domingo, 22 de novembro de 2015

BIOGRAFIA, LANVIN, Jeanne (1867-1946).

BIOGRAFIA, LANVIN, Jeanne (1867-1946). Artista da alta costura francesa, foi a fundadora da Casa de Lanvin, na época em que vestiu a alta sociedade parisiense; as criações da figurinista participaram das mais importantes produções teatrais e cinematográficas de sua época. Lanvin criou os costumes para o balé Jogos [Jeux] apresentado com música de Claude Debussy, coreografia do bailarino Jean Borlin, que dançou com os belos costumes de Lanvin para a companhia dos Balés Suecos [Ballets Suedois] de Rolf de Maré, (Paris, 1920-1924). Lanvin tornou-se amiga de A. Vuilard, e foi amiga do maior artista multimídia das vanguardas francesas, Jean Cocteau. Esta estilista precursora inaugurou a primeira casa de alta costura destinada ao público masculino (1926). Os vestidos de noite de Lanvin, criados para o público feminino foram extremamente elegantes: usando tecidos vaporosos, saias diáfanas e blusas bem pregueadas com formas marcadas, que moldavam o corpo. Uma fotografia de sua criação encontra-se publicada (Montreymonoud, 1995). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: HAGER, B. Les Ballets Suedois. Translated by Ruth Sharman. London: Thames and Hudson, 1990. 303p.: il., algumas color., p. 297. MONTREYNOUD, F.; BADINTER, E. (Pref.); HELFFER, C (Cinema); KLYMAN, L.; PERROT-LANAUD, M.; AUDÉ, F. Le XXe Siécle des Femmes. Paris: Nathan, 1995, p.100.

BIOGRAFIA, LAURENCIN, Marie (1885-1957).

BIOGRAFIA, LAURENCIN, Marie (1885-1957). A artista nasceu e morreu em Paris; de origem modesta, Marie Laurencin estudou no Liceu Lamartine. A futura artista estudou em cursos noturnos de desenho, onde se tornou aluna de M. Quignolot, professor do artista Cubista Georges Braque. Laurencin completou seus estudos de pintura na pouco conhecida Academia Humbert, quando decidiu abraçar a carreira artística. Laurencin passou a escrever poesias, assinando seus escritos como Louise Lalane; a artista foi apresentada à Guillaume Apollinaire e Pablo Picasso; e ao grupo de intelectuais que viviam nos ateliês do Bateau Lavoir (Paris; v., o Grupo do Barco Lavanderia). Laurencin e Apollinaire iniciaram romance, mas a família de Apollinaire ofereceu grande resistência ao casamento dos artistas; o idílio terminou e G. Apollinaire curou sua decepção amorosa com temporada na casa do casal Sonia e Robert Delaunay. Apollinaire tornou-se crítico de arte e escreveu na revista que editou, As Noites de Paris [Les Soirées de Paris] (1912-1914), sua apreciação acerca da arte de Marie Laurencin. Na época de sua ligação com a artista, o pintor primitivo Henri Le Douanier Rousseau, amigo do casal, pintou o retrato de Apollinaire e Laurencin. Laurencin ilustrou com suas Gravuras livros de autores importantes como André Gide: com suas Litografias e Águas Fortes Laurencin ilustrou As Filhas do Vento, do Surrealista René Crevel (1900-1935) e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol (Charles Lutwige Dodgson Carroll, 1832-1898). A artista passou a ser representada pela Galeria de Arte Paul Rosenberg, quando expôs suas obras regularmente (1913-1940). O primeiro quadro vendido de Laurencin foi adquirido pela colecionadora Gertrude Stein (1874-1946), que recebia semanalmente no seu salão cultural elegante, frequentado por artistas e intelectuais franceses, bem como escritores e convidados estrangeiros (1903-1933). Entre os artistas das vanguardas parisienses frequentavam o salão de Stein, P. Picasso, G. Braque e G. Apollinaire, entre outros, como o escritor americano Henry Miller e o músico americano Cole Porter, e o artista plástico Gerald Murphy, quando viveram em Paris (v. o Círculo de Gertrude e Leo Stein). Laurencin foi convidada para executar várias obras cenográficas e figurinos, para vários espetáculos dos Balés Russos, da Companhia Teatral S. P. Diaghilev. Laurencin criou a cenografia e figurinos para O Carnaval dos Bichos [Le Carnival des biches] (1910); somente figurinos para o balé As Núpcias [Les Noces], com cenografia da russa, posteriormente naturalizada francesa, Nataliya Gontcharova (1923). Laurencin criou a cenografia e os figurinos para o balé Os Bichos [Les Biches] (1924), com música de Francis Poulenc, músico do Grupo dos Seis (Paris). Laurencin também criou a cenografia e figurinos para Com quem sonham as jovens, obra teatral encenada na Comédia Francesa (Paris, 1928). Laurencin tornou-se artista culta e sofisticada, que viveu intensamente no meio da vida efervescente das vanguardas francesas. Por ocasião da grande mostra da II Bienal de São Paulo (1953), participou da Sala Especial Cubista a pintura de Marie Laurencin, As duas irmãs (1910, óleo/ tela, 50 cm x 63 cm, coleção de Pierre Roché, Paris). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: CATÁLOGO GERAL. II Bienal do Museu de Arte Moderna. São Paulo: EDIAM, 1a edição, dez., 1953, p. 168. DICIONÁRIO. MAILLARD, R. (Org.). AHSBERY, J.; BIRD, A.; COGNIAT, R.; COURTHION, P.; DORIVAL, B.; ELGAR, F.; FELS, F.; FORMAGGIO, D.; GIEURE, M.; GREY, M.; LASSAIGNE, J.; LÉJARD, A.; LEYMARIE, J.; LINDWALL, B.; LIVENGOOD, E.; MELLQUIST, J.; McEWEN, F.; MEYER, F.; MIDDLETON, M.; MOULIN, R-J.; MULLER, J. É.; POMÈS, M.; RAPSILBER, E. RAYNAL, M.; REWALD, J.; ROCHÉ, H-P.; ROGER-MARX, C.; RONART, D.; SAN LAZARO, G.; SEUPHOR, M.; SOUPAULT, P.; SPAAK, C.; WADIA, B. Dicionário da Pintura Moderna. Tradução de Jacy Monteiro. São Paulo: Hemus, 1981, p. 184. SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989.192p.: Il,.algumas color., 25 x 33 cm, pp. 116, 119, 127, 128, 130.

1900-1985 ESCOLA (INTERNACIONAL) DE PARIS; ESCOLA DE PARIS NO BRASIL (Paris, 1900-1940; São Paulo, 1924; Recife - Rio de Janeiro – São Paulo; Rio de Janeiro, 1985).

