
Arte européia de vanguarda, desde seus primórdios, no século XIX: biografias e história, artistas, escolas, grupos e movimentos.Imagem da Exposição dita, Neo-plástica, no Museu Sztuki em Łodz (1946), projetada por Władysław Strzeminski para expor seleção das 111 obras da nata das vanguardas européias, colecionadas pelo Grupo Internacional dos A. r. (Artistas revolucionários, 1929-1936).
domingo, 1 de novembro de 2015
1930-1940 ARTE INTERNACIONAL DO RÁDIO (Europa).
1930-1940 ARTE INTERNACIONAL DO RÁDIO (Europa).
A tecnologia da Fotografia antecipou seu alcance mundial por quase um século, antes da tecnologia sonora se tornar mais conhecida e utilizada. A década de 1930 inaugurou mundialmente a Arte do Rádio, que transformou e quase apagou da memória a Arte Sonora ou Arte Ruidista (v.), de Luigi Russolo(1885-1947). No Futurismo italiano, além da repercussão do primeiro manifesto de L. Russolo, repercutiu o Manifesto Futurista do Rádio, lançado por F. T. Marinetti e Pino Masnata (1933). No entanto, no decorrer do século XX, Russolo permaneceu como fonte de inspiração para muitos pesquisadores do som, pois apresentou concertos com o instrumento que ele inventou e patenteou em vários países, o Entoarumor [Intonarumori] (Hulten, 1986). A partir da década de 1950 o músico norte-americano John Cage, que foi um dos primeiros pesquisadores do ruído e do silêncio, alicerçou suas pesquisas nas do italiano Russolo.
A era do rádio exerceu imensa fascinação: foi manifestação tecnológica que abriu as fronteiras da vida, principalmente da européia. Na Alemanha, essa invenção foi apropriada pelos nazistas, com seu dito, Receptor do Povo [Volksempfäanger], que se transformou em instrumento fundamental de propaganda do regime. O mesmo foi feito pelo ditador brasileiro Getúlio Vargas, que instalou um alto-falante em cada praça principal das cidades interioranas brasileiras, com o mesmo propósito, de propaganda institucionalizada de seu governo ditatorial.
A partir do começo da década de 1920 existiam no mundo c. de 2.000.000 de aparelhos de rádio e muitos mais ouvintes de rádio (1923). O rádio se tornou tema de pinturas, muito presente no movimento alemão da Nova Objetividade [Neue Sachlichkeit] (1925-1933). Vários artistas retrataram a si mesmos como ouvintes de rádio: uma das pinturas mais marcantes foi a de Kurt Weinhold (1896-1965), Homem com Rádio (Homo Sapiens) [Mann mit radio (Homo Sapiens)], na qual ele se retratou nu, sentado em uma cadeira, fumando charuto e ouvindo com fones de ouvido um rádio primitivo (1929, óleo tela, 121 cm x 90 cm, Galeria Schlichtenmaier, Grafenou, Alemanha), que se encontra reproduzida (Michalski, 2003: 158).
Outros artistas do mesmo movimento como Max Radler (1904-1971), Kurt Gunter (1893-1955) e Max Akermann, entre outros, também retrataram os primeiros ouvintes de rádio. De Radler foi marcante o quadro Ouvinte de radio [Radiohörer] (1930, óleo tela, 63 cm x 49 cm, no acervo da Sttätische Galerie im Lenbachhaus, Munique); e de Gunther, Ouvinte de Radio [Radionist] (1927, têmpera, madeira, 55 cm x 49 cm, no acervo do Staatliche Museen zu Berlin, Nationalgaleria, Berlim), ambos reproduzidos (Michalski, 2003: 178).
No final da década de 1920 o diretor teatral Erwin Piscator (1893-1966), encenou a peça Hoppla, wir Leben, de Ernst Toller (1893-1939), quando reproduziu-se o som de avião voando através do rádio (Berlim, 1927).
MICHALSKI (2003), pp. 158-159, 175-178.
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