Arte européia de vanguarda, desde seus primórdios, no século XIX: biografias e história, artistas, escolas, grupos e movimentos.Imagem da Exposição dita, Neo-plástica, no Museu Sztuki em Łodz (1946), projetada por Władysław Strzeminski para expor seleção das 111 obras da nata das vanguardas européias, colecionadas pelo Grupo Internacional dos A. r. (Artistas revolucionários, 1929-1936).
segunda-feira, 1 de junho de 2015
1924-1980-SURREALISMO [SURRÉALISME] (Paris, 1924-1966; Nova York, 1940-1948; outros países, até a década de 1980).
SURREALISMO [SURRÉALISME] (Paris, 1924-1966; Nova York, 1940-1948; outros países, até a década de 1980).
Destaque: BRETON, André, Salvador Dali, Frida Kahlo.
O Surrealismo foi o mais longo movimento sustentado das vanguardas artísticas européias. O primeiro manifesto Surrealista foi publicado com texto de André Breton (1896-1966), no primeiro número da revista Révolution Surréaliste [Revolução Surrealista] (1924). Breton publicou dois outros manifestos (1929; 1942): o movimento que ele liderou apresentou muitas dissidências, foi bastante polêmico e cheio de brigas internas. Breton e vários Surrealistas aderiram ao PC francês: a parceria durou cinco anos (1928-1932).
Os escritores e artistas se tornaram dissidentes comunistas, assim que o PC quis influenciar as publicações do movimento, fato que Breton não tolerou, afastando-se junto com seu grupo. Breton internacionalizou seu movimento, pois recebeu a adesão de muitos artistas internacionais, mais de 400 adesões na fase mais ativa. O grupo organizou a mostra itinerante, que inicialmente expôs em Tenerife (Ilhas Canárias); o grupo participou de inúmeras exposições realizadas em Paris (1924-1966), Cidade do México (1940), Praga (1934-1942), Londres (1936), Nova York (1942), entre outras importantes cidades mundiais.
O Surrealismo se fez presente e foi influente na arte de muitos países: na Inglaterra foi realizada a mostra Surreal, Exposição Surrealista Internacional [Surreal, the International Surrealist Exibition], na Galeria New Burlington Arcade (Londres, 1936). Na mostra conjunta os Surrealistas franceses expuseram c. de 300 obras, em conjunto com os melhores artistas das vanguardas inglesas. Foi Wolfgang Paalen (1905-1959), que vivia no México desde meados da década de 1930, quem organizou a Exposição Internacional do Surrealismo [Exposición Internacional del Surrealismo] realizada na Galeria de Arte Mexicano (Cidade do México, janeiro – fevereiro, 1940). O editor da revista Dyn (v.) contou com a colaboração de Breton e do poeta, escritor e editor peruano, César Moro. A capa do catálogo da mostra foi ilustrada com fotografia do mexicano Manuel Alvarez Bravo (1902-2002).
Devido ao início da Segunda Guerra Mundial, os artistas do grupo francês enfrentaram dificuldades quanto ao transporte das obras, conforme declarou ADES (1997). Participaram obras de Roberto da Matta (Roberto Sebástian da Matta Echauren, 1911-2002), César Moro (César Quispes Asin, 1903-1956) e do fotógrafo mexicano Manuel Alvarez Bravo, sendo que seção à parte expôs obras dos ditos, Pintores do México como Diego Rivera (1886-1957) e Frida Kahlo (1907-1954) com duas pinturas recentes. Participaram Agustín Lazo (1896-1971), Manuel Rodriguez Lozano (1894-97-1971), Carlos Mérida (1891-1984), Guillermo Meza (1917-1997), Moreno Villa (1887-1956), Roberto Montenegro (1887-1968), Antonio Ruiz e Xavier Villarútia Gonzalez (1903-1950), escritores e artistas nunca considerados participantes do Surrealismo. ADES (1997) publicou ilustrações de obras de vários dos citados, inclusive a reprodução de dez fotografias de Manuel A. Bravo.
No período da Segunda Guerra Mundial a grande maioria dos Surrealistas europeus se exilou nos Estados Unidos, inclusive André Breton e Marx Ernst. Um grupo desses artistas posou para fotografia histórica, com todos que expuseram suas obras na mostra realizada na Galeria Pierre Matisse (Nova York, 1942). No país, o Surrealismo se tornou movimento influente sobre o grupo dos Expressionistas Abstratos norte-americanos (v.).
O pintor americano Mitchell Cashion (1953-2015) nasceu em Florence (Alabama). Na capital deste estado sulista, Birminghan, formou-se pequeno grupo de artistas voltados para a estética Surrealista. A pintura do grupo foi mais associada a temas como as Quimeras, inspiradas em Gustave Moureau (1926-1898); Cashion pintou O Senhor dos Fantasmas (1977). As obras do grupo norte-americano foram voltadas para a estética Surrealista próxima de Max Ernst (1891-1976), Yves Tanguy (1900-1955) e Wolfgang Paalen, que pintaram paisagens desoladas nas quais feras e formas estranhas pareciam reinar absolutas.
O Surrealismo se destacou na Romênia, país do Leste Europeu, onde foram publicadas muitas revistas pelas vanguardas do país, inclusive a Meridian [Meridiano] (1934-1946), de tendência Surrealista, publicada por 34 números seguidos (v. Revistas Internacionais Publicadas pelas Vanguardas Artísticas; v., revistas detalhadas).
O grupo do Surrealismo na antiga Tchecoslováquia (Praga, 1934-1942), do qual Jindrich Styrsky 1889-1942, Maria Toyen (Maria Cerminova Toyen, 1903-1980) e Jindrich Heisler (1914-1953) se tornaram os maiores expoentes. Os artistas fundaram a revista Surrealismus, na qual J. Styrsky colaborou como ilustrador, criando colagens agressivas. Breton proferiu palestra em Praga, na qual ele declarou que o Surrealismo em Praga teve importância similar ao movimento em Paris (1935).
Destacada exposição apresentou importantes obras dos Surrealistas no Brasil e expôs os originais das publicações do movimento, c. de 300 obras de arte, pinturas e esculturas, bem como obras raras de muitos artistas relacionados ao movimento como Gustave Moureau, Marcel Duchamp (1887-1967), Giorgio de Chirico (1888-1978), Henri Le Douanier Rousseau (1844-1910), Maria Martins (Maria de Lourdes Alves Martins Pereira, 1900-1973) e Tarsila do Amaral (1896-1973). A mostra realizou interessantíssimo e inédito Festival Cinema e Vídeo (Rio de Janeiro, CCBB, 2001; v. Cinema: Surrealismo no Cinema).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
BIRO, A.; PASSERON, R. Dictionaire général du surréalisme et ses environs.:sous la diréction de Adam Biro et René Passeron. Genève – Paris: Office du Livre et Presses Universitaires de France, 1982. 464p.: il., retrs., pp. 370, 418.
BRETON, A..Le Surrealisme et la Peinture. Paris: Gallimard. 1928. 1965.
CALMANN-LÉVY, C. André Breton: Le Grand Indésirable. Paris: Centre National des Lettres, 1990
CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978. 475p.: il.
INTERNET. Art Knowledge News - Keeping You in Touch with the World of Art... The National Gallery of Canada features "The 1930s ~ The Making of "The New Man". Disponível: "Art News" .Acesso: 29 dez., 2010.
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