1900-1985 ESCOLA (INTERNACIONAL) DE PARIS; ESCOLA DE PARIS NO BRASIL (Paris, 1900-1940; São Paulo, 1924; Recife - Rio de Janeiro – São Paulo; Rio de Janeiro, 1985). ] A assim chamada Escola de Paris foi formada por artistas estrangeiros que vieram morar em Paris desde o início do século XX, atraídos pelas diversas instituições dedicadas ao ensino da Arte Moderna. Logo chegou Pablo Picasso (1904): todas as suas obras figurativas desse período estão associadas à dita, Escola de Paris, excluindo a sua fase Cubista. Outros artistas classificados nessa denominação genérica foram o búlgaro Jules Pascin (Jules Mordecai Pincas, 1885-1930), chegou em 1905; Amedeo Modigliani (1884-1920), que, vindo da Itália chegou em 1906; Moise Kisling (1891-1953), polonês; e Marc Chagall (1910-1914), antes de iniciar sua temporada prolongada de volta à Rússia (1914-1922). Os lituanos foram Pinchus Krémegene (1890-1981), Mikhail Kikoine (1892-1968) e Chaim Soutine (1893-1943), que chegaram em 1912; logo depois chegou o japonês Foujita, que adotou o nome de Léonard Foujita (Tsuguharu Foujita, 1886-1968), artista que viveu prolongado período no Brasil. A maioria dos artistas plásticos como Jacques Lipchitz (Chaim Jacob, 1891-1973), Robert Delaunay (1885-1941), Fernand Léger (1881-1955), Henri Laurens (1885-1954), o russo Archipenko (1887-1964), Abraham Mintchine (1898-1931), Philippe Massiason, Kees van Dongen (1877-1968), Léopold Milosierdzi Gottlieb (1883-1934), Eugéne Zak (1884-1926), Juan Gris (1887-1927), Max Band (1900-1974), se associaram ao grupo de intelectuais formado com o poeta Blaise Cendrars (Fréderic Sausser, 1887-1961), o filósofo Mercilas Golberg e o poeta Max Jacob (1876-1946). Todos volteavam em torno de Picasso, que, no começo de carreira viveu na Colméia [La Ruche], construção decadente sita no bairro de Montparnasse. Os artistas, poetas e pintores, viveram a primeira fase de grandes dificuldades econômicas. Picasso morou em estúdio decrépito, que Max Jacob chamou de Barco Lavanderia [Bateau-Lavoir] devido à sua construção de madeira lembrar a forma de barco (v. o Grupo do Barco-Lavanderia). Nesse local foi promovido o banquete em homenagem a Henri, Le Douanier Rousseau (1908), com o comparecimento de Guillaume Apollinaire (1880-1918) e Marie Laurencin (1885-1957), entre vários intelectuais parisienses. Foi viver em Paris outro grupo de artistas estrangeiros, composto principalmente por artistas que emigraram da URSS fugindo do endurecimento do regime russo por Iósif Stalin; foram eles Konstantin Terentchcovitch (1920), André Lanskoy (1902-1976),e Serge Charchoune (1888-1975); Ivan Puni (1894-1956), que passou a chamar-se Jean Pougny (1923); chegaram Serge Poliakoff (1906-1969) e Philippe Massiason (1924); e Joseph Presmane (1926). E, vindo da Bélgica, Georges Vantongerloo (1886-1965); e da Holanda Geer (1898-1971) e Bram van de Velde (1892-1981); da Alemanha Hans Hartung (1904-1989). De origem portuguesa, vinda de sua temporada prolongada no Brasil, Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992) e seu marido húngaro, Arpad Szenes (1897-1985). Oriundos de várias localidades chegaram para vencer em Paris, Victor Vasarely (1908-1997), Nicholas de Stäel, Karel Appel (1921-2006), Asger Jorn (Asger Oluff Jörgensen, 1914-1973), Mário Prassinos (1916-1985), Riopelle (Jean-Paul Riopelle, 1923-2002) e Pierre Alechinsky (1927-). Muitos outros artistas estrangeiros especialmente do leste europeu chegaram à cidade-luz e, no final da década de 1920 participaram do Surrealismo: eles não se inscrevem na Escola de Paris, e sim no Grupo (Internacional) do Surrealismo. Foi Vicente do Rêgo Monteiro (1899-1970), artista brasileiro que vivia em Paris, quem organizou a primeira mostra oficial da Escola de Paris apresentada no Brasil, itinerante a Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. As primeiras obras de artistas franceses em exposição no Brasil foram as que participaram da mostra pioneira realizada no local anexo ao da palestra proferida pelo poeta suíço Blaise Cendrars em São Paulo (1924; v. biografia). Cendrars tornou-se muito amigo de Tarsila do Amaral (1882-1973), que resultou na primeira de muitas viagens do poeta ao Brasil, onde permaneceu durante seis meses (1924). Em São Paulo Cendrars proferiu palestra na Vila Kyrial, moradia de Freitas Valle e reduto dos modernistas paulistas, quando abordou o tema A literatura negra (28 maio, 1924). O poeta também apresentou a sua Conferência – Exposição no Conservatório Musical (São Paulo, 1924). Esta foi a verdadeira primeira mostra da dita, Escola de Paris, no Brasil. As obras das vanguardas francesas foram cedidas pelos colecionadores particulares, Paulo Prado e Olívia Guedes Penteado. Cendrars incluiu na mostra que organizou três pinturas de Tarsila do Amaral, inclusive a sua pintura E.F.C.B., que o público pôde apreciar em conjunto com três obras do lituano Lasar Segall e três de Fernand Léger, uma de Paul Cézanne, outra de Albert Gleizes e outra de Robert Delaunay. Essa exposição recebeu a análise crítica de Cendrars, na palestra que o poeta proferiu no local. O jornal A Gazeta do Comércio anunciou a conferência como O Futurismo em São Paulo: Blaise Cendrars e sua conferência amanhã no Conservatório (11 julho, 1924). E depois Guastini, o diretor do jornal, comentou que foram duas horas de infinito prazer. […] a esta exibição ninguém resistiu […], Mas o jornalista acrescentou vários comentários desabonadores sobre a arte dos vanguardistas, chamando Lasar Segall (189-1956), de impagável Bolchevista, o que o artista judeu jamais foi; o seu comentário sobre a obra de Robert Delaunay (1885-1941) foi a pergunta - "Quem será este?" e de Tarsila comentou que os quadros pareceram-lhe menos grotescos e bem mais compreensíveis, já que davam idéia de pintura que até criança de grupo escolar conseguia realizar. Cendrars recebeu ampla cobertura da imprensa e o jornal Correio Paulistano, na época dirigido por Paulo Menotti del Picchia, elogiou a cultura e a personalidade do suíço, informando que toda a melhor sociedade paulista compareceu ao evento no Conservatório Musical, acabando com a celeuma provocada por certas pessoas, contrárias aos modernistas. Outra significativa mostra da Escola de Paris, que publicou catálogo ilustrado ocorreu no MAM (Rio de Janeiro, 1985). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: DUNOW, E.; LOUDNER, G.; PERLS, K.; TUCHMAN, M. Soutine: Catalogue Raisonné. Werkverzeichnis. Köln: Taschen, 1993. 02 v. 499p; il. color.- inclui cronologia – master bibliografia 25 x 33 cm. CHAMBERS. Biographical Dictionary. Cendrars, Blaise. Londres: Melanie Parry-Chambers-Hanap, 1997, p. 363 HAZAM, F. Nouveau Dictionaire de la Peinture Moderne. Paris: Fernand Hazam, 1963. 416p., ill., pp. 271-273, 324-325. .

