sexta-feira, 3 de agosto de 2012

GRUPOS DO IMPRESSIONISMO ITALIANO.

 
ESCOLA (ITALIANA DE) PAISAGEM OU ESCOLA (ITALIANA) DE STAGGIA [SCUOLA DI PAESAGIO OU SCUOLA DI STAGGIA] (Staggia, uma cidade da Província de Siena ao norte da Itália, c. 1854-).

Destaque: De TIVOLI, Serafino.

O grupo se reuniu em torno de Serafino de Tivoli, pintor de Liorna que chegou em Florença juntamente com Saverio Altamura, que veio de Nápoles. Altamura tinha adquirido com Gabrielle Smargiassi a experiência da pintura de paisagem: nessa fase, muitos dos artistas italianos convergiram para Florença, para escapar do ambiente pesado e persecutório da Casa dos Boubon, que reinava na região sul da Itália.

Na época em que os artistas se transferiram para Florença e Veneza depois da Restauração, a Casa de Lorena que reinava na região norte da Itália permitiu clima de maior liberdade artística, (c. 1850). O grupo dos artistas italianos se reuniram no Café Michelangelo, quando debatiam os problemas da arte de seu tempo. Domenico Morelli foi outro napolitano que foi viver em Florença e que, juntamente com Saverio Altamura e seu colega napolitano, Bernardo Celentano, se tornaram o maior sucesso da I Exposição Italiana (Florença, 1861).

O grupo dos paisagistas de Staggia (1854-), foi impulsionado por Serafino De Tivoli que arrastou seus companheiros para uma viagem a Paris, ocasião em que eles visitaram a Exposição Universal (1855) e, o dito, Pavilhão Realista de Gustave Courbet. As pinturas do francês, inscritas para participarem oficialmente da exposição, foram recusadas pelo comitê de seleção. Debaixo de muitas críticas Courbet organizou seu estande que ficou do lado de fora da exposição, local em que o artista apresentou vários de seus quadros recusados nos sucessivos salões oficiais de arte. Para o catálogo dessa mostra, o artista francês escreveu seu conhecido texto Arte Viva [Art Vivant]. Os paisagistas italianos da Escola de Staggia foram influenciados pela arte e teorias deste mestre do Realismo (v.) nas vanguardas francesas.

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

DINO, P.; BORGIOTTI, M. (Introd.) Movimenti Pittorici Italiani dell' Ottocento. Milano: Alfieri & Lacroix, 1966, pp. 05-15.
 

 ESCOLA (ITALIANA) PERGENTINA; OU ESCOLA (ITALIANA) TOSCANA; OU STANZE DEI RISORTI [SCUOLA TOSCANA OU SCUOLA PERGENTINA OU STANZE DEI RISORTI] (Pergentina, região Toscana, próxima a Veneza, norte da Itália, c. 1862-).

Destaques: Giovanni FATTORI, Silvestro LEGA e Telemaco SIGNORINI.

O movimento da dita, Escola Pergentina [Scuola Pergentina], se formou na cidade italiana, próxima a Veneza e Abruzzo, na região Toscana e ficou mais conhecido como dos Pintores de Manchas [Macchiaiolli] (v. Grupo (Florentino) do Impressionismo Italiano). A arte do Grupo dos Manchistas se desenvolveu quando os artistas amadureceram o novo estilo e alcançaram nova maneira de se expressarem (c. 1862-1867).

A Toscana foi um centro promotor de Arte Figurativa promovido pelo grupo de artistas que, devido a sua luta contra o Academicismo, se tornaram renovadores da arte do período. Vários artistas da Toscana participaram do Grupo dos Manchistas, que se reuníam para discutir novas teorias da arte no Café Michelângelo (Florença). Essa Escola Pergentina se formou com o grupo de artistas reunidos em torno de Giuseppe Abbati, Telemaco Signorini e Silvestro Lega, que, no século XIX, resultou na fase mais importante da pintura italiana. Além dos citados, participaram do Grupo Pergentino ou Stanze dei Risorti, os pintores Giovanni Boldini, Nicoló Cannici, Vittorio Cascas, Cesare Ciani, Eugenio Cecconi, Egisto Ferroni, Francesco Gioli e seu irmão Luigi Gioli, Alfonso Hollender, Giovanni Micheli e Giuseppe De Nittis, que participou inicialmente da Escola Napolitana [Scuola Napoletana ou Scuola di Resina] (Nápoles, sul da Itália). De Nittis foi expoente do grupo e se tornou mais conhecido internacionalmente por ter participado da I Mostra Impressionista (Paris, 1874).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

ALBINI, C. Les Arts Plastiques en Italie, de 1860 a 1943. Traduction de Maria Brandon-Albini. Paris: Éditions Entente, 1943, pp. 31-34.

