sexta-feira, 10 de abril de 2015

BIOGRAFIA: VAN DER LECK, Bart (1876-1958).

BIOGRAFIA: VAN DER LECK, Bart (1876-1958). O artista nasceu em Utrecht (Holanda); e, juntamente com Piet Mondrian (Pieter Cornelis Mondriaan, 1872-1944), foi precursor do Abstracionismo Geométrico. A grande diferença entre a Abstração desses dois artistas holandeses foi que Mondrian, depois que alcançou sua rígida Abstração Geométrica, jamais voltou atrás, às obras de técnica Pontilhista com as quais iniciou sua carreira de pintor, seguindo a trilha do grupo dos Pós-Impressionistas franceses. No entanto, Van der Leck, seguindo o apelo da pintura mais facilmente aceita na época, retornou à pintura Figurativa (1918). O artista, oriundo de uma família numerosa e de modestos recursos, que alternava vários nascimentos com outras tantas perdas, conseguiu estudar somente até os 14 anos de idade, quando começou a trabalhar na oficina que produzia vitrais, onde aprendeu as técnicas desta arte antiga. Dois anos depois Van der Leck estabeleceu fraterna amizade com Piet Klaarhamer (1874-1954), arquiteto que posteriormente, tornou-se professor do mais destacado arquiteto holandês da época, Gerrit Rietveld (1886-1964). Nos próximos 25 anos Klaarhamer foi mentor intelectual de Leck: com ele o jovem aprendeu francês, leu prosa, poesia e estudou Teologia e Filosofia. Leck afastou-se das crenças católicas de sua juventude e abraçou algumas ideologias de cunho religioso alternativo, que, na época, ganhavam terreno na Holanda. O artista militou nas fileiras políticas das alas esquerdistas e logo se associou ao grupo Kunstliefde (Amor à Arte). Leck prosseguiu seus estudos artísticos, e frequentou a Escola Nacional de Belas Artes [Rijksschool voor Kunstnijverheid] (Amsterdã, 1900). No ano seguinte o artista passou a estudar no curso noturno de desenho da Academia Nacional de Belas Artes [Rijksacademie voor Beeldende Kunsten] (Amsterdã, 1901). A emergência do movimento das Artes e Artes Aplicadas [Arts and Crafts], liderado por William Morris (1834-1896) e seu grupo inglês, que, divulgado na Europa, influenciou a arte holandesa O artista passou curto período vagando pela Holanda, depois que terminou seus estudos nas academias de arte (1904), quando Leck ganhou a vida desenhando ilustrações para livros e executando obras ocasionais nas Artes Aplicadas, pintura em vidro e vitrais, bem como desenhos utilizados nas padronagens de tecidos para decoração de interiores sendo que, algumas vezes, o artista estabeleceu bem sucedida parceria com seu amigo Klaarhamer. O interesse de Leck nas Artes Aplicadas seguiu a filosofia do grupo inglês das Artes e Artes Aplicadas, retirando a arte do isolamento de sua torre de marfim para incorporá-la à vida diária. Como William Morris o artista desejava abolir os limites entre as ditas, Arte Erudita e Arte Aplicada e, muitas vezes, Leck realizou decoração de interiores, incorporando estes princípios às suas pinturas, colocando-as em painéis murais, parede a parede, ou utilizou-as como padrões para Tapetes, Tapeçarias e Azulejos cerâmicos esmaltados. O artista pintou obras diretamente inspiradas na natureza, quase sempre desenhando na técnica de pastel ou carvão sobre papel, principalmente por sua falta de recursos para comprar materiais artísticos dispendiosos como tinta a óleo. O artista encontrou sua futura esposa na professora Bertha Teering (1883-1959), com quem se casou em 1912, e que provou ser mais uma conquista importante para seu desenvolvimento intelectual. Leck conheceu o pintor H. P. Bremmer (1871-1956), que conquistou grande sucesso como professor talentoso da elite sofisticada, o que o elevou posteriormente à posição de patrono das artes e um dos mais influentes críticos de arte do país. Bremmer e Leck estabeleceram bela amizade, documentada por prolixa correspondência publicada (1994). Leck