1937 EXPOSIÇÃO UNIVERSAL (Paris, França).

1937 EXPOSIÇÃO UNIVERSAL (Paris, França). Essa mostra parisiense mostrou a extrema competitividade das grandes nações no campo cultural, quando houve o verdadeiro enfrentamento, que antecipava seus preparativos para a Segunda Gurerra Mundial. Esta mostra foi objeto da análise e exposição na Arte e poder: Europa sob ditadores, 1930-1945 [Art and Power: Europe Under the Dictators, 1930-1945], que foi a 23ª Exposição do Conselho da Europa, a última da série das mostras itinerantes a diferentes cidades européias desde a Segunda Guerra Mundial. Esta foi a segunda mostra devotada ao século XX e sucedeu à exposição Tendências da Década de 1920 (Berlim, 1977). Essa importante exposição, inaugurada nas Galerias Hayard (Londres), foi itinerante ao Centro de Cultura Contemporânea (Barcelona) e ao Museu Histórico (Berlim, 1996). Meio século após a Segunda Guerra Mundial, podemos lançar nosso olhar e visualizar como a arte, entre 1930-1945, influenciou de modo irreversível o mundo no qual vivemos hoje. Os regimes totalitários de Hitler, Stalin e Mussolini subverteram e usaram a Arquitetura, a Arte e o Cinema como meios de propaganda dos seus regimes (v. Arte Totalitária). A exposição citada se formou a partir da Exposição Universal (Paris, 1937), quando o pavilhão de cada país declarou seu verdadeiro credo. O Pavilhão Alemão de Speer, foi encimado pela águia Prussiana: na frente se situou o Pavilhão Soviético de Iofan, encimado pela escultura de Vera Mukhina, antiga aluna de Bourdelle (v. Grupo): O trabalhador industrial e a jovem da fazenda coletiva, obra que, no modelo reduzido, esteve no Brasil participando da exposição 500 anos de Arte Russa, na Oca do parque do Ibirapuera (São Paulo, 2002). O pavilhão espanhol, desenhado pelo arquiteto catalão José Maria Sert, abrigou Gurnica, de Pablo Picasso, que esteve no Brasil na VI Bienal Internacional do Museu de Arte Moderna (São Paulo, 1963), enquanto que os artistas promovidos pela ditadura franquista foram mostrados no Pavilhão do Vaticano. A arte espanhola também foi mostrada na exposição Arte e poder: Europa sob ditadores, 1930-1945 como os estudos para Guernica (Picasso), a Premonição da Guerra Civil (Dali), a trágica Natureza morta de (Miró) e Montserrat, de Júlio Gonzalez, professor de escultura de P. Picasso (1937). Muitas dessas obras citadas pertencem ao acervo do Museo Nacional Reina Sofia (Madri).

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

1912-1932-TÉCNICAS NA ARTE (INTERNACIONAL): COLAGEM (Paris, 1912-1921; Milão.1910-1944; Moscou, 1922-1932).

