traduction de Thérèse Fossatti. Apud CATÁLOGO. CORK, R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.: LEWIS, W.: McLUHAN, M. :POUND, E.; RODITI, E.: WEST, R.; BRETTE. A. Windham Lewis et le vorticisme. Paris: Centre Georges Pompidou, Ed. Pandora, 1982, pp. 17-31. (Cahiers pour un temps). LEWIS, W. Vive le Vortex! Traduction de Gérard Georges Lemaire. Apud CATÁLOGO. CORK, R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.: LEWIS, W.: McLUHAN, M. :POUND, E.; RODITI, E.: WEST, R.; BRETTE. A. In Windham Lewis et le vorticisme. Paris: Centre Georges Pompidou, Ed. Pandora, 1982, pp. 31-35. (Cahiers pour un temps). LEWIS, W. La vie est la chose importante. Traduction de Gérard Georges Lemaire. Apud CATÁLOGO. CORK, R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.: LEWIS, W.: McLUHAN, M. :POUND, E.; RODITI, E.: WEST, R.; BRETTE. A. Windham Lewis et le vorticisme. Paris: Centre Georges Pompidou, Ed. Pandora, 1982. (Cahiers pour un temps). PIERRE, J. El futurismo y el dadaísmo. Madrid: Aguilar, 1968, p. 178. POUND, E. La Guerre vue par le peintre Wyndham Lewis. Traduction de Hélène Bokanowski. Apud CATÁLOGO. LEWIS, W., CORK, R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.: LEWIS, W.: McLUHAN, M.:POUND, E.; RODITI, E.: WEST, R.; BRETTE. A. Windham Lewis et le vorticisme. Paris: Centre Georges Pompidou, Pandora, 1982, pp. 98-101. (Cahiers pour un temps). POUND, E. Crue du roman. Traduction de Gérard Georges Lemaire. Apud CATÁLOGO. LEWIS, W., CORK, R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.: LEWIS, W.: McLUHAN, M. :POUND, E.; RODITI, E.: WEST, R.; BRETTE. A. Windham Lewis et le vorticisme.. Paris: Centre Georges Pompidou, Pandora, 1982, pp. 102-115. (Cahiers pour un temps). WEST, R. Tarr. Traduction de Gérard Georges Lemaire. Apud CATÁLOGO. LEWIS, W., CORK, R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.: LEWIS, W.: McLUHAN, M. :POUND, E.; RODITI, E.: WEST, R.; BRETTE. A. Windham Lewis et le vorticisme.. Paris: Centre Georges Pompidou, Pandora, 1982. (Cahiers pour un temps). WEST, Rebecca. Anthologie des Textes Vorticistes de Wyndham Lewis. Les Manifestes: Vive le Vortex! Manifeste. Notre Vortex. La vie est la Chose importante! Futurisme, Magie et Vie. Traduction de Gérard-Georges Lemaire. Apud CATÁLOGO. LEWIS, W., CORK, R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.: LEWIS, W.: McLUHAN, M. :POUND, E.; RODITI, E.: WEST, R.; BRETTE. A. Windham Lewis et le vorticisme.. Paris: Centre Georges Pompidou, Pandora, 1982, pp. 17-41. (Cahiers pour un temps).

Nenhum comentário:

Postar um comentário