segunda-feira, 6 de abril de 2015

GRUPO (INTERNACIONAL PARISIENSE DO) CÍRCULO E QUADRADO [CERCLE ET CARRÉ] (Paris, 1929-1931).

GRUPO (INTERNACIONAL PARISIENSE DO) CÍRCULO E QUADRADO [CERCLE ET CARRÉ] (Paris, 1929-1931). Destaques; TORRES- GARCIA, Joaquín e Michel SEUPHOR. Foi o escritor e editor Michel Seuphor (Fernand Bercklaers, 1901-1999), quem organizou e apresentou a mostra do pintor alemão Friedrich Vordemberge-Gildewart (1899-1962), artista que participou do Grupo De Estilo [De Stijl] (Holanda e Paris, 1917-1925) e do Círculo dos Novos Desenhistas Comerciais (Hanover, Alemanha, 1929-1930). Na inauguração da mostra o artista encontrou o pintor uruguaio que morava em Barcelona, Joaquín Torres-Garcia (1874-1944), que colocou-o em contacto com Theo van Doesburg (1882-1931), que afinal levou-o até o ateliê de Piet Mondrian (1872-1944), que, na época, vivia em Paris. Este encontro capital foi suficiente para que Torres-García e Mondrian decidissem fundar o Grupo do Círculo e Quadrado [Cercle et Carré], o primeiro grupo da arte baseada nas teorias da Arte Concreta, desenvolvidas por Mondrian e o Grupo de Estilo. O holandês Piet Mondrian, mentor do Neo-plasticismo, recebendo a adesão do francês Jean Hélion (1904-1987) e do austríaco Otto Gustav Carlsund (1879-1948), lançou o único número da revista Arte Concreta [Art Concrete] (Paris, abril, 1930). Essa publicação tentou abrir caminho para a aceitação da outra revista do novo grupo Concreto, a Círculo e Quadrado. Essa nova revista de grande formato (31,6 cm x 23,7 cm), Cercle et Carré, lançou apenas três números: n. 1 (15 de março); n. 2 (15 de abril); e n. 3 (30 de junho, 1930). A revista e o convite da 1ª Exposição refletiram as teorias plásticas do Grupo Círculo e Quadrado, predominando tipografia nova e sóbria, estritamente geométrica. Foi organizada por Michel Seuphor a única mostra, dita, a 1ª Exposição Internacional do Grupo Círculo e Quadrado [Ière Exposition Internationale du Groupe Cercle et Carré], inaugurada na Galeria 23, situada na rua de La Boétie 23 (Paris, 18 abril - 30 maio, 1930). Participaram artistas destacados nas primeiras vanguardas européias e russas, como os suíços naturalizados franceses, Jean Arp (Hans Arp, 1886-1966) e Sophie Taeuber-Arp (1889-1943), além de Willi Baumeister (Alemanha, 1889-1955), Ingibjoerg H. Bjarnason (Islândia, 1890-1964), Carl Bucheister (Alemanha, 1890-1964), Marcelle Cahn (França, 1895-1981), Franciska Clausen (Dinamarca, 1899-1986), Jaime Colson (República Dominicana, 1901-1975), German Cueto (México, 1893-1975), o aluno de Kazimir Malevich em Vitebsk e de Wladislas Strzheminsky na Polônia, Serge Charchoune (Rússia, 1888-1957), Wanda Chodasewsky Grabrowska (Polônia, 1904-1983), Pierre Daura (Espanha – França, Pablo Francisco Daura y García, 1896-1976), Aleksandra Aleksandrovna Ekster (Rússia, 1882-1949), Fillia (Turim, Luigi Colombo, 1904-1936), Frantisek Foltyn (Tchecoslováquia, 1891-1976), Albert-Jean Gorín (França, 1899-1981), Auguste Herbin (França, 1882-1960), Vilmos Huszar (Hungria, 1884-1960), Vera Idelson (Rússia, 1893-1977), Luc Lafnet (França, 1899-1939), Oskar Wilhelm Luethty (Suíça, 1882-1945), Wassily Kandinsky (Rússia – Alemanha - França, 1866-1944), Le Corbusier (Suíça, 1886-1966), Fernand Léger (França, 1881-1955), Piet Mondrian (Holanda – França – EUA, 1872-1944), Amedée Ozenfant (França, 1886-1966), Anton Pvsner (Russo, naturalizado francês, 1886-1962), Luigi Russolo (Itália, 1883-1947), Luc Lafnet (França, 1899-1939), Alberto Sartoris (Itália, 1901-1998), Kurt Schwitters (Alemanha – Inglaterra, 1887-1948), Henryk Stazewsky (Polônia, 1894-1988), Michel Seuphor (França, Fernand Bercklaers), Joseph Stella (EUA, 1877-1946), Joaquín Torres-García (Uruguai), Albert-Jacques