TÉCNICAS NA ARTE (INTERNACIONAL): COLAGEM (Paris, 1912-1921; Milão.1910-1944; Moscou, 1922-1932). O procedimento técnico da Colagem [Collage] começou na arte das vanguardas ocidentais com a obra O Sonho (Paris, 1908), de Pablo Picasso, que colou um pedaço de caixa de papelão com o logotipo dos Magazins du Louvre, retocados nas laterais com guache branca, deixando visíveis as palavras Louvre, Paris. (Taylor, 2004: 06). A colagem mais conhecida de Picasso é sua obra Cubista, quando ele colocou pedaço de oleado reproduzindo a palhinha de uma cadeira, colado sobre a tela de sua obra À la chaise canée [À cadeira de palhinha] (1912). Picasso percebeu logo que ali estava a solução estética e saída original para a sua evolução pictórica Cubista. Desta forma, ele prosseguiu colando nas suas telas materiais descartados como papel impresso de rótulos de bebidas (Vieux Marc, por ex.), papelão, galões de passamanaria, entre outros materiais inusitados, até então nunca integrados à arte de vanguarda. Os Futuristas italianos receberam a influência das colagens de P. Picasso e empregaram logo a Colagem nas suas obras: Boccioni colou pedaços de jornais nas obras Dinamismo da cabeça de um homem (1914) e Carga de lanceiros (1915), esta realizada um ano antes dele morrer na I Guerra Mundial (1916). Outro artista Futurista precursor, que integrou lantejoulas coladas à sua pintura foi o italiano Gino Severini, que viveu a maior parte da vida em Paris. O artista começou integrando a Colagem às Artes Gráficas e Pintura, antes de integrá-las às técnicas mistas sobre tela. A obra de Severini Natureza morta com caixa de fósforos foi executada no mesmo ano em que o artista começou a sua conhecida sequência de Dançarinas [Danseuses], nas quais colou lantejoulas e aplicou gesso. Em outras obras o artista colou bijouterias, bigodes e tecidos como no Retrato de Marinetti e no Retrato de Paul Fort. Em outras obras Severini inseriu metal e lantejoulas como na Dança do urso = veleiros e jarro de flores (1913); e folhas de jornal na Natureza-Morta (garrafa, jarro, jornal e mesa, 1914). Várias das colagens de Severini foram perdidas ou destruídas, mas posteriormente, algumas Colagens que amadureceram nas obras do italiano foram mostradas nas revisões críticas do Futurismo e do Cubismo, entre outras. Outros Futuristas como Ardengo Soffici e Carlo Carrà também executaram seus Papéis colados [Papiers Collés]. Entre as obras de Soffici se destacam Pouca velocidade e Composição com garrafa verde. Na obra de Carrà se destacam as colagens Garrafa e copo, Natureza-Morta com sifão, café nos arredores, e Celebração patriótica, entre outras. O italiano Enrico Baj, mais conhecido como mentor do Grupo do Movimento Nuclear (1950-), colou pesadas passamanarias e acabamentos têxteis na sua obra pictórica, sem obter resultado plástico de qualidade superior como o dos primeiros vanguardistas Cubistas, entre outros. Outro artista Futurista que realizou colagens foi Vinício Paladini. O artista russo David Kakabadze (1890-1952), durante os anos em que viveu em Paris (1919-1926), foi atraído pelo que chamou de Pintura Subjetiva: ele dedicou-se a técnica da Colagem usando ocasionalmente nas obras pictóricas acréscimos de espelhos e metal, entre outros materiais como vidro colorido de vitral associado à tinta. Na verdade, esse foi o desenvolvimento pessoal da Colagem no Cubismo (v.), escola pela qual o georgiano foi influenciado. A técnica da Colagem se sofisticou, devido à popularização da Fotografia: as colagens que empregaram fotografias recortadas e coladas sobre papel, associadas a outras técnicas, foram chamadas de Fotomontagens, mas, em essência, essas obras continuaram sendo colagens. Os Dadaístas alemães se utilizaram da técnica inovadora da Colagem e, principalmente da Fotomontagem (v. Técnicas na Arte: Fotomontagem no Dadaísmo alemão), registrada em centenas de obras do mais ativo deles, John Heartfield, irmão de Wieland Herzefeld da Editora Malik [Malik Verlag] (v.). Outro dadaísta, Raoul Hausmann, iniciou suas colagens com a Composição Abstrata (1918), que se encontra reproduzida (Taylor, 2004: 36). O alemão que se auto-proclamou antidadaísta, Kurt Schwitters, executou extensa obra na técnica de Colagem na estética Dadá, todas de pequenas dimensões, embora pertencentes ao movimento do qual ele foi o mentor, do dito, Grupo Anti-Dadá-Merz (v.). Entre as obras na técnica de colagem de Schwitters, que nunca usou a fotografia recortada e colada, citamos Abstração 09 a Gravata Borboleta (1918), O Trabalhador (1919), Merz 19 (1920), Merz 151 (1921) e Formas no Espaço (1920), todas reproduzidas (Taylor, 2004: 44-47), sendo que várias obras na técnica de colagem de Schwitters estiveram com seus originais expostos na mostra individual do artista realizada na Pinacoteca do Estado (São Paulo, 2004). Max Ernst, artista do Grupo da Associação dos Artistas Radicais de Colônia (v.), publicou o álbum com oito litografias, encomenda da cidade de Colônia, intitulado Fiat Modes (1919). Max Ernst foi o primeiro do grupo a expor suas obras em Paris: ele enviou 48 colagens diferentes, adaptação criativa da técnica Dadaísta que consistia na apropriação do desenho publicitário, todos do século anterior, o XIX. Nessa época os anúncios não empregavam fotografias, eram desenhados; e, quase sempre, os desenhos escolhidos por Ernst reproduziam máquinas ou instrumentos científicos, óticos ou similares, que ele colava sobre papel grosso, completava com desenhos e depois associava a outras gravuras coladas, obtendo misturas gráficas totalmente inusitadas. Citamos algumas de suas Colagens como Aparatos Físicos da Biblioteca Pedagógica (1914), Fruto de Longa Experiência (1919), A Pequena Máquina Construída por Minimax-Dadamax Ernst (1919-1920), e a mini-colagem com imagens invertidas, O Cisne está Muito Pacífico (08 cm, 1920), todas reproduzidas (Taylor, 2004). As Colagens de M. Ernst foram celebradas pelo grupo de André Breton, encarregado da montagem da mostra individual do artista realizada na Galeria Au Sans Pareil, situada na avenida Kléber. O futuro Grupo do Surrealismo (Paris, 1924-1966; v.) ficou entusiasmado com o sentido revolucionário das obras de Ernst, que expunham ligações inconscientes valorizadas desde então pelos teóricos, escritores e futuros artistas do grupo francês. Os dadaístas parisienses apresentaram performances provocantes na inauguração, pois André Breton acendeu fósforos continuamente, Soupault e Tristan Tzara brincaram de esconde-esconde, Jacques Rigaut contou os automóveis que passavam, Aragon produziu sons onomatopaicos e outros dadaístas recitaram aforismos ilícitos (Paris, maio, 1921). Ernst não pode comparecer, na época em que Tzara, a pedido de Breton, trouxe o Dadaísmo de Zurique para Paris (1920-1923). Dadamax Ernst criou muitas colagens com Hans Arp, um dos mais destacados artistas do grupo Dadaísta, embora o mais discreto; e este conjunto de obras foi intitulado Fatagaga ou Fabricação de quadros gazométricos garantidos [Fabricacion de Tableaux Garantis Gazometriques]. Três obras de Max Ernst, Aqui tudo está flutuando [Hier ist alles in der Schwebe] (Colagem de gravuras fotográficas e lápis, 10,5 cm x 12,2 cm, no acervo do MoMA, Nova York); o Autoretrato ou A imortalidade de Buonarotti [L´Immortalité de Buonarotti] (c. 1920, fotomontagem, 17,5 cm x 11,5 cm, coleção Arnold H. Crane, Chicago); e o Massacre dos inocentes [Massacre des innocents] (1921, colagem, 21,5 cm x 29 cm, coleção particular, Chicago), reproduzidas (Ades, 1978: 118). No Grupo (Parisiense) do Surrealismo Internacional Max Ernst se tornou verdadeira revelação, reconhecido mundialmente entre os mais proeminentes artistas. Ernst, que foi viver na cidade-luz, foi convidado a participar das sucessivas publicações editadas pelos Surrealistas. Ernst ilustrou vários livros de poetas como o de Paul Éluard, entre outros e participou com textos e ilustrações realizadas com Colagens para várias das revistas de André Breton e Tristan Tzara (v.). Ernst lançou vários Livros de Artista, como História Natural (Paris, 1926); Mulher de 100 cabeças (1929), ilustrado com 50 prelúdios musicais de George Antheil, posteriormente dançados por Martha Graham (Nova York, 1930). Outro livro na técnica de Colagem de Ernst foi o Sonho da jovem que queria entrar para o Carmelo, ilustrado com suas colagens eróticas e criativas; e Uma Semana de Bondade [Une Semaine de Bonté], esta apresentada na mostra Max Ernst: Uma Semana de Bondade – Collages Originais – no MASP (23 de abril, 2010). Breton encontrou nas Colagens de Ernst o que, sem saber, buscava: imagens instigantes emanadas do inconsciente, criatividade, cultura, inteligência investigativa e o inconsciente liberado através da arte. ADES (1978: 54) reproduziu a colagem do artista ítalo-americano Joseph Stella, Gráfica [Graph] (c. 1920, colagem, 31,8 cm x 24,10 cm, na coleção de M. & Mrs. Edward R. Hudson Jr.) e a obra do Grupo dos Dadaístas em Colônia (v.) Johannes Baader e Raoul Hausmann, Colagem sobre um cartaz [Collage sur un affiche] (c. 1919-1920, colagem sobre cartão, 50 cm x 30,8 cm, coleção particular, Milão) (Ades, 1978: 90). Baader também realizou seu Livro de Artista autobiográfico, quase todo executado na técnica de colagem. Outras colagens dodadaísta de Colônia, Johannes Baargeld, tornaram-se reuniões de objetos, nomeadas três décadas depois de Assemblages, como sua Plástica Dadá-Drama, paródia da Torre de Vladimir Tatlin, sua revolução arquitetônica mundial com Penthouse no último pavimento, fotografia reproduzida (Taylor, 2004: 53). Outras colagens foram desenvolvidas por artistas do Construtivismo soviético que emigraram, como Naum Gabo, seu irmão Anton Pvesner, El Lissitzky, associados a Lajos Kassak, que ilustraram a publicação Ma [Hoje] (Budapeste-Viena, 1919-1925), entre outras revistas ilustradas com colagens e fotomontagens como Zenit (Belgrado, 1921-1926), Dada-Jazz (Zagreb, 1922), como a Mecano (Haia, 1922-1925), de Théo van Doesburg, ou G (Berlim, 1923-1924), de El Lissitzky. A Colagem Dada Descartes (1926, colagem, 24 cm x 17, 5 cm, coleção particular, Milão), de Lajos Kassak, entre outras, se encontra reproduzida (Ades, 1978). Marcantes foram colagens dos artistas do Cubismo (v. as técnicas de Descolagem e Fotomontagem). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: \ Ades, D., Sylvester, D., Cowling, E. Cowling. (Orgs.). (1978). Dada and Surrealism Reviewed. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, pp. 54, 90, 96, 100, 118. Hulten, P. (Org.). (1986). Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, pp. 454-455, 541. Barr, A. (1986). Cubism and Abstract Art. Harvard: The Belknap Press - Harvard University Press. 2nd ed. New York: Museum of Modern Art, p. 219. Cachin, F., Minervino, F. (Orgs.). Tout l'Oeuvre peint de Picasso, 1907-1917. Paris: Flammarion, 1977, pp. 83, 86-87, 101, 102, 528, 529, 530, 781, 892-895. Gaunt, W. Los Surrealistas. Barcelona: Labor, 1973, p. 95. Néret, G. (1988). 30 ans d'Art Moderne. Fribourg: Office du Livre, p. 245. Rodrigue-Aguilera, C. (1975). Picasso de Barcelona. Paris: Cercle d'Art - Marrast, p. 216. Taylor, B. (2004). Collage, the Making of Modern Art. London: Thames & Hudson, pp. 06-09, 30-35.

