domingo, 2 de dezembro de 2012



 
HISTÓRIA DO PÓS-IMPRESSIONISMO EUROPEU.
BIOGRAFIA: BAUDELAIRE, Charles (1821-1867).



O escritor francês foi um dos diletos amigos de Édouard Manet, que fazia do Café Guerbois seu escritório parisiense, onde quase todas as tardes encontrava-se com Émile Zola, os editores Simbolistas irmãos Goncourt (Remy e Renard), entre outros destacados membros das vanguardas literárias e artísticas, entre os quais Paul Cézanne, nas ocasiões que o artista deixava seu exílio voluntário em Aix-en-Provence.
Noséculo XIX o Dandismo floresceu: Baudelaire foi Dandy famoso, bem como seus amigos pintores Constantin Guys e Édouard Manet. Os dandies, segundo Baudelaire, eram homens citadinos que viviam nas grandes metrópoles como Paris e Londres, que não tinham outra profissão senão o cultivo da elegância, da idéia da beleza aplicada nas suas próprias pessoas. Os dandies foram descritos como a tecnologia da personalidade, também conhecida pelo termo desdobramento [dédoublement]. Segundo Baudelaire:


[…] o Dandy necessita aspirar o sublime sem interrupções; ele precisa viver e dormir ante o espelho […].
Baudelaire

gostava de vestir-se elegantemente de preto, talvez para promover certo distanciamento, separação social, na reação ao tédio da vida social regular. O escritor tornou-se viciado em vários tipos de prazeres, incluindo entre estes as drogas pesadas como heroína. O jovem contraiu muitas dívidas, e seu pai, desesperado, mandou-o viajar para locais distantes. Baudelaire voltou de Santo Domingo com a amante, jovem e mestiça, que instalou em Paris. Édouard Manet, 14 anos mais tarde retratou-a como A Amante de Baudelaire, quando sua beleza perdera o viço dos anos de juventude.

O jovem Baudelaire tornou-se celebrado escritor quando tornou tema de seus livros a vida desregrada que vivia e tão bem conhecia. Seu imortal romance Flores do Mal [Fleurs du Mal], relato impessoal das inquietações morais e intelectuais, angústias e amarguras, perpassado por sensualismo pagão mesclado com o misticismo cristão, foi sucesso das letras francesas, que o imortalizaram como grande autor. A primeira edição do livro foi prefaciada por Théophile Gauthier (1868), que identificou-o com o estilo da divina decadência que impregnava a arte e a sociedade de sua época. Quando escreveu Fleurs du Mal, Baudelaire rabiscou vários desenhos nas páginas manuscritas, uma das quais encontra-se reproduzida (JACKSON, 1956).

Baudelaire foi legitimo representante de sua época, influente na arte dos séculos XIX e XX, como os escritores Stéphane Mallarmé (1842-1898), Paul Verlaine (1844-1896) e Arthur Rimbaud (1854-1891), autores que lançaram os alicerces do Simbolismo, cuja forte presença invadiu não só a Literatura, mas as Artes Gráficas e as Artes Plásticas européias.
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

ENCICLOPÉDIA. CASSOU, J.; BRUNEL, P.; CLAUDON, F; PILLEMONT, G.; RICHARD, L. (Col.). Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique. Paris: Somogy, 1988, pp. 279-280.

ENCICLOPÉDIA. JACKSON, W. Enciclopédia Prática Jackson, vol. 9. Rio de Janeiro - São Paulo - Porto Alegre - Recife: Editôra Jackson, 1956, pp. 244-245.

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