transformou suas obras Figurativas em Abstrações Geométricas, pequenas formas distribuídas de modo regular matematicamente calculado sobre a superfície branca da tela, na composição de cunho construtivista de grande vigor plástico e imensa originalidade, na época anterior mesmo ao movimento do Construtivismo russo. O grande prestígio que Leck conquistou no seu país, deveu-se principalmente ao ineditismo de sua pintura, obra de espírito rigoroso e preciso. Leck trabalhou lentamente suas obras pictóricas, pois, o artista tinha dificuldades de considerar suas obras acabadas, e assim sendo, muitas de suas pinturas permaneciam esperando seu término durante anos no ateliê. Este foi um dos motivos porque ao morrer, depois da vida inteiramente dedicada a arte e, que pode ser considerada longa para a época, Bart van der Leck deixou apenas 175 pinturas prontas. O artista estabeleceu nas suas obras uma pintura plana e, ignorando as distinções entre pintura e arquitetura, incorporou-as às paredes. E, mais ainda, passou a trabalhar em cima de folhas de asbestos, ignorando o suporte de madeira das telas, tendo assim unificado total e completamente a pintura e a arquitetura. Na pintura Leck aplicava as tintas de modo uniforme, evitando efeitos de luz e sombra, buscando a similaridade entre a realidade da forma e sua representação. O artista deixava suas formas flutuando soltas sobre o fundo branco da tela. Durante alguns anos seu amigo Bremmer providenciou renda regular para Leck em troca de suas obras; ele apresentou-o à proprietária da Wm. H. Müller & Co., uma das maiores empresas comerciais da Holanda, a importante colecionadora de arte Helene Kröller-Müller (1869-1939). Leck recebeu a bolsa de artista em residência, quando deveria trabalhar em conjunto com o famoso arquiteto H. P. Berlage (1856-1934), membro exclusivo da companhia citada. Leck foi logo enviado para passar dois meses e meio viajando através da Espanha e Algeria, voltando com novas impressões que deveria passar para projeto de vitral para a Cia. Muller. Na mesma época Leck foi convidado a desenhar cartaz para as Linhas Batavier, companhia de navegação que mantinha o serviço regular de carga e de passageiros entre Roterdam e Londres: na época, essas obras encomendadas resultaram excepcionais e até hoje marcam a presença de Leck nas Artes Decorativas e Gráficas holandesas. Leck foi viver com sua família em Haia - onde continuou a pintar - e a frequentar mais amiúde seu amigo Bremmer (1912). Foi depois desta época que o artista encontrou a estética pictórica inovadora, que transformou-se na sua maior contribuição para a arte das vanguardas artísticas do século XX. Leck começou a reduzir sua paleta pictórica primeiro para cores primárias e, em meados do ano de 1915, passou a pintar exclusivamente com pigmentos puros nas cores básicas e primárias - azul, vermelho e amarelo - acrescidas do preto e do branco. O artista já tinha abstraído o conteúdo da forma na composição de suas obras, mas, uma década depois, Leck acrescentou o cinza à sua paleta, uma mistura pouco usual nessa época. A primeira obra na nova paleta foi A Tempestade, seguida de Estivadores, que pintou no mesmo ano (1916). Durante os últimos anos a esperada parceria entre Leck e o arquiteto Berlage acabou não ocorrendo: ambos se transformaram em rivais artísticos, mantendo suas duas personalidades fortes de natureza conhecida como teimosa. Berlage avançou sua estética destinada a decorar os interiores de seus projetos arquitetônicos e desenhou obras integradas externa e internamente, deixando as marcas de sua estética inovadora nas suas edificações. Deste modo, havia pouco que Leck pudesse fazer em colaboração com as obras do arquiteto e ele acabou realizando pequenos serviços diretamente para Helene Kröller-Müller. No entanto, permanecendo insatisfeito, o artista pediu para ser