domingo, 1 de novembro de 2015

1930-1940 ARTE INTERNACIONAL DO RÁDIO (Europa).

1930-1940 ARTE INTERNACIONAL DO RÁDIO (Europa). A tecnologia da Fotografia antecipou seu alcance mundial por quase um século, antes da tecnologia sonora se tornar mais conhecida e utilizada. A década de 1930 inaugurou mundialmente a Arte do Rádio, que transformou e quase apagou da memória a Arte Sonora ou Arte Ruidista (v.), de Luigi Russolo(1885-1947). No Futurismo italiano, além da repercussão do primeiro manifesto de L. Russolo, repercutiu o Manifesto Futurista do Rádio, lançado por F. T. Marinetti e Pino Masnata (1933). No entanto, no decorrer do século XX, Russolo permaneceu como fonte de inspiração para muitos pesquisadores do som, pois apresentou concertos com o instrumento que ele inventou e patenteou em vários países, o Entoarumor [Intonarumori] (Hulten, 1986). A partir da década de 1950 o músico norte-americano John Cage, que foi um dos primeiros pesquisadores do ruído e do silêncio, alicerçou suas pesquisas nas do italiano Russolo. A era do rádio exerceu imensa fascinação: foi manifestação tecnológica que abriu as fronteiras da vida, principalmente da européia. Na Alemanha, essa invenção foi apropriada pelos nazistas, com seu dito, Receptor do Povo [Volksempfäanger], que se transformou em instrumento fundamental de propaganda do regime. O mesmo foi feito pelo ditador brasileiro Getúlio Vargas, que instalou um alto-falante em cada praça principal das cidades interioranas brasileiras, com o mesmo propósito, de propaganda institucionalizada de seu governo ditatorial. A partir do começo da década de 1920 existiam no mundo c. de 2.000.000 de aparelhos de rádio e muitos mais ouvintes de rádio (1923). O rádio se tornou tema de pinturas, muito presente no movimento alemão da Nova Objetividade [Neue Sachlichkeit] (1925-1933). Vários artistas retrataram a si mesmos como ouvintes de rádio: uma das pinturas mais marcantes foi a de Kurt Weinhold (1896-1965), Homem com Rádio (Homo Sapiens) [Mann mit radio (Homo Sapiens)], na qual ele se retratou nu, sentado em uma cadeira, fumando charuto e ouvindo com fones de ouvido um rádio primitivo (1929, óleo tela, 121 cm x 90 cm, Galeria Schlichtenmaier, Grafenou, Alemanha), que se encontra reproduzida (Michalski, 2003: 158). Outros artistas do mesmo movimento como Max Radler (1904-1971), Kurt Gunter (1893-1955) e Max Akermann, entre outros, também retrataram os primeiros ouvintes de rádio. De Radler foi marcante o quadro Ouvinte de radio [Radiohörer] (1930, óleo tela, 63 cm x 49 cm, no acervo da Sttätische Galerie im Lenbachhaus, Munique); e de Gunther, Ouvinte de Radio [Radionist] (1927, têmpera, madeira, 55 cm x 49 cm, no acervo do Staatliche Museen zu Berlin, Nationalgaleria, Berlim), ambos reproduzidos (Michalski, 2003: 178). No final da década de 1920 o diretor teatral Erwin Piscator (1893-1966), encenou a peça Hoppla, wir Leben, de Ernst Toller (1893-1939), quando reproduziu-se o som de avião voando através do rádio (Berlim, 1927). MICHALSKI (2003), pp. 158-159, 175-178.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

1929-1936 GRUPO INTERNACIONAL DOS A. r. - ARTISTAS REVOLUCIONÁRIOS (Lodz, Polônia; Paris, França, 1931-1936).

