sábado, 11 de janeiro de 2014

BIOGRAFIA: JUNG, Carl Gustav (1875-1961).



 
BIOGRAFIA: JUNG, Carl Gustav (1875-1961).

O médico psiquiatra, psicólogo, sociólogo, antropólogo C.G. Jung, nasceu em Kresswill (Suíça), filho de Jean Paul Achille (1842-1896) e de Emma Preiswerk (1848-1923). A família mudou-se para Klein-Hünigen, cidade próxima à Basiléia, onde Jung estudou do ginásio até completar seus estudos na Faculdade de Medicina (1895-1900). Logo depois de formado, Jung tornou-se assistente de Eugen Bleuler, no Hospital Psiquiátrico de Zurique; o médico completou sua tese de doutorado Sobre a Psicologia e a Patologia dos Fenômenos ditos Ocultos (Zurique, 1902).

 
Jung viajou a Paris e passou um semestre de estudos com Pierre Janet, no Hospital da Salpétrière (1902-1903). O médico casou-se com Emma Rauschenberg (1903) e o casal concebeu cinco filhos, sendo quatro meninas e um menino. C.G. Jung tornou-se chefe da clínica no Hospital Psiquiátrico (Zurique, 1905-1909) e docente da Faculdade de Medicina (Zurique, 1905-1913), onde lecionou sobre Psicologia e Psiconeuroses. A partir de 1906, C.G. Jung passou a estudar a obra de Sigismund Freud, que visitou em Viena no ano seguinte, na época em que S. Freud tornara-se persona non grata no mundo universitário. As relações com Freud repercutiriam de modo negativo na carreira universitária de Jung, que resolveu enfrentar o desafio e assumir a defesa de S. Freud. Os dois médicos iniciaram intensa colaboração; C.G. Jung, participou do I Congresso de Psicanálise (Salzsburg, 1908), do II Congresso de Psicanálise (Nuremberg, Alemanha, 1910) e do III Congresso de Psicanálise (Weimar, 1911) e do IV Congresso Internacional de Psicanálise (Munique, 1913).

 
Jung distanciou-se de Freud quando estava escrevendo Metamorfoses e Símbolos da Libido (1908); seu capítulo com o sugestivo título O Sacrifício, no qual sua concepção do incesto e o conceito da libido custariam mais tarde o sacrifício de sua amizade com S. Freud. C. G. Jung iniciou sua clínica privada e. na companhia de Freud viajou aos Estados Unidos (1909); após certo período deu-se a ruptura da amizade de ambos  o que levou Jung a um período de desorientação e incerteza (1912).

 

 
O psicanalista C. G. Jung tornou-se o primeiro presidente da Associação Psicanalítica Internacional (1910-1914). O médico proferiu sua primeira conferencia sobre a Teoria Psicanalítica - Metamorfoses e Simbolos da Libido, na Universidade Forham (Nova York, 1912). No ano seguinte Jung foi demitido de seu cargo de docente na Universidade de Zurique (1913); mas ele proferiu conferencias (Londres e Aberdeen, na Escócia). Durante a I Guerra Mundial Jung foi mobilizado para o serviço de saúde e, quase no final da guerra, exerceu o cargo de comandante do campo de internação de prisioneiros ingleses em Chateau-d'Oex (Vaud, 1918-1919). Depois do término da guerra C.G. Jung viajou à Algéria e Tunísia.


 
Carl Jung iniciou seus estudos sobre a gnose (1916) e escreveu sobre Tipos Psicológicos (1921). No mesmo ano em que faleceu sua mãe o psicanalista comprou um terreno as margens de lago, na comunidade suíça de Bollingen, onde passou a construir sua casa (1923). No ano seguinte Jung viajou aos Estados Unidos, onde visitou a comunidade dos indios Pueblo (Novo México). Jung viajou novamente, desta vez ao Quênia, Uganda, às margens do rio Nilo - visitou os Elgonys (Monte Elgon, 1925-1926). Jung proferiu conferencia, publicada com o título de Dialética do Ego e do Inconsciente - sobre a Energética Psíquica (Paris, 1928). Jung recebeu o manuscrito O Segredo da Flor de Ouro (1929) de Richard Wilhelm, que comentou; no mesmo ano Jung escreveu A Energética da Alma e tornou-se vice-presidente da Sociedade Médica Geral para Psicoterapia (1930). No ano seguinte Jung publicou Problemas Psicológicos do Tempo Atual (1931); C.G. Jung recebeu o Prêmio de Literatura da cidade de Zurique (1932) e participou do I Seminário na Escola Politécnica da Universidade de Zurique (1933). Jung proferiu sua primeira conferência Eranos (Ascona, Suíça) e, no mesmo ano, viajou ao Egito e à Palestina.


 
Jung tornou-se presidente da Sociedade Médica Geral para Psicoterapia (1934) e tornou-se redator-chefe da Zentralblatt für Psychotherapie und ihre Grenzgebiete (Leipzig, 1934-1939). Jung lecionou na Escola Politécnica Universitária (E.T.H., 1935-1942) e fundou a Sociedade Suíça de Psicologia Aplicada, no mesmo ano em que proferiu palestra em Londres (1935). No ano seguinte C. G. Jung foi homenageado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Harvard (Massachussets, Estados Unidos, 1936). Jung proferiu as conferencias Terry, na Universidade de Yale (Connecticut, Estados Unidos, 1937).

