GINNER, Charles David (1878-1952).
O artista nasceu de pais ingleses em Cannes (França); ele se tornou conhecido na arte das vanguardas inglesas. Ginner estudou arquitetura na França e pintura na Escola Nacional Superior de Belas Artes (Paris, 1904-1908). O artista expôs seus quadros na sua primeira mostra individual no hemisfério sul (Buenos Aires, Argentina, 1909). Ginner foi viver em Londres onde se associou ao dito, Grupo de Sickert e se tornou amigo próximo de Harold Gilman (1876-1919), que ele conheceu na primeira mostra da Associação de Artistas Aliados [Allied Artists Association] (1908).
Nas suas obras Ginner pintou temas de paisagens e cenas da cidade de Londres, nas ditas, Vistas Citadinas [Townscapes] e Paisagens [Landscapes]. Gilman fundou com Walter Sickert (1860-1942) e seus amigos Spencer Gore (1878-1914) e Charles Ginner, entre outros artistas, o Grupo (Britânico) Cidade de Candem [Candem Town Group] (1911-1913). Ginner expôs suas obras na primeira exposição coletiva organizada por Roger Fry (1866-1934), a dita, Mostra Pós-Impressionista e Futurista [Post-Impressionist and Futurist Exibition], cujo texto no catálogo foi de autoria do crítico de arte e jornalista Sir Charles Otto Desmond MacCarthy (1877-1952) e ocorreu nas Galerias Doré (Londres, 1910).
O crítico de arte Frank Rutter (Francis Vane Phipson Rutter, 1876-1937), Conservador da Galeria de Leeds, editor da revista Art News, que lançou o livro Arte Revolucionária [Revolutionary Art] (1910), foi curador da segunda mostra coletiva organizada por Roger Fry, dita, Segunda Mostra Pós-Impressionista e Futurista [Second Post-Impressionist and Futurist Exibition] (dez., 1911), na qual participaram pinturas dos arquitetos Frederick Etchells (1896-1973) e Charles Ginner; do fotógrafo norte-americano que vivia em Londres, posteriormente naturalizado, Alvim Langdon Coburn (1882-1966); dos escultores Sir Jacob Epstein (1880-1959) e do francês Henri Gaudier-Brzeska (1891-1915); dos artistas plásticos Jessica Dismoor (1885-1924), Harold Gilman, Spencer Gore, Cuthebert Hamilton (1884-1959), Percy Whyndham Lewis (1884-1957), Christopher Nevinson (Christopher Richard Wynne Nevinson, 1889-1946), Helen Saunders (1885-1963) e Edward Wadsworth (1889-1949), entre outros.
Nesse mesmo ano a maioria desses artistas, com exceção de Gilman e Gore, participaram dos Ateliês Ômega [Omega Workshops], organizados por Roger Fry, até a erupção da crise quando vários artistas associados se retiraram dos ateliês (out., 1913). No ano seguinte o grupo dos antigos participantes do Ômega fundou o Centro de Arte Rebelde [Rebel Art Center] (Londres, 1914-1915). Esses artistas, liderados por P. Wyndham Lewis (1884-1957), associado ao poeta norte-americano Ezra Pound (1885-1972) que vivia em Londres, lançaram o dito, Vortex Inglês ou Vorticismo. Ginner participou do grupo que publicou a Rajada, Revista do Vortex Inglês [Blast, Review of the English Vortex] (dois números, 1914; 1915); ele organizou as duas mostras londrinas da arte do grupo (1915; 1916), bem como a mostra norte-americana na Galeria Penguin (Nova York, jan., 1917).
O Grupo (Britânico) Cidade de Candem evoluiu, formando dois anos depois, o Grupo de Londres [London Group] (1913-), do qual Gilman foi o primeiro presidente e ao qual se associaram, entre outros, os pintores David Bomberg (1890-1957), Paul Nash (1889-1946), Walter Richard Sickert e o escultor Henry Moore (1898-1986). Depois que Harold Gilman perdeu para Walter Sickert seu posto de professor na Escola de Arte Westminster, ele e Charles Ginner estabeleceram no bairro do Soho sua própria escola de arte (15-16 Little Pulteney Street, jan., 1916). Nesse local Ginner e Gilman ensinaram sua visão estética pessoal da arte. A nova instituição foi fechada quando Ginner foi prestar serviço no exército, no decurso da Primeira Guerra Mundial (dez., 1917). Devido a problemas de saúde Gilman não foi convocado. Ginner trabalhou no exército como Artista Oficial de Guerra [Official War Artist], no programa que aproveitou multiplos talentos dos artistas ingleses nos setores que criavam e executavam pintura de camuflagem para tanques e navios. Ginner perdeu Harold Gilman, que morreu de Influenza (1919); ele escreveu artigo sobre seu amigo, publicado no periódico lançado por ele e Frank Rutter, Arte e Letras [Art and Letters]. O texto foi reproduzido na mostra retrospectiva de Gilman, celebrada nas Galerias Leicester [Leicester Galleries, out., 1919). Pouco depois da guerra Ginner mudou o estilo de suas pinturas, adotando o Neo-Realismo.
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
AKROYD, P. Vidas Literárias: Ezra Pound. Tradução de Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1991, p. 37.
DICIONÁRIO. CHILVERS, I. A Dictionary of 20th century art. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1998. 670p., p. 240. (Oxford reference). 24 x 16 cm.
ENSAIO. BRETTE, A. Formulation d' un groupe rebelle à l' Exposition d' Octobre 1913. Traduction de Thérèze Fossatti. Apud CATÁLOGO. CORK, R.; ELIOT, T. S.; KENNER, H.; LEMAIRE, G-G.; LEWIS, W.; McLUHAN, M.; POUND, E.; RODITI, É.; WEST, R. Windham Lewis et le Vorticisme. Paris: Centre Georges Pompidou, Pandora Ed., 1982, pp. 122-147. (Cahiers Pour un Temps).
JENKINS,David Fraser. ‘From a Hampstead Window 1923 by Charles Ginner’, catalogue entry, May 2005, in Helena Bonett, Ysanne Holt, Jennifer Mundy (eds.), The Camden Town Group in Context, May 2012, http://www.tate.org.uk/art/research-publications/camden-town-group/charles-ginner-from-a-hampstead-window-r1139232, accessed 03 December 2013.
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