liberado de seu contrato com a companhia (1916), o que resultou em outro contrato com novos termos: em troca de renda regular Leck passou a entregar seus quadros diretamente a Helene Kröller-Müller. Leck foi viver em Laren, cidade próxima à Amsterdã, onde existia uma colônia de artistas e a vida era pouco dispendiosa. Foi lá que Leck encontrou Piet Mondrian, que foi visitar sua família (1914) quando começaram os conflitos da Primeira Guerra Mundial e ficou impossibilitado de regressar a Paris, onde vivia. Tanto a arte de Leck como a de Mondrian tinham se desenvolvido a partir de caminhos diferentes, mas ambos chegaram a vários pontos em comum através de suas teorias de arte, fundamentadas na rigorosa síntese do mundo visível. Os artistas iniciaram curto período de amizade próxima e Mondrian apresentou Leck para o dito Christosopher (Filósofo cristão) Mathieu Schoenmaekers (1875-1944), que publicara dois livros: A Nova Imagem do Mundo [Het Nieuwe Wereldbeeld] (1915) e Princípios das Matemáticas Plásticas [Beginselen der Beeldende Wiskunde] (1916). As teorias de Schoenmaekers produziram severo impacto nas obras de ambos artistas, mas também na terminologia dos termos que Leck e Mondrian empregaram nas suas pinturas. Através de Mondrian e de Vilmos Huszar (1884-1960), que Leck conheceu nos círculos de amigos de Bremmer, em Haia, ele também conheceu Théo van Doesburg (1882-1931), no mesmo ano (1916). O resultado foi que todo o grupo se envolveu na fundação do grupo De Stijl [De Estilo] (Laren, 1917-1924), que publicou a revista homônima, De Stijl (v., nos APÊNDICES 07-08). Leck colaborou no primeiro número da revista lançada pelo grupo; no entanto, a repercussão da publicação de Mondrian e seus amigos artistas não se produziu rapidamente, pois Laren marcou o efeito de isolamento provinciano do grupo holandês. Mondrian contou com a importante colaboração da personalidade dinâmica do belga Georges Vantongerloo (1886-1965), que se tornou o grande promotor do movimento. O artista foi incansável na divulgação européia do movimento holandês e promoveu palestras e eventos; Vantongerloo distribuiu a revista e divulgou o movimento, principalmente na França, pois foi viver em Meudon, subúrbio de Paris: ele conheceu o editor Michel Seuphor (1901-1999), além de outros artistas de vanguarda, como o uruguaio Joaquín Torres-Garcia (1874-1949). Vantongerloo associou-se depois a Seuphor e Auguste Herbin (1882-1960), e, com eles, fundou o Grupo Arte Concreta Abstração-Criação [Art Concrète Abstraction- Création]] (Paris, 1932-1934). Leck colaborou com dois artigos para a revista De Stijl, nos quais analisou a natureza e funções da pintura e da arquitetura e a relação entre ambas, advogando a maior interação do pintor com o todo-poderoso arquiteto. No entanto as diferenças de opinião entre Leck e Van Doesburg, levaram à cisão do grupo e forçaram o afastamento de Leck do De Stijl. Na época, o artista, devido à influência de Mondrian sobre sua obra, adaptou-a aos princípios de M. Schoenmaekers. Leck continuou a pintar blocos de cores primárias flutuando sob fundo branco, mas reduziu suas imagens, quando aplicou mais e mais branco aos limites da tela. Finalmente Leck conseguiu reduzir suas formas a um grupo geométrico flutuando em um campo branco e, influenciado por Mondrian, deixou de dar título às suas obras, que apenas assinava e datava – e, por algum tempo passou a numerá-las atrás. As formas geométricas de Leck, seus blocos de cores que nunca se encontravam e tocavam, evoluíram de forma que suas composições passaram a integrar as obras pictóricas com passepartout invisível e imaginário. Em alguns casos o artista pintou grupo de formas quadradas e retângulos nas bordas do quadro, que se associavam somente na mente do espectador - de acordo com a teoria metafísica desenvolvida por Leck, suas formas abertas e livres