terça-feira, 26 de novembro de 2013





BIOGRAFIA: COBURN, Alvim Langdon (1882-1966).


O artista plástico conhecido como um dos primeiros fotógrafos do século XX, nasceu em Boston e morreu em Rhos-on-Sea (Whales, UK). O artista se naturalizou inglês (1932). Coburn estudou fotografia e recebeu influência dos artistas das vanguardas de sua geração como do fotógrafo Edward Steichen (1879-1973) e de James McNeill Whistler (1834-1903), este um dos mais importantes pintores norte-americanos, mas que sempre viveu na Europa entretanto mantendo vínculos com o país natal onde expôs frequentemente.


 
Coburn foi viver em Londres (1899-) na companhia de seu primo, o fotógrafo americano F. H. Day (Fred Holland Day, 1864-1933), controverso na época por fotografar adolescentes nus, hoje homenagado e com obra estudada em universidades. Coburn iniciou seu aprendizado nas técnicas da fotografia e foi H. Day quem exerceu maior influência sobre sua arte e tornou-se o principal responsável pela inspiração inovadora e anticonformista do novo artista. Obras fotográficas de Coburn participaram de várias mostras na Inglaterra; depois de temporada na França, o artista voltou aos E.U.A., e, em Nova York, asociou-se ao Clube da Câmera [Camera Club]. Coburn, juntamente com Alfred Stieglitz (1864-1946), Edward Steichen, Clarence White (Clarence Hudson White, 1871-1925) e Gertrude Käsebier (1852-1934), participou da formação inicial do Grupo da Foto-Secessão (Nova York, 1903).


Pouco tempo depois Coburn voltou a viver em Londres (1904), onde seu compatriota Ezra Pound (1885-1972)apresentou-o aos Vorticistas, que formaram o grupo do Vortex Inglês (1914-1917), liderado por Wyndham Lewis (1884-1957). Coburn colaborou com os Vorticistas, mas como vários outros artistas do grupo não assinou o Manifesto. O fotógrafo executou várias obras na estética deste grupo além de certo número de retratos de personalidades que expôs nas duas mostras nacionais coletivas do Vortex, sendo a primeira realizada nas Doré Galleries (Londres, 10 jun., 1915) e a segunda na Leicester Gallery (1916). No século XX estas foram as primeiras mostras que permitiram que a fotografia fosse apreciada como obra de arte, no mesmo nível de outras técnicas consagradas como a pintura e a escultura.

Como Coburn desejava executar com sua câmera fotografias Abstratas, dentro da estética das obras do Grupo do Vortex Inglês, dos artistas que adotaram o vórtice, ou seja, o ponto de confluência da perspectiva em cada fotografia e em cada pintura dos artistas do grupo. Para conseguir tal resultado Coburn inventou e desenvolveu instrumento ótico especial, o dito, Vortoscópio (Vortoscope, 1916). O engenhoso aparelho era composto por três espelhos, todos em forma de triângulo, que se encontravam no ângulo agudo do vórtice, ponto da confluência dos espelhos. Para a confecção deste aparelho Coburn utilizou princípios similares ao do caleidoscópio, e, com sua ajuda, o artista fotografou pessoas e objetos.


As novas fotografias de Coburn, denominadas agora de Vortografias estiveram em exposição na mostra individual do artista, que publicou catálogo intitulado Vortografias e Pinturas [Vortographs and Paintings] (Londres, 1917). Entre as melhores vortografias de Coburn está o retrato de Ezra Pound, que explodiu em inúmeras formas geométricas luminosas (1919; 1920). O retratado gostou bastante do resultado obtido e Coburn tornou-se fotógrafo requisitado pela intelectualidade britânica. Desde o começo da carreira o artista executou retratos dos escritores H. G. Wells (Herbert George Wells,1866-1946), George Bernard Shaw (1856-1950), G. K. Chesterton (Gilbert Keith Chesterton, 1874-1936), da Dame Edith Sitwell (Edith Louisa Sitwell, 1887-1964) e dos agraciados com o Prêmio Nobel de Literatura, o poeta irlandês W. B. Yeats (William Butler Yeats, 1865-1939) e o escritor norte-americano amigo de Pound, T. S. Elliot (Thomas Stearns Eliot, 1888-1965), entre outras personalidades. Coburn reuniu suas melhores fotografias nos álbuns Homens Marcantes [Men of Mark] (1913) e Mais Homens Marcantes [More Men of Mark] (1922). O fotógrafo publicou bem mais tarde o livro Alvin Langdon Coburn Fotógrafo: uma autobiografia [Alvin Langdon Coburn Photographer: an Autobiography] (1966).
 


Coburn efetuou experiências com piano automático: ele não prosseguiu com suas pesquisas no campo dos instrumentos musicais por muito tempo, mas nunca desistiu de seu aparelho, o Vortógrafo. A excelente fotografia de Coburn na qual retratou seu amigo Wyndham Lewis no ateliê (fev., 1916), se encontra publicada na antologia de textos vorticistas (LEWIS, 1982).


 
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 
CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., pp. 427-429, 454.

 
 

DICIONÁRIO.BREUILLE, J-P. Le dictionnaire mondial de la photographie : la photographie des origines a nos jours. Sous la direction de Jean-Philippe Breuille. Paris: Larousse, 1994. 735p.: il., retrs, pp. 145-146. (Dictionnaires specialisés).


 

DICIONÁRIO.CHAMBERS. Biographical Dictionary. COBURN, Alvim. London: Melanie Parry-Chambers-Hanap, 1997, p. 416.



 
ENSAIO. LEMAIRE, G-G. Prolégomènes au Vorticisme: Flux et Reflux en Angleterre. Traduction de Thérèze Fossatti. ApudCATÁLOGO. CORK, R.; ELIOT, T. S.; KENNER, H.; LEMAIRE, G-G.; LEWIS, W.; McLUHAN, M.; POUND, E.; RODITI, É.; WEST, R. Windham Lewis et le Vorticisme. Paris: Centre Georges Pompidou, Pandora Ed., 1982. (Cahiers Pour un Temps).



 
ENSAIO. LEWIS, W. Wyndham Lewis et le vorticisme. Traduction de Thérèse Fossatti. Apud CATÁLOGO. CORK, R.: KENNER, H.: LEMAIRE, G-G.: LEWIS, W.: McLUHAN, M. :POUND, E.; RODITI, E.: WEST, R.; BRETTE. A. Windham Lewis et le vorticisme. Paris: Centre Georges Pompidou, Ed. Pandora, 1982, pp. 32, 96, 161-162. (Cahiers pour un temps). 

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