DINO, P.; BORGIOTTI, M. (Introd.) Movimenti Pittorici Italiani dell' Ottocento. Milano: Alfieri & Lacroix, 1966, pp. 05-15.

IMPRESSIONISMO ITALIANO NAPOLITANO: ESCOLA NAPOLITANA OU ESCOLA DE RESINA OU A REPÚBLICA DE PORTICI [SCUOLA DI RESINA OU REPUBLICA DI PORTICI] (Portici, na região próxima a Nápoles, Itália, c. 1864-).  

Destaque: DE NITTIS, Giuseppe.

A Escola de Resina se formou nessa cidade, próxima a Nápoles, e seu artista mais conhecido foi Giuseppe De Nittis (1846-1884), proeminente entre outros, como Domenico Morelli (1826-1901), Eugenio Cecconi (1842-1903), Giacinto Gigante (1806-1876), Paolo Michetti (1851-1929) e Giuseppe Pelizza de Volpeda. Giovacchino Toma participou desta escola, mas também
da dita, Escola Pergentina [Scuola Pergentina] (v.), que se formou na cidade italiana próxima a Veneza e Abruzzo, na região Toscana ao norte da Itália.


O crítico de arte Enrico Picceni foi influente sobre toda a pintura napolitana: ele escreveu bastante sobre Giuseppe De Nittis. A Escola de Resina, tal qual a dita, Escola Napolitana ou Escola de Posillipo, se formou com o grupo de jovens artistas rebelados contra o Academicismo e dela também participou o artista que morreu precocemente, Marco de Gregório (1829-1876). Quando os artistas obtiveram alojamentos na Vila Real, eles passaram a pintar na natureza as paisagens verdejantes dos campos, florestas e lagos, mostrando na pintura italiana a influencia do Grupo (Francês) da Escola de Barbizon (Barbizon, França, c. 1855-1875; v.).

As pinturas de Giuseppe De Nittis participaram da I Mostra Impressionista (Paris, 1874), também conhecida como o Segundo Salão dos Recusados, realizada no estúdio do fotógrafo Nadar. O primeiro Salão dos Recusados realizou-se onze anos antes por especial deferência do imperador Napoleão III (Paris, 1863; v. Impressionismo (Italiano) da Escola Pergentina, da Escola Napolitana, da Escola de Resina, Macchiaioli e Postmacchiaioli, 1869-1907).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

ALBINI, C. Les Arts Plastiques en Italie, de 1860 a 1943. Traduction de Maria Brandon-Albini. Paris: Éditions Entente, 1943, pp. 31-34, 53-66.

DINO, P.; BORGIOTTI, M. (Introd.) Movimenti Pittorici Italiani dell' Ottocento.
Milano: Alfieri & Lacroix, 1966, pp. 05-15.

GRADA, R. .Fattori. Pinacoteca de los genios. Traducción de Arthur Mariño. Buenos Aires: Editorial Codex S. A


 IMPRESSIONISMO ITALIANO: GRUPO DOS MANCHISTAS OU GRUPO (FLORENTINO) DOS PINTORES DE MANCHAS [MACCHIAIOLLI] [Grupo dos Macchiaiolli, pois macchia = mancha], da escola italiana (Florença, c. 1867-1872)) Destaques: FATTORI, Giovanni e Silvestro LEGA).


Na segunda metade do século XIX, o Grupo dos Pintores de Manchas [Macchiaiolli], foi o mais importante da nascente vanguarda italiana. Participaram desse grupo os pintores que desejavam se libertar do Academicismo, buscando novas maneiras de se expressarem na arte.

No início das atividades do Grupo dos Manchistas o significado da mancha [macchia] nas suas pinturas marcava o retorno ao Realismo. O movimento do Grupo dos Pintores de Manchas se desenvolveu com a dita, Escola Pergentina [Scuola Pergentina] (c. 1862-1867). Os Pintores de Manchas tinham origens diversas, vieram de diversas regiões do país: eles costumavam se reunir no Café Michelângelo (Florença). Foi Telemaco Signorini quem escreveu e publicou a história do movimento, no livro Caricaturistas e caracturizados do Café Michelangelo (1867). O Grupo manchista foi influenciado pela pintura do francês Edgar Degas, que passou quatro anos na Itália quando viveu prolongado período com sua tia, a Condessa Laura Belleli, residente em Florença; e com seu pai, residente em Nápoles. Degas conheceu, influenciou e foi influenciado por vários artistas desse grupo das vanguardas italianas, cuja pintura foi a mais próxima da estética do Impressionismo na França.