 
O psicanalista viajou a Índia, à convite do governo britânico e presidiu o Congresso Internacional de Psicoterapia (Oxford, UK), onde recebeu o título de Doutor Honoris Causa (1938). Jung tornou-se membro da Sociedade Real de Medicina (Londres, 1938). No ano seguinte Jung foi demitido da Sociedade Médica Geral Internacional para a Psicoterapia (1939) e suas obras, juntamente com as de S. Freud, foram incluídas na dita, Lista Otto. Jung escreveu Psicologia e Religião (1940) e publicou, junto com Kérényo, Essência da Mitologia (1941); e, no ano seguinte, Jung foi demitido de seu cargo de docente na E.T.H. (1942), mas tornou-se membro da Academia Suíça de Ciências (1943). No ano seguinte, Jung foi nomeado para a cátedra de Psicologia da Faculdade de Medicina da Basiléia, mas foi obrigado a resignar por motivo de saúde: Jung quebrou o pé e sobreveio um infarte. Este período de doença levou C.G. Jung a aceitação completa do seu ser; o psicanalista escreveu Psicologia e Alquimia (1944) e tornou-se Doutor Honoris Causa da Universidade de Genebra (1945).Jung escreveu Psicologia da Transferência e Psicologia e Educação (1946) e, dois anos mais tarde inaugurou o Instituto C.G. Jung (Zurique, 1948). Jung publicou As Formações do Inconsciente (1950) e Aïon (1951); Sobre a Sincronicidade, Revisão das Metamorfoses da Alma e seus Símbolos e Resposta à Jó (1952). No ano seguinte foi publicada a tradução inglesa de R.F.C. Hull do primeiro volume das Obras Completas de C. G. Jung (1953). Jung publicou Razões da Consciência (1954).


O psicanalista recebeu o título de Doutor Honoris Causa da E.H.T. (Zurique, 1955) e publicou Mysterium Conjunctions (1955-1956); publicou Presente e Futuro (1957) e começou a redigir com Anielle Jaffé sua biografia Minha Vida (1957). Jung concedeu uma entrevista televisionada a John Freeman, para a B.B.C. (Londres, 1957), que alcançou grande repercussão e grande número de telespectadores. Foi publicado o primeiro volume das Obras Completas de C. Gustav Jung, em alemão (1958). Vivendo em Küsnackt Jung recebeu o título de Cidadão Honorário (1960). O psicanalista terminou seu livro Ensaio da Exploração do Inconsciente para O Homem e seus símbolos; e 10 dias depois faleceu na sua residência (Küsnackt, Suíça).

Nos Estados Unidos a maior divulgação da obra de Carl Jung deu-se através da Fundação Bollingen, dirigida pela Sra. Paul Mellon,a milionária Mary Mellon, então discípula de C. G. Jung (1943-1946). Depois que M. Mellon faleceu, a Fundação continuou com suas atividades sob a presidência de Paul Mellon e publicou a maioria dos livros de C.G. Jung, que, de outro modo, teriam muito pouca chance de chegarem ao mercado editorial norte-americano. Através de um programa orientado de bolsas de estudo a Fundação Bollingen patrocinou estudos sobre a Arte e a Religião Asiáticas, a Cultura e a Arqueologia Maia e as Religiões Indígenas, no México e em Cuba, bem como a cultura do Índio Americano. Como resultado prático destes estudos teóricos Maud Oakes organizou a primeira mostra das pinturas de areia dos indios Navajo na Galeria Nacional, por ocasião do lançamento de seu livro sobre o mesmo
tema (Washinghton, D.C., 1943).



 
Sobre a relação das vanguardas do movimento do Expressionismo Abstrato norte-americano com a obra escrita de C. G. Jung, BELGRAD (1998) declarou:
 
Entre a vanguarda americana a psicologia analítica de Carl Jung suplementou as teorias surrealistas sobre o papel social e psicológico da arte. [...] Jung e Paalen envisionaram o artista como um herói mítico. [...] Alguns artistas americanos leram obras de Jung, que tornaram-se disponíveis em inglês; outros conheceram suas idéias, através de amigos que leram suas obras ou de psicólogos analistas aos quais se dirigiram para tratamento.[...]

O citado Wolfgang Paalen publicou a importante revista Dyn (Coyoacán, México, 1942), contando com a colaboração do artista plástico norte-americano Robert Motherwell, entre outros, que levou a revista para ser distribuída a partir de Nova York. Os artigos escritos por Paalen, valorizaram a cultura e a arte totêmica dos indios americanos, que Jung descobriu na sua viagem ao Novo México, quando o psicanalista visitou a comunidade dos indios Pueblo (1924).
 
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 



BELGRAD, D. The Culture of Spontainety: Improvisation and the Arts in Postwar America. Chicago - London: The University of Chicago Press, 1998. 343p.: il., p.100.


 
 
JUNG, C.G. O Pensamento Vivo de Jung. São Paulo: Martin Claret Editores, 1986, pp. 34-43 

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