quinta-feira, 10 de abril de 2014

BIOGRAFIA: HÖCH, Hannah (1889-1978).



BIOGRAFIA: HÖCH, Hannah (1889-1978).



Höch nasceu em Gotha, na Turíngia (Alemanha); ela tornou-se expoente da Fotomontagem (v.) e realizadora de Fotomontagens dadaístas. A artista estudou arte em Berlim (1918-1921); ela realizou sua primeira pintura abstrata (1916) e sua primeira fotomontagem no ano seguinte (1917). Höch passou a expressar-se através de suas fotomontagens; este foi um ponto em comum com a obra de Raoul Haussmann (1888-1971), que utilizou a mesma técnica, instrumento apropriado para a denúncia política que o dadaísmo berlinense popularizou, com muitas das ilustrações publicadas nas inúmeras revistas da época.



Höch tornou-se a companheira de R. Hausmann (1920-1922) e a única mulher a participar do Dadaísmo em Berlim. As obras de Höch participaram da mostra no Gabinete Gráfico J. B. Neumann (1918). A artista assinou os manifestos do grupo e suas obras participaram da Feira Internacional Dadá [Internacionale Dada Messe], na Galeria Otto Burchard (Berlim, 25 jul. - 25 ago., 1920). Expuseram na mostra Hausmann, George Grosz, John Heartfield, Johannes Baader, Wieland Herzefeld, Richard Huelsenbeck e Johannes Baargeld, entre outros, no total de 27 artistas.



Höch participou do movimento Anti-Dadá-Mércio [Anti-Dada-Merz], no grupo formado com H. Höch, R. Hausmann e Gerhard Preiss, liderado por Kurt Schwitters (1887-1948). Os artistas viajaram para Praga, cidade inserida nas vanguardas artísticas européias graças à liderança do artista plástico, escritor e editor da revista Ma [Hoje] Lajos Kassak (1887-1967). O coletivo promoveu eventos performáticos ditos, Anti-Dadaístas em Dresden e Hamburgo (Alemanha), em Leipzig (Áustria) e Teplitz-Sanova (Polônia), até chegarem a Praga (set., 1921). De acordo com o relato de Hausmann no Correio Dadá [Courrier Dada] (1958), ele e Hannah Höch recitaram o poema intitulado La Grande Révolution a Revon, de Schwitters, que Hausmann apreciava. Esse texto, que parodiava uma revolução, foi alternado com o do poema Cigarra [Cigarren] (Schwitters) e alguns poemas fonéticos como fmsbw e Kperioum (Hausmann). Gerhard Preiss apresentou 61 passos de dança no Trote Dadá [Dada Trott], durante a excursão na rota Berlim – Praga, encerrada com vigília (Praga, 1 de set., 1921).



As obras de Höch possuem grandes qualidades plásticas como a originalidade: a artista conseguiu, dentro da aparente desordem formada por multiplicidade de imagens, atingir significado preciso e, muitas vezes, adicionou toque de humor satírico. Nas fotomontagens Höch utilizou fotografias, mas também outras imagens recortadas de revistas da época, além de papéis coloridos, catálogos e prospectos de venda, acompanhadas por letras e textos. Höch expôs suas Fotomontagens em numerosas mostras inclusive internacionais, na Holanda e na Galeria Sidney Janis, em Nova York.



As colagens de Höch são notáveis, pois, enquanto a maioria das colagens dos Dadaístas radicalizavam seu grande conteúdo político, as de Höch foram celebrações da metrópole, do feminismo e do esporte, com visão imersa no humor crítico. A artista criou a obra Nova York (1922, fotomontagem, 29,7 cm x 18,5 cm), que encontra-se reproduzida (ADES, 1978). No decorrer do movimento Dadá, Höch criou várias bonecas dadaístas (1916-1918). A artista foi fotografada junto com Hausmann na inauguração da Feira Dadá (1920) e esta fotografia, bem como das obras Pá Redonda Dadá [Dada Rundschau] (1919, fotomontagem, 45 cm x 35 cm) e a Corte com a Faca de Cosinha Kocher [Schnitt mit dem Kuchermesser] (1919-1920, fotomontagem, 114 cm x 90 cm), ambas no acervo da Galeria Berlinense, encontram-se reproduzidas (GIBSON, 1991).



Höch participou da mostra e do Congresso Filme e Foto [Film und Foto] em Stuttgart (1929). A artista expôs mais de 40 fotomontagens na sua mostra individual (Brünn, República Tcheca, 1934). Höch foi homenageada com mostra retrospectiva de suas obras no MAMVP (Paris, 1976).


 
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:


CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Sylvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978. 475p.: il., pp. 85, 87, 101.

 

DICIONÁRIO. BREUILLE, J-P. Le dictionnaire mondial de la photographie : la photographie des origines a nos jours. Sous la direction de Jean-Philippe Breuille. Paris: Larousse, 1994. 735p.: il., retrs, pp. 301-302. (Dictionnaires specialisés).

 

DICIONÁRIO. SEUPHOR, V. M. Nouveau Dictionaire de la Peinture Moderne. Paris: Fernand Hazam, 1963, p. 189.

 
 
PIERRE, J. El futurismo y el dadaísmo. Madrid: Aguilar, 1968, p. 174.
 

 
GIBSON, M. Duchamp Dada. Paris: N. E. F. Casterman, 1991. 263p.: il. ,pp. 1, 84-93, 110-115.

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