Entre os artistas plásticos que a crítica de arte italiana incluiu na categoria manchista se encontram os nomes como do pintor e escultor Adriano Cecioni (1836-1886), que, juntamente com Giovanni Costa, Serafino De Tivoli e Telemaco Signorini (1835-1901), passou temporada em Paris onde recebeu a influencia direta de artistas franceses de vanguarda, quando esses ainda não eram assim denominados. Quando os artistas do Grupo dos Pintores de Manchas visitaram Paris, entraram em contacto com as pinturas do Grupo da Escola de Barbizon [École de Barbizon] (v.), destacadas na Exposição Universal (1855). Os artistas conheceram as obras e teorias do Realista (Verista) Gustave Courbet, que montou o dito, Pavilhão Realista do lado de fora dessa mostra, quando distribuiu o texto que ele escreveu, de grande repercussão entre os artistas europeus.

No grupo dos Manchistas Lega foi o pintor mais rigoroso; outros, como Cecioni e Signorini, foram mais reflexivos, críticos, teóricos e propagandistas do movimento. A pintura de Signorini foi analítica; diferente de Lega, o artista pintava sem ultrapassar o real na sua arte, apresentando nas obras sentido enérgico. Os quadros mais conhecidos de Signorini foram A sala das loucas, A Penitenciária de Portoferraio, além da pintura intimista Toilete matinal, lembrando a temática dos Impressionistas franceses. Signorini, depois que se libertou do Academicismo passou a frequentar o Caffé di Via Larga (Veneza), onde ele contactou artistas toscanos e venezianos que o influenciaram.

Entre os mais importantes participantes do Grupo dos Pintores de Manchas [Macchiaiolli], os napolitanos Savério Altamura, Domenico Morelli e Giuseppe Polizzi, e o toscano Serafino de Tivoli. Entre os pintores mais destacados Giuseppe Abbati e Giovanni Fattori: entre os mais importantes artistas associados Vito D'Ancona, Giovanni Boldini, Odoardo Borrani, Giovanni Bortolenna, Vicenzo Cabianca, Silvestro Lega e Rafaello Sernesi. Entre os citados tornou-se o mais conhecido entre nós o elegantíssimo retratista Giovanni Boldini, que possue obra estacada nos acervos do Museu d'Orsay e do MASP (Paris e São Paulo).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

ALBINI, C. Les Arts Plastiques en Italie, de 1860 a 1943. Traduction de Maria Brandon-Albini. Paris: Ed. Entente, 1943, pp. 31-34,53-66.
BONFANTI-WARREN, A. The Musée D'Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000. 320p., il., color. 25,5 x 36,5 cm.

DINO, P.; BORGIOTTI, M. (Introd.) Movimenti Pittorici Italiani dell' Ottocento. Milano: Alfieri & Lacroix, 1966, pp. 05-15.

IMPRESSIONISMO ITALIANO LOMBARDO: v. ESCOLA (ITALIANA) LOMBARDA (Lombardia.c. 1874-1885).

O pintor Mosè Bianchi (1840-1904), que partiu da pintura de gênero para alcançar a estética Impressionista, se tornou o principal expoente da dita, Escola Lombarda. Nas suas obras o pintor apresentou uma sensibilidade aguerrida, mostrada nos tons cada vez mais prateados. Declarou ALBINI (1943), que foi assim que Mosè Bianchi se tornou um dos representantes mais valiosos do dito, Impressionismo Lombardo, que, sem se associar diretamente a escola francesa da mesma época, afirmou-se no mesmo momento na Itália a expressão da nova sensibilidade e a pesquisa lírica da linguagem cromática.

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

ALBINI, C. Les Arts Plastiques en Italie, de 1860 a 1943. Traduction de Maria Brandon-Albini. Paris: Éditions Entente, 1943, pp. 31-34.
 
 IMPRESSIONISMO ITALIANO MILANÊS: O GRUPO (MILANÊS) DO OITOCENTO [OTTOCENTO] ITALIANO (Milão, c. 1848-1898).

