sexta-feira, 7 de novembro de 2014

BIOGRAFIA; MONDRIAN, Piet; Pieter Cornelis Mondriaan (1872-1944).

BIOGRAFIA; MONDRIAN, Piet; Pieter Cornelis Mondriaan (1872-1944). O artista holandês nasceu em Amesfoort (Utretcht) e morreu em Nova York. Mondrian foi filho de familia calvinista e recebeu educação rígida e religiosa. O artista foi encaminhado pelo pai para a carreira de professor: Mondrian conquistou dois diplomas, que permitiram-lhe ensinar em escolas públicas na Holanda. O artista cursou a Academia de Arte em Amsterdam (1892-1897); para sobreviver tornou-se copista de obras nos nos museus. Mondrian não somente ensinou, ele também produziu desenhos para a indústria. O artista pertenceu às principais associações de pintores em Amsterdã. Mondrian viajou à Bélgica (1908), onde encontrou o pintor Jan Toorop (1858-1928), artista holandês espiritualizado nascido na Ilha de Java (v. biografia abaixo). Influenciado por Toorop, Mondrian passou a pintar temas esotéricos (1909). O artista se associou ao Comitê Diretor do Círculo de Arte Moderna (Amsterdã, 1911) e organizou importantes mostras coletivas, inclusive com a participação de artistas destacados nas vanguardas francesas Fauvistas e Cubistas. Mondrian foi viver em Paris (1912-1914) e expôs suas obras no Salão dos Artistas Independentes; somente após este período na França, quando Mondrian passou a desenvolver obras no estilo Pontilhista, foi que ele descobriu as Abstrações Geométricas através das quais sua obra tornou-se internacionalmente conhecida. Mondrian chegou à mais completa Abstração quando, pintando de forma pontilhista, eliminou as formas que não tinham contorno e permaneciam em primeiro plano nas suas pinturas. Na época, as pinceladas do artista diluíram a forma dos objetos, permitindo a luz penetrar no interior da forma. Mondrian em seguida eliminou a forma, ficou só com os pontos e traços: ele transformou-os em figuras geométricas. Esta transformação nas suas pinturas ocorreu somente depois que o artista conheceu a obra da Abstração Geométrica de outro holandês, o pintor Bart van der Leck (1876-1958). Foi com Van der Leck, Van Doesburg, Vilmos Huszar e Georges Vantongerloo, entre outros, que foi fundado o Grupo De Estilo [De Stijl], que publicou a revista homônima. Na época, Mondrian ficou indo para Laren, na Holanda e voltando a Paris; ele lançou na Galeria L'Effort Moderne, de Léonce Rosenberg, o livro que resumiu sua doutrina: O Neo-Plasticismo (1920). Nestes anos (1917-1920) Mondrian colaborou com artigos teóricos para as principais publicações das vanguardas européias: o artigo Nova Forma (Neue Gestaltung, 1925), de Mondrian foi, inclusive, publicado posteriormente pela editora da Bauhaus. Mondrian, tão rígido como suas pinturas, rompeu com Théo van Doesburg quando esse artista introduziu a linha curva nas suas telas, pois a teoria do Neo-Plasticismo dele foi absolutista. Na ocasião Mondrian escreveu a Van Doesburg (1924): […] Após sua correção arbitrária do Neo-Plasticismo, toda e qualquer colaboração que seja, tornou-se para mim impossivel […] (RAGON, 1992). Na década de 1930 Mondrian participou das mostras do grupo Círculo e Quadrado (Paris, 1930-1931), organizado por T. van Doesburg, o uruguaio Joaquín Torres-Garcia e Michel Seuphor, que encerrou suas atividades devido à morte precoce do principal organizador (1931). Quase no final da década (setembro, 1938), Mondrian visitou Londres, onde foi recebido por destacados artistas das vanguardas inglesas como Ben Nicholson, Barbara Hepworth e o Construtivista russo, posteriormente naturalizado francês, Naum Gabo, que lançou o Construtivismo na Inglaterra (1935-). Dois anos depois, Mondrian viajou junto com o artista Surrealista chileno Roberto da Matta para os Estados Unidos (1940), onde expôs em mostra coletiva na Galeria Pierre (Nova York, 1942), junto com o grupo de artistas europeus exilados que incluía vários Surrealistas, entre outros artistas destacados nas vanguardas européias, entre eles Marc Chagall, Fernand Léger, Roberto da Matta, André Masson, André Breton, Pavel