Arte européia de vanguarda, desde seus primórdios, no século XIX: biografias e história, artistas, escolas, grupos e movimentos.Imagem da Exposição dita, Neo-plástica, no Museu Sztuki em Łodz (1946), projetada por Władysław Strzeminski para expor seleção das 111 obras da nata das vanguardas européias, colecionadas pelo Grupo Internacional dos A. r. (Artistas revolucionários, 1929-1936).
sábado, 17 de outubro de 2015
1885-1905 PANORAMA INTERNACIONAL DO SIMBOLISMO EUROPEU E RUSSO (França, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Áustria, Noruega e Rússia).
1885-1905 PANORAMA INTERNACIONAL DO SIMBOLISMO EUROPEU E RUSSO (França, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Áustria, Noruega e Rússia).
O movimento do Simbolismo francês foi lançado através de Manifesto assinado por Jean Moreás (1856-1910): a sua divina decadência impregnou a arte e a sociedade da época. Este período floresceu nas obras literárias, bem como nas Artes Plásticas, comentado em textos como do romancista e crítico literário Paul Bourget (Paul Charles Joseph Bourget, 1852-1935), divulgado na publicação dos irmãos Nathanson, La Revue Blanche [A Revista Branca] (06 de junho, 1885):
[...] A doença do pessimismo não somente contagiou alguns excêntricos, mas torna-os raivosos e infecta uma parte notável de nossa juventude […]
A pintura de Paul Gauguin Visão depois do Sermão ou A Luta de Jacob com o Anjo (Pont-Aven, 1888, óleo sobre tela, 73 cm x 92 cm, no acervo da Galeria Nacional da Escócia, Edimburgo).
A revista Décadent [Decadente] (Paris, 1886) promoveu ainda mais abertamente a noção cada vez mais expressiva do clima pessimista que impregnava a sociedade francesa, encontrado em alguns romances exemplares como De Ponta-Cabeça [À Rebours], de Jóris Karl Huysmans (1848-1907); Vício Supremo [Vice Suprême], de Josephin “Sâr” Péladan (1858-1918) e o Crepúsculo dos Deuses [Crepuscule des Dieux], de Elemir Bourges (1852-1925).
Pertenceram ao Simbolismo outros escritores e artistas plásticos franceses como o pintor, escultor, gravador e escritor Paul Gauguin (1848-1903); o escritor e teatrólogo Alfred Jarry (1873-1907); o escritor, poeta, editor e fotógrafo Pierre Louys (1870-1925); o pintor e marchand de Gauguin, Daniel de Monfreid (1856-1929); e o dito, Príncipe dos Sonhos, o pintor Odilon Redon (1840-1916), bem como o escultor Auguste Rodin (1840-1917).
Na literatura de outros países como a inglesa, o mesmo clima depressivo marcou a publicação de O Retrato de Dorian Gray, obra-prima de Oscar Wilde (1854-1900); e dos livros do italiano, chamado de Príncipe de Pescara, Gabrielle D'Annunzio (1863-1953); e do precursor francês do dito, Sadismo, o legítimo Conde de Sade, somente conhecido como Marquês de Sade (Donathien Alphonse François de Sade, 1740-1814).
O Simbolismo francês na pintura foi influenciado pelo grupo inglês da Irmandade dos Pré-Rafaelitas [The Pré-Raphaelite Brotherwood] (v.), integrado por Sir Edward Coley Burne-Jones (1833-1898), Dante Gabriel Rossetti (1828-1882), Sir John Everett Millais (1829-1896) e o principal ilustrador de revistas e publicações da época, Walter Crane (1845-1915). As pinturas que prenunciaram o decadentismo europeu foram obras de Henri Fussli (Henri Fusseli, 1741-1825), do espanhol Francesco de Goya y Lucientes (1746-1828) e do inglês William Blake (1757-1827). No século seguinte foram influentes nas obras de muitos europeus como dos franceses, Pierre Puvis de Chavannes (1824-1898), Gustave Moureau (1828-1898), Henri de Fantin-Latour (1836-1904), Odilon Redon (1840-1937), Eugène Carrière (1849-1906); e dos europeus de várias nacionalidades como Félicien Rops (1855-1928), Max Klinger (1857-1920), Ferdinand Knopff (1858-1921), Jan Toroop (1858-1928), James Ensor (1860-1949), Gustav Klimt (1862-1918), Franz von Stuck (1863-1928), Henri van de Velde (1863-1953), Henri de Groux (1867-1930), Edvar Munch (1863-1947), Jean Delville (1867-1953) e Alfred Kubin (1877-1959), entre outros.
