EPSTEIN, Sir Jacob (1880-1959).
Epstein nasceu em Nova York e morreu em Londres; ele estudou na Liga dos Estudantes de Arte [Arts Student's League], em Nova York. Em Paris o artista estudou na Academia Julian (1902-1905). Epstein radicou-se em Londres (1905), onde posteriormente naturalizou-se (1911).
Epstein teve a sorte de ser convidado para esculpir a série de 18 estatuas gigantescas, para compor a fachada do novo prédio da BMA - Associação Médica Britânica [British Medical Association]. O artista esculpiu com ajuda de assistentes as grandes figuras, inicialmente em gesso, mas depois passou a executá-las talhadas na pedra diretamente no local do edifício The Strand. No entanto, depois da obra pronta Epstein sofreu forte campanha na imprensa, liderada pelo pessoal do prédio em frente ocupado pela Associação Nacional de Vigilância [National Vigilance Association], que implicou com as figuras femininas que Epstein esculpiu dentro dos preceitos, segundo ele,
[…] dos grandes fatos primários do homem e da mulher […]
para citarmos as palavras do artista publicadas (HULTEN, 1986). As obras foram salvas da destruição por artistas como ele, diretores de museus e críticos de arte, que levantaram suas vozes em prol da permanência das estátuas; no entanto, 20 anos depois, os novos proprietários do edificio finalmente conseguiram mutilar as obras de Sir Epstein, apesar de nova batalha em prol da preservação da integridade das obras. Este foi o primeiro dos grande escândalos da carreira longa e controversa de Epstein, que participou do primeiro movimento importante das vanguardas inglesas: o Vorticismo (1914-1917), com o artista plástico e escritor Percy Whyndham Lewis (1884-1957) e o poeta americano Ezra Pound (1885-1972), entre outros.
Outra das obras escultoricas de Epstein que foram inspiradas em antigas civilizações e que foram influenciadas pela simplificação formal da escultura de Constantin Brancusi (1876-1957) e Amedeo Modigliani (1884-1920), que Epstein conheceu durante a sua temporada em Paris, quando esculpiu as estátuas homenageando Oscar Wilde (1854-1900). Epstein esculpiu na pedra dois anjos na estética Assíria, obras colocadas lateralmente no túmulo parisiense do escritor inglês, mas depois censuradas e banidas (1912). Os artistas de franceses de vanguarda aconselharam Epstein a prosseguir nas suas pesquisas em torno da modernidade da forma.
No ano seguinte o artista regressou a Londres bastante inspirado e assim o fez, preparando sua primeira mostra individual na Galeria Vinte e Um [Twenty One Gallery], inaugurada no final do ano (Londres, dez., 1915). Nessa mostra individual Epstein apresentou sua revolucionária escultura à qual incorporou a máquina que havia adquirido para corte de pedras duras, a furadeira para pedras [rock drill], da marca American. Epstein resolveu incorporá-la à obra, tendo por este gesto se tornado o precursor da moderna escultura do século XX, devido à obra polêmica intitulada Perfurador de Rocha [Rock Drill]. [Na escultura Epstein acrescentou a figura de operário (driller) em gesso, ao qual incoporou a máquina estática. A obra revolucionária foi alvo de intensas discussões pois o artista visualizou seu trabalhador como robô, homem - máquina, antecipando por mais de meio século a incorporação de objetos mecânicos e polêmicos à arte do século XX. Décadas depois Robert Rauschemberg incorporou objetos como pneu e eixo de carro à sua obra sobre tela ou tambores de óleo aos seus modernos Combinados [Combines]. O que Epstein fez foi justamente um combinado bastante audacioso e precursor da tendência de grande abertura na arte das vanguardas artisticas mundiais. Epstein concebeu outra versão mais moderada de seu Perfurador de Rocha [Rock Driller] (1916, bronze), no qual o artista viu o operário como vítima, com o braço mutilado. No entanto, essa vanguarda avançada foi fase passageira na obra de Epstein, pois o artista voltou-se para obras mais humanizadas, como suas monumentais Vênus (par), que expôs na sua segunda mostra individual nas Galerias Leicester [Leicester Galleries] (Londres, 1917).
No ano seguinte o artista regressou a Londres bastante inspirado e assim o fez, preparando sua primeira mostra individual na Galeria Vinte e Um [Twenty One Gallery], inaugurada no final do ano (Londres, dez., 1915). Nessa mostra individual Epstein apresentou sua revolucionária escultura à qual incorporou a máquina que havia adquirido para corte de pedras duras, a furadeira para pedras [rock drill], da marca American. Epstein resolveu incorporá-la à obra, tendo por este gesto se tornado o precursor da moderna escultura do século XX, devido à obra polêmica intitulada Perfurador de Rocha [Rock Drill]. [Na escultura Epstein acrescentou a figura de operário (driller) em gesso, ao qual incoporou a máquina estática. A obra revolucionária foi alvo de intensas discussões pois o artista visualizou seu trabalhador como robô, homem - máquina, antecipando por mais de meio século a incorporação de objetos mecânicos e polêmicos à arte do século XX. Décadas depois Robert Rauschemberg incorporou objetos como pneu e eixo de carro à sua obra sobre tela ou tambores de óleo aos seus modernos Combinados [Combines]. O que Epstein fez foi justamente um combinado bastante audacioso e precursor da tendência de grande abertura na arte das vanguardas artisticas mundiais. Epstein concebeu outra versão mais moderada de seu Perfurador de Rocha [Rock Driller] (1916, bronze), no qual o artista viu o operário como vítima, com o braço mutilado. No entanto, essa vanguarda avançada foi fase passageira na obra de Epstein, pois o artista voltou-se para obras mais humanizadas, como suas monumentais Vênus (par), que expôs na sua segunda mostra individual nas Galerias Leicester [Leicester Galleries] (Londres, 1917).
Epstein ficou relutante em associar-se ao Vorticismo, organizado por Percy Wyndham Lewis; no entanto, depois que aceitou, dividiu o desejo de forjar a nova sociedade da era da máquina e criou ilustrações para a Rajada, Revista do Grande Vortex Inglês [Blast, Review of the Great English Vortex] (n. 1, 1914).
Na decada de 1920 Epstein dedicou-se à esculpir bustos de personalidades que fundiu em bronze dentro da tradição de Auguste Rodin, obras nas quais sobresaía o caráter do retratado. O artista conseguiu muito sucesso nesta fase mais tradicional de sua obra, mas o que realmente destacou o trabalho de Epstein na arte das vanguardas foram suas esculturas monumentais e sua ousadia vanguardista, bem como sua participação no Vorticismo, movimento pioneiro nas vanguardas inglesas.
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., pp. 472-473. 30 x 22 cm.
DICIONÁRIO.SCHMIED, W.; WITFORD, F.; ZOLLNER, F. The Prestel Dictionary of Art and Artists in the 20th century. Munich – London - New York: Prestel, 2000. 381p.: il., pp. 111, 201. 27.5 x 20 cm.
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