segunda-feira, 13 de maio de 2013



 
HISTÓRIA DA ARTE EUROPÉIA DE VANGUARDA.
ARTISTAS ESTRANGEIROS PARTICIPANTES DE MOSTRAS DA SECESSÃO VIENENSE:
SEGANTINI, GIOVANNI (1858-1899);
STIEGLITZ, ALFRED (1864-1946;
V. fotografia de Stieglitz no meu Blog: <http://arteamericanadevanguafrda.blogspot.com>.




 



 
 

SEGANTINI, Giovanni (1858-1899).

 
O pintor nasceu em Arco (Trento, Itália); ainda criança ele foi abandonado por seu pai nas ruas de Milão. Segantini foi acolhido em orfanato, cujo diretor reconheceu seu talento artístico e enviou-o para estudar na Academia de Brera (Milão, 1886-1894). O pintor descobriu a literatura; ele estudou a filosofia e a poesia dos Simbolistas. Obras de Segantini participaram da mostra da associação de artistas, dita, Secessão Vienense (Wiener Sezession, 1898). Segantini conheceu em Viena o negociante de arte alemão Paul Cassirer e os artistas plásticos Max Lieberman e Gustav Klimt.


Segantini foi o primeiro artista italiano que usou com maestria em muitas de suas obras a técnica Divisionista da pincelada, que levaram-no a quase alcançar à Abstração nas suas pinturas, A princípio, as obras tinham cores escuras, mas Segantini, de natureza mística, descobriu a beleza da luz que utilizou em suas paisagens de grande lirismo. O artista pertenceu à Scapigliatura milanese, juntamente com o pintor Mosè Bianchi (1840-1904), o escultor Giuseppe Grandi (1843-1894), entre outros pintores todos do dito, Ottocento italiano (v.). Segantini foi artista contemporâneo de Gaetano Previatti, com quem sua obra pictórica de aspirações poéticas demonstrou muita afinidade.

        
O Divisionismo descoberto por Seganitni inspirou o maior expoente das vanguardas francesas do Neo-Impressionismo, ou Pós-Impressionismo, Georges Seurat. Os também ditos Pós-Impressionistas, mais tarde, influenciaram os Futuristas, sendo esta influência reconhecida por Umberto Boccioni. Segundo ALBINI (1943), Segantini se associou à pesquisa de um cromatismo denso, de uma rica intensidade pictórica, partindo da teoria mais convencional do quadro histórico, ele produziu obras despojadas, intensas e mesmo violenta na sua construção, lembrando os pintores italianos do século XVII, como no quadro A vendedora de peixes. Depois, pouco a pouco, sua pintura adquiriu tonalidades humanitárias e o artista chegou ao Simbolismo.

As obras mais conhecidas de Segantini, foram suas pinturas de paisagens de montanhas; ele pintou bastante, durante os últimos anos de sua vida, que passou na região montanhosa de Engadine. Nesta fase de sua pintura, segundo ALBINI (1943), Segantini esqueceu-se do Divisionismo, ultrapassando-o uma vez mais, devido a seu amor espontâneo à matéria pictórica e a bela paisagem iluminada da região alpina. O artista faleceu na ocasião em que pintava o tríptico destinado à Exposição Universal (Paris, 1900), que permaneceu inacabado.

 
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 
ALBINI, C. Les Arts Plastiques en Italie, de 1860 a 1943. Traduction de Maria Brandon-Albini. Paris: Ed. Entente, 1943, pp. 32-34.

GIBSON, M, NERET, G. Symbolism,Figures du Moderne, 1905-1914. Cologne: Benedikt Taschen, 1992, 1995. 255p.: il.,
p. 242.


 

 

HISTÓRIA DA ARTE EUROPÉIA DE VANGUARDA. STIEGLITZ, Alfred (1864-1946).



O fotógrafo norte-americano nasceu em Hoboken (Nova York); ele estudou as técnicas fotográficas com Hermann Wilhelm Vogel, na Technische Hochshule (Berlim, 1882-1890). Esta fase da fotografia européia e norte-americana foi marcada pelo, dito, Pictorialismo Fotográfico, marcante na obra de Peter H. Emerson. Stieglitz recebeu o 1o Prêmio em um concurso para fotógrafos amadores, promovido pela Heliochrome Co. - Photochrome Engraving Co. (1887), e, em consequência da premiação, ele publicou seu primeiro álbum de fotogravuras com reproduções fotográficas de paisagens das cidades de Viena, Paris e Londres (1890). No ano seguinte as obras fotográficas de Stieglitz participaram da mostra da associação de artistas conhecida como a Secessão Vienense (Wiener Sezession, Viena, Àustria, 1891, v. grupos da Secessão, abaixo).