A. Welthy (Suíça, 1894-1965), Nicholas Hendryk Werkman (Holanda, 1882-1945), Wanda Wolska (1919-2012), Georges Vantongerloo (Bélgica, 1885-1965), Adya van Rees-Dutihl (Suíça, 1876-1959) e Otto van Rees (Suíça, 1884-1957), entre outros que constam do convite da mostra como Heib Host, Stefan Mosczynsky, Nechama Smurzkowski; e Hans Sushny, que sabemos participou da redação da revista MA [Hoje] (1918-1919), lançada em Budapeste, mas transferida para Viena (1919-1925) em razão da perseguição política sofrida por seu editor, Lajos Kassak (1887-1967). Os nomes de todos os participantes citados constam do convite dessa única mostra, que anunciou duas palestras, sendo a primeira de J. Torres-Garcia, Pintura [Peinture] (18 abril, 21 h.), e a segunda de Michel Seuphor, Arte Poética [Art Poétique] (30 abril, 21 h.), respectivamente o dia da inauguração e do término da exposição. Na inauguração foi apresentado concerto de Música ruidista, de Luigi Russolo (1885-1947), além de recital de Seuphor, da dita, Música Verbal (1930). Em seguida o grupo foi aceitando inúmeras adesões de artistas de variadas origens, chegando a ter c. de 100 associados, de várias nacionalidades, entre eles o espanhol Júlio Gonzalez (1876-1942), o italiano Enrico Prampolini (1894-1956), o inglês Ben Nicholson (1894-1982), o alemão Eric Olson (Erik Artur Olson, artista multimídia do Grupo de Halmstad), além do escultor norte-americano que vivia em Paris, Alexander Calder (1898-1976), entre outros. Na exposição do grupo a revista Cercle et Carré lançou seu segundo número, que publicou o ensaio A Arte Realista e a Arte Superrealista [L'Art Réalist et L'Art Superréaliste (La Morphoplastique et La Néoplastique)], de Piet Mondrian; Problemas do Teatro Moderno [Problèmes du Theatre Moderne], de Vera Idelson; declarações de Otto Freundlich, Xcéron, Bufano e Albert-Jean Gorin; Plástica da Arte [Plastique D'Art] de Georges Vantongerloo; Textual, Faça a Nova Pintura [Faire La Peinture Nouvelle] e Editorial por Michel Seuphor, além de cartas de Amédée Ozenfant, Georges Vantorgerloo, e dos professores da Bauhaus alemã, Hannes Meyer (1889-1954) e Willi Baumeister. Apesar dos nomes dos destacados vanguardistas associados, a mostra de arte não suscitou interesse por parte da imprensa. Foram parcos os comentários sobre a exposição, não passaram de poucos artigos publicados nos jornais da época e foram nulas as vendas de obras. O mundo passava por uma de suas piores crises econômicas, devido à recessão mundial provocada pela quebra da bolsa de Nova York (maio, 1929). A conjuntura desfavorável certamente concorreu para o fracasso do movimento do grupo e logo provocou sua dispersão. Quando J. Torres-Garcia voltou a viver em Montevidéu (Uruguai), ele deu continuidade à publicação da nova revista homônima, Círculo e Quadrado (1936-1943). Foram publicados os números 01-10, sendo n. 1, maio (1936); n. 2, agosto (1936); n. 3, fevereiro (1937); n. 4, maio (1937); n. 5, setembro (1937); n. 6, maio (1938); n. 7, setembro (1938); nos. 8/ 9/ 10, setembro (1943). Essa publicação tornou-se bastante influente sobre as vanguardas do cone sul das Américas e favoreceu o aparecimento da Arte Concreta Argentina, sendo o grupo mais conhecido o Grupo Madí (Buenos Aires). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: INTERNET. Dada is Der Moderne Bund [O Dadá é a Federação Moderna]. Disponível: Acesso: 10 maio, 2009. INTERNET. Cercle et Carré. Specific object. Retrieved from : http://www.specificobject.com/objects/info.cfm?object_id=17292 Acessed in October 26, 2014. CATÁLOGO. ADES, D. Art d'Amerique Latine, 1911-1968. Paris: Museé National d'Art Moderne, Centre Georges Pompidou, 1992, pp. 326, 514, 515.

Nenhum comentário:

Postar um comentário