sábado, 20 de setembro de 2014

BIOGRAFIA: TCHELITCHEV, Pavel (1898-1957).

BIOGRAFIA: TCHELITCHEV, Pavel (1898-1957). O artista plástico, pintor de estilo Surrealista, cenógrafo dos Balés Russos de Sergei Diaghilev (1872-1929), nasceu em Kduja (Rússia) e faleceu em Lazio (Itália). Tchelitchev, que posteriormente se naturalizou norte-americano (1952), frequentou a Universidade de Moscou (1916-1918) e a Academia de Artes de Kiev (1918-1920). As primeiras pinturas de Tchelitchev abraçaram o estilo Cubo-Futurista das vanguardas russas: o artista foi influenciado pelas obras de Aleksandra Ekster (1882-1949). Na década de 1920 o artista foi viver em Berlim (1920-1923) e, em seguida, em Paris. O russo integrou-se às vanguardas francesas no Grupo dos Neo-Humanistas ou Neo-Românticos (v.), associado a Jean Cocteau (1889-1963), por muitas décadas a mais destacada personalidade das vanguardas francesas. Dois artistas do grupo, ele, Tchelitchev e Christian Bérard (1902-1949), tornaram-se cenógrafos consagrados, mas, enquanto as obras do artista francês foram práticas e eficientes, as do russo foram difíceis e dispendiosas. Tchelitchev criou cenários complicadíssimos para o balé Ode, a Grandeza da Natureza e a Aurora Boreal, baseado no poema de Mikhail Lomonosov, (1711-1765), dedicado à Imperatriz Elizabeth da Rússia (século XVIII), musicado com a Cantata do compositor Nicolas Nabokov (1903-1978) e encenado pelos Balés Russos, da Cia. Teatral S. P. Diaghilev (Paris, 1928). Os cenários moderníssimos de Tchelitchev foram realizados por Bóris Kochno (1904-1990), assistente de Diaghilev, a coreografia foi de Léonid Massine (1894-1979) e o espetáculo recebeu iluminação especialmente projetada pelo artista plástico e cineasta Pierre Charbonnier (1897-1978). O figurino vestiu os bailarinos com malha colante branca, que cobriu suas cabeças. O balé foi dançado por Serge Lifar (1905-1986), bailarino ucraniano naturalizado francês, no auge de sua beleza e juventude, que levou nas mãos uma esfera de cristal facetado, que produziu reflexos iridescentes nas cores do arco-íris. Tchelitchew modernizou esse balé, realizando obra atmosférica, contemporânea, com cenário e figurinos de grande ousadia, tido como uma das mais revolucionárias e originais cenografias e figurinos de dança. O balé fez sucesso discreto de público, mas foi incensado pela crítica teatral, que declarou ser essa criação uma das verdadeiras obras-primas dos Balés Russos, por ocasião de sua estréia no palco do Teatro Sarah Bernhard (6 de jun., 1928). Duas fotografias de Ode se encontram reproduzidas (SHEAD, 1993: 158-159). Tchlitchev, juntamente com Christian Bérard (1907-1949), realizou cenografia para a Os Balés [Les Ballets] (1933), companhia que Bóris Kochno, ajudou a organizar, financiada pelo rico anglo-americano Edward James. James foi casado com Misia, nascida Godbeska, conhecida como Misia Sert (v. biografia abaixo). Tchlitchev tornou-se amigo do escritor Surrealista René Crevel (1900-1935), que suicidou-se jovem. Na época, Tchelitchev não se associou ao Grupo do Surrealismo, mas quando ele, junto com seu parceiro, o escritor Charles Henri Ford (1908-2002), emigrou para a América (1934), se aproximou do grupo de artistas europeus liderados por André Breton (1896-1966), exilados desde o final da década de 1930. Obras do artista participaram das mostras norte-americanas, sendo que a primeira realizou-se na Glaeria Pierre (Nova York, 1942). Tchelitchev apareceu na fotografia conjunta com o grupo de André Breton e vários artistas europeus que participaram da mesma mostra, como Fernand Léger, Marc Chagall, Max Ernst, Roberto da Matta, Yves Tanguy e Piet Mondrian, entre outros. No período da Segunda Guerra Mundial Tchelitchev emigrou para os Estados Unidos, onde ele realizou com muito talento e sucesso, algumas obras cenográficas extraordinárias. Na sua vida norte-americana Tchelitchev desenhou ilustrações para a revista View, editada por Ford e pelo escritor e crítico de arte Parker Tyler (1904-1974), que publicou posteriormente o livro A Divina Comédia de Pavel Tchelitchev: Biografia [The Divine Comedy of Pavel Tchelitchew: A Biography (New York, Fleet, 1967). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: DICIONÁRIO. DUROZOI, G. Dictionaire de l'art moderne et contemporain. Sous la direction de Gérard Durozoi. Paris: Fernand Hazam, 1992. 676p.: Il, p. 614. DICIONÁRIO. SCHMIED, W.; WITFORD, F.; ZOLLNER, F. The Prestel Dictionary of Art and Artists in the 20th century. Munich – London - New York: Prestel, 2000. 383p.: il., p. 320. DICIONÁRIO. THOMPSON, K. A Dictionary of Twentieth-Century Composers: 1911-1971. London: Farber & Farber, 1973. 666p. 16,5 x 24,5 cm, pp. 429, 461, 462. INTERNET. Pavel Tchelitchew. From Wikipedia, the free encyclopedia. 12 set., 2008. Disponível em: http: //en.wikipedia.org/wiki/Pavel_tchelitchew Acesso em 02 de fev., 2009. SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p.: Il,.algumas color., 25 x 33 cm, pp. 119, 158, 183.

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