Tchelitchev, na Galeria Valentine (Nova York, 1942). Na mesma galeria Mondrian expôs em mostra conjunta com a escultora Surrealista brasileira Maria Martins (Maria de Lourdes Alves Marins Pereira, 1900-1973), naquela foi sua última mostra (1943). A partir de sua estada em Nova York, importante transformação operou-se na obra de Mondrian: foi sua criação a obra de ritmos sincopados expressos na pintura Victory Boogie Woogie, que deixou inacabada (1942-1944). Mondrian morreu de congestão pulmonar, aos 72 anos de idade (Nova York, 1º fev., 1944). A obra de Piet Mondrian foi grande destaque na mostra individual promovida pelo MoMA (Nova York, 1945), seguida da exposição organizada pelo Museu Stedelijk (Amsterdã, 1946). Pouco depois (1947-1948), Nelly van Doesburg (1899-1975) esposa de Théo van Doesburg, persuadiu sete museus americanos a organizarem itinerância da mostra retrospectiva da obra de seu marido; e, finalmente, o Museu Stedelijk, organizou a retrospectiva muito aguardada do grupo De Estilo [De Stijl] (Amsterdã,1951). Esta mostra representou a Holanda na XXVI Bienal de Veneza (1952) e itinerou ao MoMA (Nova York). As obras de Piet Mondrian estiveram no Brasil, destacadas na Sala Especial da II Bienal de São Paulo (1953), que expôs 20 das obras selecionadas do artista, acompanhadas de obras de artistas do De Stijl (v. Bienal de São Paulo). A pintura mais antiga de Mondrian foi Natureza Morta com Pote de Gengibre (1910, 99 cm x 120 cm, na Coleção Slijper, Blaricum, Holanda). A Bienal expôs 5 obras de mesmo título: Composição (1920; 1922; 1928; 1929; 1933) e ainda sua conhecida, última pintura inacabada, que foi listada no catálogo como Composição Boogie-Woogie (1942-1943, 126 cm x 126 cm). Duas fotografias de Mondrian, bem jovem e de sua obra Composição com Cores Claras (1913), bem como seu quadro inacabado Vitória Boogie-Woogie (1942-1944), se encontram reproduzidas (RAGON, 1992); a Composição n. 07 (1913, acervo do Museu Salomon R. Guggenheim, Nova York), também encontra-se reproduzida (SEUPHOR, 1957). Outras mostras retrospectivas de Mondrian se seguiram após sua morte: na Khunsthalle (Berna, Suíça, 1947); no Museu Municipal (Haia, Holanda); na Kunsthaus (Zurique, Suíça); na Galeria Whitechapel (Londres, 1955); na XXVIII Bienal de Veneza, mostra itinerante à Roma e Milão (1956). Mondrian foi dos mais originais e influentes artistas do século XX; sua obra única, dotada de rigor geométrico concentrado no dualismo horizontal – vertical e nas cores primárias sempre acompanhadas do branco e do preto, elaborada em pinturas despojadas, que buscavam o rigor mais do que contemplativo. Depois da morte do artista, o mundo contemplou a obra de Mondrian e dela se apropriou a partir da década de 1960-1970, usando a estética do artista na Arte Aplicada e Decorativa, na estamparia de tecidos, nos acessórios da indústria da moda (bolsas, mochilas, etc.), na Arte Gráfica, Tipográfica e Publicitária, na decoração e nos utilitários de um modo geral. Mondrian marcou com sua influência vários dos expoentes da Pop Art norte-americana. REFERÊNCIAS SELECIONADAS: BRITT, D.; MACKINTOSH, A.; NASH, J. M.; ADES, D.; EVERITT, A; WILSON, S.; LIVINSGSTONE, M. Modern Art: from Impressionism to Post-Modernism. London: Thames and Hudson, 1989, 416p.: il. , pp. 191-193. CATÁLOGO GERAL. II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. São Paulo: EDIAM, 1ª ed., dez., 1953, pp. 190-196. DICIONÁRIO. SEUPHOR, M. Dictionaire de la peinture abstraite: precédé d´une histoire de la peinture. Paris: Fernand Hazam, 1957. 305p.: il., pp. 75-76. SEUPHOR, M.: RAGON, M.: PLEYNET, M. L'Art Abstrait. Paris: Maeght, 1949. 1971-1988, 05 v.: il. , pp. 224, 225. GIBSON, M. Duchamp Dada. Paris: N. E. F. Casterman, 1991. 263p.: il. ,p.237. RAGON, M..Journal de l´Art Abstrait. Genève: Skira, 1992. 163p: il., pp. 15, 23, 25, 60 STOKVIS, W. COBRA: Mouvement artistique international de la seconde aprés-guerre mondiale. Traduction de Robert Marrast. Paris: Albin Michel, 1988, , p. 13.

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