1929-1936 GRUPO INTERNACIONAL DOS A. r. - ARTISTAS REVOLUCIONÁRIOS (Lodz, Polônia; Paris, França, 1931-1936). Destaques: STRZHEMINSKI, Wladislaw e Katarzyna KOBRO. O Grupo do Unismo [Unizm] (1927-1929) formou-se com o artista russo Wladislaw Strzheminski (1893-1958), sua esposa Katarzyna Kobro (1898-1951) e o artista polonês Henryk Stazewsky (1894-1988), entre outros. Anteriormente Strzeminski organizou o Grupo dos Oito [Blok] (1924-1926) e o Grupo Praesens (1926-1929). Quando o Praensens perdeu-se nas disputas internas, Strzheminski, associado ao escritor, ensaísta, poeta e tradutor da vanguarda polonesa da Cracóvia, Julian Przybos (1901-1970), que vivia em Cieszyn, e ao poeta Jan Brzekowski (1903-1983), que vivia em Paris, formou o Grupo Internacional dos A. r. (Artistas revolucionários). Esses associados citados participaram da revista criada por artistas e poetas, a Zwrotnica (Cracóvia). Nessa época Strzheminski e Kobro viviam em Koluszki (1929-1931): quando eles se radicaram em Lódz, declararam a cidade polonesa como sede oficial do Grupo dos A. r. (Artistas revolucionários). Este grupo multimídia não organizou mostras coletivas de arte, mas suas obras participaram de inúmeras exposições coletivas na Polônia, várias organizadas no Instituto de Arte e Propaganda de Varsóvia, além de várias mostras no exterior. Brzekowski, que vivia em Paris, associado à artista polonesa Wanda Chodasiewsky-Grabowska, mais conhecida como Wanda Grabowska (1904-1983), associada ao Grupo (Internacional) Círculo e Quadrado [Cercle et Carré] (Paris, 1929-1931), foi participante da edição e publicação da revista L’Art Contemporain [A Arte Contemporânea]. Esta publicação divulgou os artistas poloneses do Grupo dos A. r. e os artistas multimídia internacionais Jean (Hans) Arp (1886-1966), Michel Seuphor (1901-1999), Théo van Doesburg (1882-1931), Ferrnand Léger (1881-1955); Max Ernst (1891-1976, participante do Surrealismo: Paris, 1924-1966), e o francês organizador do Grupo do Purismo (Paris, 1925), Amedée Ozenfant (1886-1966); o artista italiano participante do Futurismo, Enrico Prampolini (1894-1956), todos expoentes do Grupo (Internacional) Círculo e Quadrado [Cercle et Carré] (Paris, 1929-1931). Outras publicações associadas ao Grupo A. r. foram as revistas Europa e Linea [Linha]. Os artistas lançaram dois manifestos, sendo o segundo publicado em folheto de quatro folhas (1932). A última publicação associada ao Grupo A. r, ocorreu posteriormente, marcou a data do encerramento das atividades desse grupo (1936). O maior mérito do Grupo (Internacional) dos A. r. (Artistas revolucionários), entretanto, foi amealhar coleção de arte das vanguardas européias, entre outras doadas por artistas poloneses, sendo 21 obras angariadas por Stazewski em Paris. Várias dessas obras participaram de mostra coletiva organizada no Museu Municipal de História e Arte (Lódz, Polônia, 1928). Essa coleção continuou recebendo doações internacionais, transferidas para o Museu de Lodz (1929-1931), no total de 111 obras da nata das vanguardas européias existentes no acervo da instituição (1936-). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ENSAIO. MILNER, John. Arte, Guerra y Revolucion. Apud CATÁLOGO. LODDER, C., MILNER, J.; BASNER, E.; DJAFÁROVA, S. (Biogr.). La Vanguardia Rusa, 1905-1925 en Las colecciones de los Museos Rusos. Madrid: Fundación Central Hispano, Fondación ELF, 1993. 295p.: il., color. RAGON, M. Journal de l´Art Abstrait. Genève: Skira, 1992. 163p: il., p. 36. a. r. Group. (Revolutionary Artists, 1929-1936). GLINSKI, Mikolaj. December 9, 2013. Retrieved from: http://culture.pl/en/artist/ar-group Acessed in October 28, 2014.

sábado, 24 de outubro de 2015

1935-1936 GRUPO (FRANCÊS) MUSICAL DOS NOVOS JOVENS [LES NOUVEAUX JEUNES] (Paris, França).

1935-1936 GRUPO (FRANCÊS) MUSICAL DOS NOVOS JOVENS [LES NOUVEAUX JEUNES] (Paris, França). Os músicos que participaram do grupo Os Novos Jovens [Les nouveaux Jeunes], e, depois do grupo Jovem França [Jeune France] (1936-1937), integraram anteriormente o Grupo dos Seis [Groupe des Six] (Paris, 1920-1923). Esse grupo foi integrado por seis músicos eruditos: Georges Auric (1899-1963), Darius Milhaud (1892-1974), Françis Poulenc (1899-1963), Germaine Tailleferre (1892-1983), todos franceses, bem como Louis Durey, que abandonou o grupo sendo substituído, pouco depois, por Henri Sauguet (1901-1989); e o suíço Arthur Honegger (1892-1955). Esses músicos, que ficaram conhecidos, participaram depois do Grupo dos Novos Jovens [Les Nouveaux Jeunes], quando André Coueroy publicou o artigo Jovem Música Francesa [Jeune Musique Française] na Revue Universalle [Revista Universal] (1º agosto, 1924); e, no ano seguinte, do Grupo Jovem França [Jeune France]. Participaram dos Novos Jovens os músicos Yves Baudrier (1906-1988), Olivier Messiaen (1908-1992), André Jolivet (1905-1974) e Jean-Yves Daniel Lesur (1905-2002). Se o Grupo dos Seis libertou a música francesa de todo o seu ranço Expressionista, quinze anos depois o Grupo dos Novos Jovens afirmou a necessidade de humanizar a música, reintegrando-a ao humanismo. Dufourq, (1976), et al., pp. 264-269. Hager, B. (1990), pp. 294-300. Kennedy, M. (1985). The Oxford Dictionary of Music. New York: Oxford University Press, pp. 238-241. Massin, J., Massin, B., Viana, A. R., Sussekind, C. (Orgs.). (1997). História da Música Ocidental. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, pp. 819-820. CHAMBERS. Biographical Dictionary. London: Melanie Parry, Chambers - Hanap, 1997, p. 471. SHEAD, 1989, pp. 14, 20, 21, 22, 29, 31-34, 38, 48, 55-57, 83, 93, 113, 167.

sábado, 17 de outubro de 2015

1885-1905 PANORAMA INTERNACIONAL DO SIMBOLISMO EUROPEU E RUSSO (França, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Áustria, Noruega e Rússia).

