segunda-feira, 18 de maio de 2015

BIOGRAFIA,VAN DOESBURG, Theo ou I. K. Bonset, dito: Christian E. M. Kuepper (1882-1931).

VAN DOESBURG, Theo ou I. K. Bonset, dito: Christian E. M. Kuepper (1882-1931). O artista multimídia nasceu em Utrecht (Holanda) e morreu em Davos (Suíça). Van Doesburg foi arquiteto, pintor, ilustrador, escritor e poeta. Apesar de suas primeiras obras datarem de 1899, sua primeira mostra individual foi realizada bem depois (Haia, 1908); ele também publicou artigos e poesias (Paris, 1913-). Van Doesburg foi muito amigo de Piet *Mondrian, tendo sido apresentado (1916) à Bart Van der *Leck e ao artista húngaro Vilmos *Huszar, que vivia na Holanda. Esse grupo de artistas, no qual predominou a influencia da estética de *Mondrian, fundou o De Stijl [De Estilo], tendo lançado a revista homônima, publicada em oitenta e sete números (Leiden, Holanda, 1917-1924). Esta publicação divulgou o movimento do Neo-Plasticismo, do qual Mondrian foi o fundador. Quando visitou Berlim (1920), e conheceu Hans Richter e Viking Eggeling Van Doesburg interessou-se pelo movimento Dadaísta. A obra de Van Doesburg foi influenciada pelos Dadaístas Raoul Hausmann e Kurt Schwitters, com quem Van Doesburg empreendeu campanha na Holanda (1922). Van Doesburg publicou (1922-1923) textos na revista Merz de K. Schwitters, quando utilizou o pseudônimo de I. K. Bonset. Na mesma época Van Doesburg editou a revista Mechano, obtendo a colaboração de muitos Dadaístas ativos em Paris. A Mechano foi publicada visando sua distribuição no Congresso dos Artistas Internacionais Progressistas (Dusseldorf, maio, 1922). Os Dadaístas reunidos desejavam a revitalização do seu movimento: vários grupos de artistas radicais participaram, como o Grupo Novembro [Novembergruppe], o Grupo Jovem do Reno [Junge Rhineland] Jovem v.], além de vários membros e mestres da Bauhaus, além de artistas independentes de várias nacionalidades (França, Rússia e Suíça). Os organizadores devotaram seu tempo na organização de eventos paralelos e festivais, inclusive musicais, o que provocou a cisão parcial de um grupo de vanguardistas que não concordava com a iniciativa. Os dissidentes, liderados por Hans Richter e o russo El Lissitsky (Lazar Markovich, 1890-1941), formaram em seguida a Facção Internacional dos Construtivistas, e organizaram o Congresso Internacional dos Construtivistas e Dadaístas (Weimar, 1922). Esse evento foi mais importante do que o primeiro congresso, pois ocorreu na cidade sede da Bauhaus (setembro, 1922); maiores dados sobre este congresso foram divulgados através do artigo de Hans Arp, publicado no exemplar vermelho de Mechano (n. 03, 1922). Mondrian e Van Doesburg romperam sua amizade em 1924, quando Mondrian não admitiu o uso da linha curva que Théo havia introduzido em suas obras. Van Doesburg foi incentivado pela editora da Bauhaus, que publicou um importante texto de sua autoria sobre os princípios fundamentais das artes plásticas à partir de trabalho teórico (1919). O artista expôs nas obras sua inovadora concepção espacial (1925): como membro do grupo De Stijl, Van Doesburg projetou obras de arquitetura, e desenhou o átrio de uma residência que o famoso arquiteto holandês J. P. Oud construiu (1917). Van Doesburg projetou algumas casas em colaboração com o arquiteto Van Eesteren (1925), tendo também projetado o espaço multifuncional de cinema e ao mesmo tempo salão de dança (Aubette, Estrasburgo). Essa edificação foi posteriormente demolida, mas restaram algumas fotografias publicadas (RAGON, 1992). Na mesma ocasião Van Doesburg associou-se a Hans e Sophie Arp, que pintaram nos tetos e nas paredes da construção decoração Abstrata e Geométrica, influenciada pelo Construtivismo russo. Van Doesburg construiu sua residência e ateliê no estilo Neo-Plástico, em Meudon-Val-Fleury, localidade próxima à Paris (1930). O ateliê tornou-se muito frequentado e, no início da década de 1930 Van Doesburg proferiu uma palestra na Escola Superior de Arquitetura (Barcelona), quando expôs suas teorias estéticas para alunos da instituição. Van Doesburg trabalhava na aplicação dos princípios plásticos De Stijl ao urbanismo, quando subitamente faleceu (1931). Logo depois foi homenageado com exposição retrospectiva (Paris, 1932) e mostra no Stedelijk Museum (Amsterdã, 1936). Na década seguinte sua esposa Nelly van Doesburg (1899-1975), persuadiu sete museus norte-americanos a apresentarem a retrospectiva itinerante da obra de seu marido (1947-1948). Finalmente, o Stedelijk Museum (Amsterdã), montou uma mostra retrospectiva do grupo De Stijl (1951). Esta mostra representou a Holanda na Bienal de Veneza (1952) e foi apresentada no MoMA (Nova York). A arte do grupo, especialmente a de Piet Mondrian foi apresentada na Sala Especial da II Bienal de São Paulo, no MAM (1953), que expôs 20 das mais importantes obras do artista, acompanhadas de obras de outros do grupo como Fridrich Vordemberge-Gildewart, apresentando cinco pinturas de Bart Van der Leck e quatro obras de Théo van Doesbourg (ambos os nomes se encontram com a grafia errada no catálogo original da mostra). As pinturas de T. van Doesburg que vieram ao Brasil foram quatro Composições: (n. 99, 1917, 80 x 100 cm),e (1924, 61 x 41 cm) do acervo do Stedelijk Museum (Amsterdã), e duas obras da coleção de Nelly van Doesburg, não discriminadas no catálogo. Para referência sobre outras mostras póstumas do artista, todas organizadas por N. van Doesburg, pode-se pesquisar a listagem que se encontra publicada no livro de Wies van Moorsel: De doorsnee is mij niet genoeg (Nijmegen, 2000). A obra de Van Doesburg Composição VII (1917, coleção particular, Meudon, França), se encontra reproduzida (SEUPHOR, 1957). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ADES, 1989, p. 129. CATÁLOGO GERAL. II Bienal do Museu de Arte Moderna. São Paulo: EDIAM, 1ª ed., dez., 1953, p. 195. HILHORST, C. Bart van der Leck. London: Christie, 2001 NÉRET, 1988, p. 687. SEUPHOR & RAGON, 1949, pp. 43, 163.

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