sobre um fundo branco, acrescentavam à obra a abertura, que permitia ao espaço exterior tornar-se parte da obra. Leck tornou-se mais focado na estrutura de suas composições pictóricas (1917) e passou a distribuir seus blocos de cores sobre a pintura de acordo com um esquema de linhas imaginárias, tanto verticais bem como horizontais e diagonais, com o movimento de rotação desempenhando papel de crescente importância. A pintura Abstrata de Leck afastou-se do mundo visível e nada tinha em comum com as obras do início de sua carreira. No catálogo da mostra individual Tentoonstelling van werken door B. van der Leck, inaugurada na primavera na Vereninging Voor de Kunst (Utrecht, 1919), Leck chamou suas obras de Imagens Matemáticas. Outros dois quadros com novas Imagens Matemáticas foram pintados pelo artista (1921) e pertencem ao acervo do Museu Stedelijk (Amsterdã) e do Museu Central (Utrecht). Como Leck tinha começado estes quadros anteriormente, as obras não se enquadravam no contrato de exclusividade que o artista celebrou depois desta data com H. Kröller-Müller. No entanto, Leck necessitava do ponto de apoio para seus estudos voltados para a composição das formas geométricas e, na época, o artista descobriu a força e a facilidade da aplicação de seus desenhos Abstratos, de cunho Construtivista Geométrico, sobre obras decorativas; ao mesmo tempo Leck voltou à Figuração na pintura, tendo prosseguido com suas pesquisa de obras de rigor geométrico, que imediatamente aplicou às Artes Decorativas e criou, na sua nova e rigorosa estética, desenhos aplicados a Tapeçarias, Tapetes e Cerâmicas, bem como pintura de interiores. Bremmer e Kröller-Müller ficaram desapontados com o caminho para eles incompreensível que Leck escolheu para suas obras, pois somente perceberam o artista como mero imitador do estilo das obras de Mondrian. O fato ocasionou, depois do segundo ano de vigência, a quebra de seu contrato mais importante com H. Kröller-Müller; Bremmer ainda manteve durante mais um ano o contrato com Leck, que acabou também sendo encerrado. Ocorreu o rompimento de Leck com seu amigo Klaarhamer e, desta feita, o artista viveu profunda crise pessoal, quando se afastou completamente daqueles que até então haviam lhe dado maior apoio (março de 1919-). A obra, até então consistente e segura, passou por uma dicotomia que marcou a pintura de Leck durante alguns anos (1918-1921). O artista voltou a dar títulos às suas obras, sob a influência de Bremmer que, em meados da década de 1920, renovou o seu contrato com ele, quando Leck novamente deveria entregar todas as suas pinturas a ele, tendo este decidido vender tais obras a seus alunos ricos. Durante toda uma década o arranjo prosseguiu, sendo que a renda providenciada por Bremmer foi única fonte de renda Leck para o sustento de sua família. O artista trabalhava diligentemente, mas não produzia mais do que três ou quatro quadros por ano, sempre prosseguindo no desenvolvimento de sua linguagem pictórica pessoal, mas com avanços muito lentos e quase imperceptíveis para os leigos. No início da década de 1920 Leck podia ser considerado como um artista maduro e foi nesta época em que ele introduziu a cor cinza em suas obras, reduziu o número de áreas pintadas em cores primárias e começou à distribuir os acentos coloridos de forma mais sistemática sobre a tela. Deste modo Leck passou a explorar as fundações matemáticas do mundo visível mais sutilmente, mas de forma pesquisada e elaborada. O artista sofreu um enfarte (1929), do qual se recobrou lentamente; sofreu ainda mais quando Bremmer foi obrigado a reduzir sua renda, pois a crise global advinda da quebra da bolsa de Nova York atingiu a Europa de um modo geral. No entanto, Leck teve a sorte de arranjar outro patrono em Jo de Leeuw, proprietário de grandes lojas de departamentos, que vendiam além dos produtos