1885-1905 PANORAMA INTERNACIONAL DO SIMBOLISMO EUROPEU E RUSSO (França, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Áustria, Noruega e Rússia). O movimento do Simbolismo francês foi lançado através de Manifesto assinado por Jean Moreás (1856-1910): a sua divina decadência impregnou a arte e a sociedade da época. Este período floresceu nas obras literárias, bem como nas Artes Plásticas, comentado em textos como do romancista e crítico literário Paul Bourget (Paul Charles Joseph Bourget, 1852-1935), divulgado na publicação dos irmãos Nathanson, La Revue Blanche [A Revista Branca] (06 de junho, 1885): [...] A doença do pessimismo não somente contagiou alguns excêntricos, mas torna-os raivosos e infecta uma parte notável de nossa juventude […] A pintura de Paul Gauguin Visão depois do Sermão ou A Luta de Jacob com o Anjo (Pont-Aven, 1888, óleo sobre tela, 73 cm x 92 cm, no acervo da Galeria Nacional da Escócia, Edimburgo). A revista Décadent [Decadente] (Paris, 1886) promoveu ainda mais abertamente a noção cada vez mais expressiva do clima pessimista que impregnava a sociedade francesa, encontrado em alguns romances exemplares como De Ponta-Cabeça [À Rebours], de Jóris Karl Huysmans (1848-1907); Vício Supremo [Vice Suprême], de Josephin “Sâr” Péladan (1858-1918) e o Crepúsculo dos Deuses [Crepuscule des Dieux], de Elemir Bourges (1852-1925). Pertenceram ao Simbolismo outros escritores e artistas plásticos franceses como o pintor, escultor, gravador e escritor Paul Gauguin (1848-1903); o escritor e teatrólogo Alfred Jarry (1873-1907); o escritor, poeta, editor e fotógrafo Pierre Louys (1870-1925); o pintor e marchand de Gauguin, Daniel de Monfreid (1856-1929); e o dito, Príncipe dos Sonhos, o pintor Odilon Redon (1840-1916), bem como o escultor Auguste Rodin (1840-1917). Na literatura de outros países como a inglesa, o mesmo clima depressivo marcou a publicação de O Retrato de Dorian Gray, obra-prima de Oscar Wilde (1854-1900); e dos livros do italiano, chamado de Príncipe de Pescara, Gabrielle D'Annunzio (1863-1953); e do precursor francês do dito, Sadismo, o legítimo Conde de Sade, somente conhecido como Marquês de Sade (Donathien Alphonse François de Sade, 1740-1814). O Simbolismo francês na pintura foi influenciado pelo grupo inglês da Irmandade dos Pré-Rafaelitas [The Pré-Raphaelite Brotherwood] (v.), integrado por Sir Edward Coley Burne-Jones (1833-1898), Dante Gabriel Rossetti (1828-1882), Sir John Everett Millais (1829-1896) e o principal ilustrador de revistas e publicações da época, Walter Crane (1845-1915). As pinturas que prenunciaram o decadentismo europeu foram obras de Henri Fussli (Henri Fusseli, 1741-1825), do espanhol Francesco de Goya y Lucientes (1746-1828) e do inglês William Blake (1757-1827). No século seguinte foram influentes nas obras de muitos europeus como dos franceses, Pierre Puvis de Chavannes (1824-1898), Gustave Moureau (1828-1898), Henri de Fantin-Latour (1836-1904), Odilon Redon (1840-1937), Eugène Carrière (1849-1906); e dos europeus de várias nacionalidades como Félicien Rops (1855-1928), Max Klinger (1857-1920), Ferdinand Knopff (1858-1921), Jan Toroop (1858-1928), James Ensor (1860-1949), Gustav Klimt (1862-1918), Franz von Stuck (1863-1928), Henri van de Velde (1863-1953), Henri de Groux (1867-1930), Edvar Munch (1863-1947), Jean Delville (1867-1953) e Alfred Kubin (1877-1959), entre outros. O escritor francês Charles Baudelaire (1821-1867) foi o legitimo representante de sua época, influente na arte dos séculos XIX e XX, bem como os escritores Villiers de L’Isle Adam (1838-1989), Stéphane Mallarmé (1842-1898), Paul Verlaine (1844-1896) e Arthur Rimbaud (1854-1891) - autores que lançaram os alicerces do Simbolismo - cuja forte presença invadiu não só a Literatura, mas as Artes Gráficas e as Artes Plásticas européias. Na literatura francesa alguns escritores se destacaram na crítica literária como Jóris-Carl Huysmans (1848-1907), Francis Viellé-Griffin (1863-1937), Francis Jammes (1868-1938), André Gide (André-Paul-Guillaume Gide, 1869-1951), Paul Valery (1871-1945) e Marcel Proust (Valentin-Louis-Georges-Eugène-Marcel Proust, 1871-1922), entre outros. Na Bélgica destacou-se o escritor e teatrólogo Maurice de Maeterlinck (1862-1949), além de Émile Verhaeren (1855-1916). Na Aústria destacaram-se Hugo von Hofmannsthal (Hugo Laurenz August Hofmann; Edler von Hofmannsthal, 1874-1929) e Rainer Maria Rilke (Praga - Viena, René Rilke, 1875-1926). Poderosos editores foram influentes no Simbolismo, especialmente os associados ao jornal Le Mercure de France. O escritor e crítico de arte Georges-Albert Aurier (1865-1992), divulgador de Paul Gauguin (1848-1903), foi editor da importante publicação. Depois que a pintura de Gauguin, Visão depois do Sermão (Pont-Aven, 1888) participou da mostra coletiva do Grupo (Belga) Internacional dos XX (Bruxelas, Bélgica, 1884-1893), Aurier elevou-o à categoria de representante máximo dos pintores Simbolistas, através de artigo publicado no Le Mercure de France [O Mercúrio da França]. Desde o final do século XIX o Simbolismo se agrupou em torno de várias revistas parisienses, recebendo grande divulgação através de jornalistas e editores como Jules-Antoine Castagnary (1830-1885), Louis Duranty (Louis-Émile-Edmond Duranty, 1833-1880), Armand Sylvestre (Paul-Armand Sylvestre, 1837-1901), Théodore Duret (1838-1927), Emile Zola (Édouard-Charles-Antoine-Émile Zola, 1840-1902), o poeta e ensaísta Catulle Mendès (1841-1909); e Georges Charpentier, editor de Gustave Flaubert, Guy de Maupassant e Zola; Octave Mirbeau (1848-1917), Willy Finch (1854-1930), Remy de Gourmond (1858-1915), Gustave Kahn (1859-1936), Édouard Dujardin (1861-1949); o poeta belga Albert Mockel (1866-1923), o poeta e ensaísta Charles Morice (Charles-Victor-Marius Morice, 1860-1919), Louis Dumur (Genebra - Paris, 1863-1933), Léon-Paul Fargue (1876-1947) e Georges Rivière (1897-1985), entre outros. André Fontainas Alguns músicos e compositores participaram das reuniões do grupo dos Simbolistas como Maurice Ravel (1875-1937) e Claude Debussy (1862-1918). Na década de 1920, Arthur Honegger (1892-1955), que pertenceu ao dito, Grupo (Francês) Musical dos Seis [Groupe des Six] (v.), compôs a música para o balé Amphion e para a ópera Semíramis, ambas com libreto de Paul Valéry (1871-1945), eleito o melhor poeta francês. Na França destaque para o editor da revista Action Française [Ação Francesa], Alphonse Daudet (1867-1942); para o poeta Simbolista e escritor anarquista, Adolphe Retté (1863-1930), editor da revista La Plume [A Pluma] (Paris, 1898); para Paul Fort (1872-1960), fundador do Teatro (Parisiense) de Arte; para Aurélien Lugné-Poe (1869-1940), admirador do escritor norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849), de quem adotou o sobrenome, corajoso o bastante para encenar Salomé em Paris (11 fevereiro de 1896), enquanto seu autor, Oscar Wilde (1854-1900) se encontrava preso na Inglaterra, condenado por imoralidade (sic); e Camille Mauclair (Camille-Laurent-Célestin Faust, 1872-1945), fundador do Teatro (Parisiense) da Obra, que encenou as principais peças dos autores Simbolistas internacionais como dos belgas Emile Verhaeren (1855-1916) e Maurice de Maeterlinck (1862-1949); de autores nórdicos, como do sueco August Strindberg (Johan August Strindberg, 1849-1919), do dinamarquês Hermann Bang (1857-1912), dos noruegueses Henryk Ibsen (1828-1906), B. Bjornson (Bjornestjerne Martinus Bjornson, 1832-1910, Prêmio Nobel de Literatura, 1903) e Knut Hamsun (1859-1952), e do alemão Gerard Hauptmann (Gerard Johann Robert Hauptmann, 1862-1946), entre outros. O Simbolismo foi bem expressivo nas artes russas, destacando seu maior expoente, o pintor Mikhail Vrubel (1856-1910). Os artistas Ivan Ivanovich Denisov (1862-1921), Vladimir Petrovich Drittenprejs (1878-1917), Artur Vladimirovich Fonvizin (1883-1973) e Bóris Mikhailovich Kustodiev (1878-1927) são considerados associados à dita, Escola Simbolista Moscovita de Pintura. Pertenceram à mesma esola os artistas armênios Victor Borisov-Musatov (Gregory Ilytch Borisov-Musatov, 1899-1937), Pavel Varfomeevich Kusnetsov (1878-1968), Martiros Sergeevich Sariyan (1880-1972) e Piotr Savvich Utkin (1877-1934), que surgiram no Grupo (Russo) da Rosa Escarlate (Saratov, Armênia, c. 1904-1906). Vários artistas como Sergey Yurevich Sudeikin (1882-1946) e Georgy Bogdanovich Yaculov (1884-1927), bem como Utkin e Vrubel, participaram da única mostra coletiva do Grupo (Russo) da Rosa Azul (Moscou, 1907-1910), da qual também participaram obras de Anatoly Afanasievich Arapov (1876-1949), Ivan Adolfovich Knabe (1879-1910), Nikolay Petrovich Krymov (1884-1958) e Nikolay Nikolaevich Sapunov (1880-1912), além do artista conhecido como o Beardsley moscovita, Nikolay Petrovich Feofilatkov (1878-1941). Todos os citados foram direta ou indiretamente associados ou precursores do Simbolismo russo. Foi expoente do Simbolismo na pintura belga Henri van de Velde (1863-1957); na Alemanha, o pintor preferido de Adolf Hitler, Hans von Marees (1837-1887); e na Suíça, Arnold Bocklin (1827-1901). Destacados na gravura europeia o alemão Max Klinger (1856-1920) e o austríaco Alfred Kubin (Alfred Leopold Isidor Kubin, 1877-1959). Edvar Munch (1863-1947) é considerado o principal artista plástico Simbolista norueguês REFERÊNCIAS SELECIONADAS: Cassou, J., Brunel, P., Claudon, F., Pillemont, G., Rihard, L. (Orgs.). (1988). Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique. Paris: Somogy. IEU - The Internet Encyclopedia of Ukraine. (2013). Retrieved from: http://www.encyclopediaofukraine.com/Art.asp#Topic_10 Jackson, W. (1956). Enciclopédia Prática Jackson. Vol. 9. Rio de Janeiro - São Paulo - Porto Alegre - Recife: Editôra Jackson, p. 244-245.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