Destaques: CREMONA, Tranquillo; SIGNORINI. Telêmaco e Giovanni SEGANTINI.

A estética dos artistas foi a mais próxima do Grupo (Francês) do Impressionismo (v.). No grupo milanês se destacaram as obras de Le Piccio (Giovanni Carnevali, 1806-1873), Telêmaco Signorini (1835-1901), posteriormente destacado no Grupo dos Pintores de Manchas [Macchiaioli]; Mosè Bianchi (1840-1904), principal expoente do Grupo (Lombardo) do Impressionismo Italiano (v.); e Giovachino Toma (1836-1891), do Grupo (Pergentino) do Impressionismo Italiano [Scuola Pergentina] (v.). Além desses artistas citados participaram do Grupo (Milanês) do Oitocento o escultor Giuseppe Grandi (1843-1894), Gaetano Previatti (1852-1920), Daniele Ranzoni (1843-1889), e o artista mais influente do grupo, Tranquillo Cremona (1837-1878).

As pinturas de Mosè Bianchi, Gaetano Previatti e Giovanni Segantini foram influenciadas pelo estilo de Cremona: ele foi amigo do escultor Giuseppe Grandi que, como ele, pesquisou modelos sensíveis, que poderíamos chamar de Impressionistas, visívéis nos seus croquis, maquetes e retratos. O artista esculpiu monumentos, entre os quais o mais importante é o consagrado Cinco Dias (Milão). A pintura de Tranquilo Cremona influenciou a pintura de Mosè Bianchi e Gaetano Previatti. O artista do Grupo do Oitocento italiano que ficou mais conhecido foi Giovanni Segantini, que, nas suas pesquisas inovadoras, partiu da temática do quadro histórico.

Segantini se destacou devido a riqueza pictórica de suas obras: foi ele quem iniciou o Divisionismo da pincelada na arte italiana. As pinturas de Segantini apresentavam cromatismo denso e rico, que levou suas obras a serem consideradas exemplos Simbolistas. No último período de sua vida, a pintura de Segantini ficou mais próxima da estética da Escola de Barbizon [École de Barbizon] (Barbizon, França, c. 1855-1875): ele foi influenciado pela obra de seu maior expoente, Jean-François Millet. Uma pintura de Segantini se encontra reproduzida (HULTEN et al., 1986).

O pintor do Oitocento italiano Silvestro Lega (1826-1895), participou do movimento: a pintura dele se aproximou lentamente do estilo dos Pintores de Manchas [Macchiaaiolli]. O período mais importante foi a fase final de sua obra (1862-1880). Declarou ALBINI (1943) que, em 1875, dez anos depois de seu quadro calmo e idílico As noites campesinas, a vida serena de Lega, se transformou em dramática. E foi assim, no coração dos desastres mais graves que ele descobriu a expressão mais vigorosa de sua arte. Ninguém na Itália tinha ainda sentido que, nessa escola, havia o germe da revolução. Ninguém ainda levara a técnica aos seus derradeiros limites, até sentirem Lega, porque era violento, porque a vida o havia exasperado (Lionello Venturi in Pretesti di Critica. Apud Albini,1943).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

ALBINI, C. Les Arts Plastiques en Italie, de 1860 a 1943. Traduction de Maria Brandon-Albini. Paris: Ed. Entente, 1943, pp. 31-34,53-66.

DINO, P.; BORGIOTTI, M. (Introd.) Movimenti Pittorici Italiani dell' Ottocento.
Milano: Alfieri & Lacroix, 1966, pp. 05-15.

(v. o Grupo (Milanês) do Impressionismo Italiano ou Grupo (Milanês) do Oitocento, ou o Grupo da Scapigliatura Milanesi (Milão, c. 1848-1898); v. o Grupo (Napolitano) do Impressionismo Italiano ou Grupo (Italiano) da Escola Napolitana, ou da Escola de Resina ou da República de Portici (Portici, na região próxima a Nápoles, Itália, c. 1864-); v. o Grupo (Toscano) do Impressionismo Italiano ou Grupo (Italiano) da Escola Toscana, ou da Escola Pergentina ou da Stanze dei Risorti (Pergentina, região Toscana, próxima a Veneza, norte da Itália, c. 1862-); v. o Grupo (Napolitano) do Impressionismo Italiano ou Grupo (Italiano) do Impressionismo da Escola de Paisagem ou da Escola de Staggia (Staggia, cidade da Província de Siena ao norte da Itália, c. 1854-).



 

 

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