convencionais obras dos artistas plásticos, desenhistas e arquitetos, que tinham a oportunidade de criar, mostrar e comercializar seus produtos nas lojas. A coleção destas lojas incluíam tecidos estampados com desenhos de Sonia Delaunay (1886-1979) e de Vilmos Huszar, Tapetes de Georges Vantongerloo e Mobiliário de Gerrit Rietveld ( e do arquiteto J. J. P. Oud (1890-1963). Leck tornou-se o encarregado da escolha das cores das coleções de tecidos e desenhou novos interiores para De Leeuw, nas lojas de Haia (1934) e Amsterdã (1950-1951), quando trabalhou em conjunto com G. Rietveld em ambos os projetos. Leck desenvolveu uma linha de tapetes com seus desenhos, alguns baseados nas pinturas matemáticas que o artista tinha completado apenas poucos anos antes e elaborou o design da linha de embalagens para o estabelecimento comercial. No final do ano (1933), Bremmer aconselhou o artista a criar uma linha de pintura em cerâmica esmaltada: Leck dedicou-se a esta pesquisa durante alguns anos e passou a produzir uma série de ladrilhos esmaltados comercializados através da Galeria de Arte de G. J. Nieuwenhuizen Segaar (Haia), para o público que Bremmer tinha cultivado. Mais uma vez Leck tinha-se voltado para a utilização de seus desenhos em obras de Arte Aplicada. Posteriormente, em meados da década de 1930, o artista, trabalhando em intervalos esporádicos, passou a produzir bem poucas pinturas. Leck prosseguiu muito lentamente com a evolução de sua obra através da década de 1940, quando produziu pouco, mesmo durante a guerra, em parte porque faltava material; Leck parece ter tido consciência de seu lento progresso, que pode ser observado pelas datas marcadas atrás dos quadros, alguns dos quais o artista levou seis anos para terminar, como a obra The Reaper (1946-1952). No pós-guerra, Leck finalmente conseguiu realizar seu ideal de integrar a Pintura e a Arquitetura, através de vários projetos que realizou, sendo que três se destacaram: para a fábrica Ketjen o projeto conjunto com seu amigo, o arquiteto Piet Filing (Amsterdã, 1952); o design de cores para o projeto da Escola Holandesa de Aviação (Eelde, 1953-1956), obra na qual ele trabalhou conjuntamente com Pierre Cuypers; e o mural, em cerâmica esmaltada para os estúdios VARA (Hilversum), realizados postumamente por Peter Filing. Estas obras que, finalmente, promoveram a oportunidade tão sonhada por Leck de criar Arte Monumental voltada para as grandes massas, como o artista sempre almejou. Na década de 1950 Leck continuou ativo, mesmo estando em idade avançada, próximo dos 80 anos. O artista começou a pintar composições Não-Figurativas e uma das principais razões para tal pode ter sido o ressurgimento do interesse nas obras do grupo De Stijl, que, finalmente, passou a ser bastante apreciado e reconhecido na arte holandesa e européia em geral, recebendo ainda sua melhor apreciação na América. Se bem que Bart van der Leck tivesse sido homenageado em vida com sua primeira mostra retrospectiva no Museu Stedelijk (1949), o artista certamente foi colocado de lado nas mostras institucionais do grupo De Stijl, que, de modo geral, foram celebradas somente com a participação das obras de P. Mondrian e de T. van Doesburg, entre outros; tal fato pode ter ensejado a decisão de Bart van der Leck de provar ao mundo que poderia ser capaz de produzir obras pintadas como composições completamente não-representacionais ou melhor, não-figurativas. O artista pintou então sete quadros que completou nos últimos quatro anos de sua vida, além de dez outras pinturas mais convencionais - foi como uma arrancada final de uma obra daquele que foi um mestre das vanguardas artísticas do século XX. Uma dessas pinturas foi Composição com uma listra cinza (1958, óleo/ tela, 110 x 105 cm). Esses sete quadros finais, destacados na obra do artista foram estudados no livro de W. C. Feltkamp: B. A. van der Leek: Vida. e. Obra. [B.A. van der Leek. Leven en werken] (1956). No livro, a primeira obra não-figurativa de Leck foi dada como tendo sido terminada em meados da década (1954), no entanto HILHORST (2001) discordou, atribuindo a data de término da pintura como sendo dois anos mais tarde (1956). O artista expôs postumamente na mostra Bart van der Leck 1875-1958, na Nationalgalerie (Berlim, 1977). Na exposição Mondrian e De Estilo, Colônia. [Mondrian und De StijI, Köln], na Galeria Gmurzynska (1979), na mostra Surge Van der Leck 1876-1958: a Busca da Imagem dos Tempos Modernos [Sort van der Leck 1876-1958. A la recherche de I'image des temps modernes], realizada no Instituto Holandês (Paris, 1980); na importante mostra Bart van der Leck, Otterlo, realizada no Museu Kröller-Müller (Otterlo, 1994), que ofereceu o mais completo panorama do desenvolvimento da obra de Van der Leck. Leck viveu em Blaricum (Holanda) e, talvez devido a este isolamento interiorano sua obra não alcançou o merecido reconhecimento. O pesquisador Cees Hilhorst editou a correspondência de Bart van der Leek com H. P. Bremmer, que se encontra publicada em Vriendschap op afstand. De correspondentie tussen Bart van der Leek en H. P. Bremmer (RKD - bronnenreeks I, Bussum, 1999) que também foi publicada traduzida em inglês. HILHORST (2001) citou nas suas notas que a primeira evidência do contato entre ambos foi através do cartão postal, que Bremmer enviou para B. van der Leck (11 maio, 1911). Outras fontes de informação recentes sobre o artista podem ser encontradas no livro De wereld in een dorp. Schilders, schrijvers en wereldverbeteraarsin Laren en Blaricum 1880-1920, de autoria de de Lien Heyting (Amsterdã, 1994). Outras fontes de referência acerca do envolvimento de Van der Leek com o grupo De StijI, são o artigo de Cees Hilhorst Bart van der Leck (Apud Carel Blotkamp et al. De beginjaren van De StijI 1917-1922. Utrecht, 1982), traduzido para o inglês como De StijI. The Formative Years 1917-1922 (Cambridge, Massachussets Institute/ London, 1985); para o italiano De StijI, Nascita di um movimento (Milão, 1989). Ainda o livro de Carel Blotkamp and Cees Hilhorst: De dissidente kunstenaars: Bart van der Leck, Vilmos Huszar, Georges Vantongerloo in Carel Blotkamp (ed.), De vervolgjaren van De StijI 1922-1932 (Amsterdã/ Antuérpia, 1996). Outras fontes são o livro de R.W.D. Oxenaar Bart van der Leck tot 1920. Een primitief van de nieuwe tijd, publicado em Utrecht/ Haia (1976); HILHORST (2001) informou que o artigo resumido, baseado nessa dissertação pode ser encontrado traduzido em vários idiomas; em inglês, The Birth of De Stijl, Part two: Bart van der Leek foi publicado em Artforum (n. XI, 1973); em alemão, como texto publicado no catálogo da mostra individual Bart van der Leek 1875-1958, na Nationalgalerie (Berlim, 1977), republicado revisado no catálogo da exposição Mondrian und De StijI, na Galeria Gmurzynska (Colônia, 1979); foi ainda traduzido em francês e publicado no catálogo da mostra Sort van der Leck 1876-1958. A la recherche de I'image des temps modernes, no Instituto Holandês (Paris). Ainda no livro de Petra Timmer, Metz & Co, De creatieve jaren (Metz e companhia, Os anos criativos, Rotterdã, 1995). O Museu Stedelijk (Amsterdã) dedicou à Leck mostra individual (1949). Uma de suas pinturas se encontra reproduzida (RAGON, 1992). O Museu Kröller-Müller (Otterlo), mantém site na internet (www.kmm.nl e pode ser acessado por e-mail: information@kmm.nl). REFERÊNCIASSELECIONADAS: ARTIGO. HILHORST, C. Bart van der leek, 1876-1958. London, Christies, 2001. DICIONÁRIO. PASSEK, J-L, GUILLEMOT, M. (Coord.). Larousse Dictionaire du Cinéma. Paris: Larousse, 1995. Larousse-Bordas, 1996, pp. 1594-1596. RAGON, 1992, SEUPHOR & RAGON, 1949, p. 207. STOKVIS, 1988, p. 13

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