1820-Hoje-GRUPO MULTIDISCIPLINAR (BRITÂNICO DA) SOCIEDADE (SECRETA DOS) APÓSTOLOS DE CAMBRIDGE OU DA SOCIEDADE CONVERSAZIONE DE CAMBRIDGE [CAMBRIDGE CONVERSAZIONE SOCIETY] (Universidade de Cambridge, Inglaterra).

GRUPO MULTIDISCIPLINAR (BRITÂNICO DA) SOCIEDADE (SECRETA DOS) APÓSTOLOS DE CAMBRIDGE OU DA SOCIEDADE CONVERSAZIONE DE CAMBRIDGE [CAMBRIDGE CONVERSAZIONE SOCIETY] (1820 - hoje, Universidade de Cambridge, Inglaterra). Os Apóstolos de Cambridge, ou a Sociedade (Secreta) Conversazione de Cambridge, foi fundada pelo estudante George Tomlinson (1794-1863), que, posteriormente, se tornou Bispo de Gibraltar. O nome Apóstolos veio do fato que foram 12 seus primeiros associados: a Sociedade reuniu estudantes, mas, incluiu alunos formados na Universidade de Cambridge. Tradicionalmente nas tardes de sábado o apóstolo escolhido deveria proferir palestra especialmente preparada para o grupo, que seria discutida e votada. Seria ponto de honra que a questão votada apenas tangenciasse a debatida. A hierarquia na Sociedade era formada pelos Anjos [Angels], membros escolhidos pertencentes ao grupo, que formados, deixaram a Universidade; os estudantes cotados para se tornarem membros eram chamados de Embriões [Embryos]; e os estudantes ativos no grupo, de Apóstolos, que mantinham relato escrito no Livro [Book] de cada um dos encontros do grupo desde a sua fundação (1820-). Os estudantes aplicavam para se tornarem Anjos: todos os Anjos encontravam os Apóstolos quando, em segredo, eram convidados por estes para jantarem na Universidade de Cambridge. A confraternização anual dos Apóstolos geralmente ocorria em outro jantar, oferecido em Londres. Somente depois da década de 1970 mulheres foram admitidas na Sociedade dos Apóstolos de Cambridge. Havia encontro e ritual de iniciação para os Embriões passarem a pertencer à Sociedade. O filósofo Henry Sedgwick (1838-1900), antigo Apóstolo, declarou que: [ …] o laço estabelecido com a sociedade foi muito mais forte do que o mais profundo laço corporativo que conhecí na minha vida […]. Os Apóstolos tornaram-se conhecidos depois da formação do dito Grupo (Britãnico) Bloomsbury (Londres, c. 1912-1941; v.). Nesse novo grupo se tornaram conhecidos muitos Apóstolos, personalidades destacadas mundialmente, no século XX como o economista, Barão John Maynard Keynes (1883-1948); o matemático, filósofo, escritor, ganhador do Prêmio Nobel, Bertrand Russell (III Earl Russell, Bertrand Arthur William Russell, 1872-1970); o biógrafo e ensaísta Lytton Strachey (Giles Lytton Strachey, 1880-1932), primo do artista plástico Henry Stachey (1863-1940), participante do Grupo do Novo Clube da Arte Inglesa¬ [NEAC], v.); e seu irmão, o filósofo James G. E. Moore (1873-1958); o crítico de arte e literatura e curador de mostras Sir Desmond McCarthy (Charles Otto Desmond McCarthy, 1877-1952); os escritores E. M. Forster (Edward Morgan Foster, 1879-1970); Roger Fry (1866-1934), crítico de arte, escritor, artista plástico e curador de mostras; o crítico de arte e literatura Clive Bell (Arthur Clive Heward Bell, 1881-1964); e o escritor e editor Leonard Sidney Woolf (1880-1969), marido de Virginia Woolf (Adeline Virginia Stephen, 1882-1941), que, se tornou o membro mais conhecido do Bloomsbury: dois de seus irmãos participaram do Grupo dos Apóstolos de Cambridge. REFERÊNCIA SELECIONADA: Wikipedia, the free encyclopedia. (2011). Cambridge Apostles. Disponível: http://en.wikipedia.org/wiki/Cambridge_Apostles