O escritor francês Charles Baudelaire (1821-1867) foi o legitimo representante de sua época, influente na arte dos séculos XIX e XX, bem como os escritores Villiers de L’Isle Adam (1838-1989), Stéphane Mallarmé (1842-1898), Paul Verlaine (1844-1896) e Arthur Rimbaud (1854-1891) - autores que lançaram os alicerces do Simbolismo - cuja forte presença invadiu não só a Literatura, mas as Artes Gráficas e as Artes Plásticas européias. Na literatura francesa alguns escritores se destacaram na crítica literária como Jóris-Carl Huysmans (1848-1907), Francis Viellé-Griffin (1863-1937), Francis Jammes (1868-1938), André Gide (André-Paul-Guillaume Gide, 1869-1951), Paul Valery (1871-1945) e Marcel Proust (Valentin-Louis-Georges-Eugène-Marcel Proust, 1871-1922), entre outros. Na Bélgica destacou-se o escritor e teatrólogo Maurice de Maeterlinck (1862-1949), além de Émile Verhaeren (1855-1916). Na Aústria destacaram-se Hugo von Hofmannsthal (Hugo Laurenz August Hofmann; Edler von Hofmannsthal, 1874-1929) e Rainer Maria Rilke (Praga - Viena, René Rilke, 1875-1926).
Poderosos editores foram influentes no Simbolismo, especialmente os associados ao jornal Le Mercure de France. O escritor e crítico de arte Georges-Albert Aurier (1865-1992), divulgador de Paul Gauguin (1848-1903), foi editor da importante publicação. Depois que a pintura de Gauguin, Visão depois do Sermão (Pont-Aven, 1888) participou da mostra coletiva do Grupo (Belga) Internacional dos XX (Bruxelas, Bélgica, 1884-1893), Aurier elevou-o à categoria de representante máximo dos pintores Simbolistas, através de artigo publicado no Le Mercure de France [O Mercúrio da França].
Desde o final do século XIX o Simbolismo se agrupou em torno de várias revistas parisienses, recebendo grande divulgação através de jornalistas e editores como Jules-Antoine Castagnary (1830-1885), Louis Duranty (Louis-Émile-Edmond Duranty, 1833-1880), Armand Sylvestre (Paul-Armand Sylvestre, 1837-1901), Théodore Duret (1838-1927), Emile Zola (Édouard-Charles-Antoine-Émile Zola, 1840-1902), o poeta e ensaísta Catulle Mendès (1841-1909); e Georges Charpentier, editor de Gustave Flaubert, Guy de Maupassant e Zola; Octave Mirbeau (1848-1917), Willy Finch (1854-1930), Remy de Gourmond (1858-1915), Gustave Kahn (1859-1936), Édouard Dujardin (1861-1949); o poeta belga Albert Mockel (1866-1923), o poeta e ensaísta Charles Morice (Charles-Victor-Marius Morice, 1860-1919), Louis Dumur (Genebra - Paris, 1863-1933), Léon-Paul Fargue (1876-1947) e Georges Rivière (1897-1985), entre outros. André Fontainas
Alguns músicos e compositores participaram das reuniões do grupo dos Simbolistas como Maurice Ravel (1875-1937) e Claude Debussy (1862-1918). Na década de 1920, Arthur Honegger (1892-1955), que pertenceu ao dito, Grupo (Francês) Musical dos Seis [Groupe des Six] (v.), compôs a música para o balé Amphion e para a ópera Semíramis, ambas com libreto de Paul Valéry (1871-1945), eleito o melhor poeta francês.
