domingo, 22 de novembro de 2015

1900-1985 ESCOLA (INTERNACIONAL) DE PARIS; ESCOLA DE PARIS NO BRASIL (Paris, 1900-1940; São Paulo, 1924; Recife - Rio de Janeiro – São Paulo; Rio de Janeiro, 1985).

1900-1985 ESCOLA (INTERNACIONAL) DE PARIS; ESCOLA DE PARIS NO BRASIL (Paris, 1900-1940; São Paulo, 1924; Recife - Rio de Janeiro – São Paulo; Rio de Janeiro, 1985). ] A assim chamada Escola de Paris foi formada por artistas estrangeiros que vieram morar em Paris desde o início do século XX, atraídos pelas diversas instituições dedicadas ao ensino da Arte Moderna. Logo chegou Pablo Picasso (1904): todas as suas obras figurativas desse período estão associadas à dita, Escola de Paris, excluindo a sua fase Cubista. Outros artistas classificados nessa denominação genérica foram o búlgaro Jules Pascin (Jules Mordecai Pincas, 1885-1930), chegou em 1905; Amedeo Modigliani (1884-1920), que, vindo da Itália chegou em 1906; Moise Kisling (1891-1953), polonês; e Marc Chagall (1910-1914), antes de iniciar sua temporada prolongada de volta à Rússia (1914-1922). Os lituanos foram Pinchus Krémegene (1890-1981), Mikhail Kikoine (1892-1968) e Chaim Soutine (1893-1943), que chegaram em 1912; logo depois chegou o japonês Foujita, que adotou o nome de Léonard Foujita (Tsuguharu Foujita, 1886-1968), artista que viveu prolongado período no Brasil. A maioria dos artistas plásticos como Jacques Lipchitz (Chaim Jacob, 1891-1973), Robert Delaunay (1885-1941), Fernand Léger (1881-1955), Henri Laurens (1885-1954), o russo Archipenko (1887-1964), Abraham Mintchine (1898-1931), Philippe Massiason, Kees van Dongen (1877-1968), Léopold Milosierdzi Gottlieb (1883-1934), Eugéne Zak (1884-1926), Juan Gris (1887-1927), Max Band (1900-1974), se associaram ao grupo de intelectuais formado com o poeta Blaise Cendrars (Fréderic Sausser, 1887-1961), o filósofo Mercilas Golberg e o poeta Max Jacob (1876-1946). Todos volteavam em torno de Picasso, que, no começo de carreira viveu na Colméia [La Ruche], construção decadente sita no bairro de Montparnasse. Os artistas, poetas e pintores, viveram a primeira fase de grandes dificuldades econômicas. Picasso morou em estúdio decrépito, que Max Jacob chamou de Barco Lavanderia [Bateau-Lavoir] devido à sua construção de madeira lembrar a forma de barco (v. o Grupo do Barco-Lavanderia). Nesse local foi promovido o banquete em homenagem a Henri, Le Douanier Rousseau (1908), com o comparecimento de Guillaume Apollinaire (1880-1918) e Marie Laurencin (1885-1957), entre vários intelectuais parisienses. Foi viver em Paris outro grupo de artistas estrangeiros, composto principalmente por artistas que emigraram da URSS fugindo do endurecimento do regime russo por Iósif Stalin; foram eles Konstantin Terentchcovitch (1920), André Lanskoy (1902-1976),e Serge Charchoune (1888-1975); Ivan Puni (1894-1956), que passou a chamar-se Jean Pougny (1923); chegaram Serge Poliakoff (1906-1969) e Philippe Massiason (1924); e Joseph Presmane (1926). E, vindo da Bélgica, Georges Vantongerloo (1886-1965); e da Holanda Geer (1898-1971) e Bram van de Velde (1892-1981); da Alemanha Hans Hartung (1904-1989). De origem portuguesa, vinda de sua temporada prolongada no Brasil, Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992) e seu marido húngaro, Arpad Szenes (1897-1985). Oriundos de várias localidades chegaram para vencer em Paris, Victor Vasarely (1908-1997), Nicholas de Stäel, Karel Appel (1921-2006), Asger Jorn (Asger Oluff Jörgensen, 1914-1973), Mário Prassinos (1916-1985), Riopelle (Jean-Paul Riopelle, 1923-2002) e Pierre Alechinsky (1927-). Muitos outros artistas estrangeiros especialmente do leste europeu chegaram à cidade-luz e, no final da década de 1920 participaram do Surrealismo: eles não se inscrevem na Escola de Paris, e sim no Grupo (Internacional) do Surrealismo. Foi Vicente do Rêgo Monteiro (1899-1970), artista brasileiro que vivia em Paris, quem organizou a primeira mostra oficial da Escola de Paris apresentada no Brasil, itinerante a Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. As primeiras obras de artistas franceses em exposição no Brasil foram as que participaram da mostra pioneira realizada no local anexo ao da palestra proferida pelo poeta suíço Blaise Cendrars em São Paulo (1924; v. biografia). Cendrars tornou-se muito amigo de Tarsila do Amaral (1882-1973), que resultou na primeira de muitas viagens do poeta ao Brasil, onde permaneceu durante seis meses (1924). Em São Paulo Cendrars proferiu palestra na Vila Kyrial, moradia de Freitas Valle e reduto dos modernistas paulistas, quando abordou o tema A literatura negra (28 maio, 1924). O poeta também apresentou a sua Conferência – Exposição no Conservatório Musical (São Paulo, 1924). Esta foi a verdadeira primeira mostra da dita, Escola de Paris, no Brasil. As obras das vanguardas francesas foram cedidas pelos colecionadores particulares, Paulo Prado e Olívia Guedes Penteado. Cendrars incluiu na mostra que organizou três pinturas de Tarsila do Amaral, inclusive a sua pintura E.F.C.B., que o público pôde apreciar em conjunto com três obras do lituano Lasar Segall e três de Fernand Léger, uma de Paul Cézanne, outra de Albert Gleizes e outra de Robert Delaunay. Essa exposição recebeu a análise crítica de Cendrars, na palestra que o poeta proferiu no local. O jornal A Gazeta do Comércio anunciou a conferência como O Futurismo em São Paulo: Blaise Cendrars e sua conferência amanhã no Conservatório (11 julho, 1924). E depois Guastini, o diretor do jornal, comentou que foram duas horas de infinito prazer. […] a esta exibição ninguém resistiu […], Mas o jornalista acrescentou vários comentários desabonadores sobre a arte dos vanguardistas, chamando Lasar Segall (189-1956), de impagável Bolchevista, o que o artista judeu jamais foi; o seu comentário sobre a obra de Robert Delaunay (1885-1941) foi a pergunta - "Quem será este?" e de Tarsila comentou que os quadros pareceram-lhe menos grotescos e bem mais compreensíveis, já que davam idéia de pintura que até criança de grupo escolar conseguia realizar. Cendrars recebeu ampla cobertura da imprensa e o jornal Correio Paulistano, na época dirigido por Paulo Menotti del Picchia, elogiou a cultura e a personalidade do suíço, informando que toda a melhor sociedade paulista compareceu ao evento no Conservatório Musical, acabando com a celeuma provocada por certas pessoas, contrárias aos modernistas. Outra significativa mostra da Escola de Paris, que publicou catálogo ilustrado ocorreu no MAM (Rio de Janeiro, 1985). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: DUNOW, E.; LOUDNER, G.; PERLS, K.; TUCHMAN, M. Soutine: Catalogue Raisonné. Werkverzeichnis. Köln: Taschen, 1993. 02 v. 499p; il. color.- inclui cronologia – master bibliografia 25 x 33 cm. CHAMBERS. Biographical Dictionary. Cendrars, Blaise. Londres: Melanie Parry-Chambers-Hanap, 1997, p. 363 HAZAM, F. Nouveau Dictionaire de la Peinture Moderne. Paris: Fernand Hazam, 1963. 416p., ill., pp. 271-273, 324-325. .

Nenhum comentário:

Postar um comentário