Na França destaque para o editor da revista Action Française [Ação Francesa], Alphonse Daudet (1867-1942); para o poeta Simbolista e escritor anarquista, Adolphe Retté (1863-1930), editor da revista La Plume [A Pluma] (Paris, 1898); para Paul Fort (1872-1960), fundador do Teatro (Parisiense) de Arte; para Aurélien Lugné-Poe (1869-1940), admirador do escritor norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849), de quem adotou o sobrenome, corajoso o bastante para encenar Salomé em Paris (11 fevereiro de 1896), enquanto seu autor, Oscar Wilde (1854-1900) se encontrava preso na Inglaterra, condenado por imoralidade (sic); e Camille Mauclair (Camille-Laurent-Célestin Faust, 1872-1945), fundador do Teatro (Parisiense) da Obra, que encenou as principais peças dos autores Simbolistas internacionais como dos belgas Emile Verhaeren (1855-1916) e Maurice de Maeterlinck (1862-1949); de autores nórdicos, como do sueco August Strindberg (Johan August Strindberg, 1849-1919), do dinamarquês Hermann Bang (1857-1912), dos noruegueses Henryk Ibsen (1828-1906), B. Bjornson (Bjornestjerne Martinus Bjornson, 1832-1910, Prêmio Nobel de Literatura, 1903) e Knut Hamsun (1859-1952), e do alemão Gerard Hauptmann (Gerard Johann Robert Hauptmann, 1862-1946), entre outros.
O Simbolismo foi bem expressivo nas artes russas, destacando seu maior expoente, o pintor Mikhail Vrubel (1856-1910). Os artistas Ivan Ivanovich Denisov (1862-1921), Vladimir Petrovich Drittenprejs (1878-1917), Artur Vladimirovich Fonvizin (1883-1973) e Bóris Mikhailovich Kustodiev (1878-1927) são considerados associados à dita, Escola Simbolista Moscovita de Pintura. Pertenceram à mesma esola os artistas armênios Victor Borisov-Musatov (Gregory Ilytch Borisov-Musatov, 1899-1937), Pavel Varfomeevich Kusnetsov (1878-1968), Martiros Sergeevich Sariyan (1880-1972) e Piotr Savvich Utkin (1877-1934), que surgiram no Grupo (Russo) da Rosa Escarlate (Saratov, Armênia, c. 1904-1906). Vários artistas como Sergey Yurevich Sudeikin (1882-1946) e Georgy Bogdanovich Yaculov (1884-1927), bem como Utkin e Vrubel, participaram da única mostra coletiva do Grupo (Russo) da Rosa Azul (Moscou, 1907-1910), da qual também participaram obras de Anatoly Afanasievich Arapov (1876-1949), Ivan Adolfovich Knabe (1879-1910), Nikolay Petrovich Krymov (1884-1958) e Nikolay Nikolaevich Sapunov (1880-1912), além do artista conhecido como o Beardsley moscovita, Nikolay Petrovich Feofilatkov (1878-1941). Todos os citados foram direta ou indiretamente associados ou precursores do Simbolismo russo.
Foi expoente do Simbolismo na pintura belga Henri van de Velde (1863-1957); na Alemanha, o pintor preferido de Adolf Hitler, Hans von Marees (1837-1887); e na Suíça, Arnold Bocklin (1827-1901). Destacados na gravura europeia o alemão Max Klinger (1856-1920) e o austríaco Alfred Kubin (Alfred Leopold Isidor Kubin, 1877-1959). Edvar Munch (1863-1947) é considerado o principal artista plástico Simbolista norueguês
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
Cassou, J., Brunel, P., Claudon, F., Pillemont, G., Rihard, L. (Orgs.). (1988). Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique. Paris: Somogy.
IEU - The Internet Encyclopedia of Ukraine. (2013). Retrieved from:
http://www.encyclopediaofukraine.com/Art.asp#Topic_10
Jackson, W. (1956). Enciclopédia Prática Jackson. Vol. 9. Rio de Janeiro - São Paulo - Porto Alegre - Recife: Editôra Jackson, p. 244-245.
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