De volta a Nova York, o jovem fotógrafo Stieglitz, se tornou editor da revista do Camera Club, e depois, ele lançou a publicação Camera Work (1903-1919). Stieglitz organizou com um grupo de fotógrafos a dita, Photo Secession e lançou as The Little Galleries of The Photo Scession, que ficou conhecida como a 291 Art Gallery (Nova York, 1905-1917), por estar situada neste número na 5th Avenue; anos mais tarde ele lançou a revista 291 (1915-1916), expressão das vanguardas artísticas norte-americanas, especialmente as fotográficas.


Quando Marcel Duchamp e Francis Picabia passaram prolongada temporada em Nova York (1915-1918), a revista 291 apoiou os artistas das vanguardas européias, nesta fase que marcou o lançamento do Dadaísmo na cidade de Nova York. Duchamp formou um grupo que incluiu Francis Picabia e Man Ray e publicou, com o auxílio de Stieglitz, várias revistas vanguardistas, como New York Dada (abr., 1915); The Ridgefield Gazook (1915), The Blind Man (abr., 1917), RongWrong (mar., 1919) e TNT (maio, 1919) Picabia já publicava algumas revistas como a 391 e lançou um número nova-iorquino.


Stieglitz publicou a revista 291, por doze números consecutivos (mar., 1915 - fev., 1916). No ano seguinte o fotógrafo conheceu a artista plástica norte-americana Georgia O'Keeffe, cuja obra o impressionou, quando ela participou da que foi a última mostra promovida na 291 Art Gallery (1917); apaixonados, casaram-se poucos anos depois (1924). Quando Stieglitz aposentou sua câmera (1937), ele havia produzido mais de trezentas fotografias de sua amada O'Keeffe, que muito contribuiram para a formação da lenda sobre a vida desta artista, que se tornou um ícone das artes plásticas norte-americanas.



Depois que a galeria de arte encerrou suas atividades, o fotógrafo organizou mostras de arte para a o grupo que publicou a revista Forum: foi de Stieglitz a organização da primeira e única mostra Forum Exibition of Modern American Painters [Mostra Forum de Pintores Americanos Modernos] (1917), que recebeu o suporte do crítico de arte Willard Huntinghton. Stieglitz e o professor das vanguardas americanas Robert Henri, participaram do comitê de seleção das c. de 200 obras que participaram desta mostra nacional, entre estas as Abstrações Líricas, ditas, Sincromistas, de Morgan Russell e de Stanton MacDonald-Wright.



Além de excelente fotógrafo Stieglitz foi figura fundamental no papel de ponte de ligação da arte das vanguardas artísticas européias e norte-americanas; o fotógrafo desempenhou igualmente o papel de formador de opinião, através das inúmeras mostras vanguardistas patrocinadas por sua galeria de arte, bem como pela divulgação da arte das vanguardas internacionais por meio da publicação de reproduções de obras de artistas plásticos nas várias revistas que editou, que divulgaram o que de mais importante as vanguardas internacionais produziram em sua época. A fotogravura de A. Stieglitz The Asphalt Paver [O pavimentador de Asfalto] (1892, CNF 1083 CPF/ MC), que pertence ao acervo da CNF/ Coleção Nacional de Fotografia do CPF/ Centro Português de Fotografia, participou da mostra Do Olhar Inquieto, apresentada entre outras na exposição Fotografia: suporte da Memória, Instrumento da Fantasia, realizada no CCBB - Rio de Janeiro (maio, 2005).



 

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:



 

DICIONÁRIO.BREUILLE, J-P. Le dictionnaire mondial de la photographie : la photographie des origines a nos jours. Sous la direction de Jean-Philippe Breuille. Paris: Larousse, 1994. 735p.: il., retrs, p. 595. (Dictionnaires specialisés).

DICIONÁRIO.
DUROZOI, G. Dictionaire de l'art moderne et contemporain. Sous la direction de Gérard Durozoi. Paris: Fernand Hazam, 1992. 676p.: il., p. 100.
FOLHETO. Fotografia: Suporte da Memória, Instrumento da Fantasia. Rio de Janeiro: CCBB/ Centro Cultural Banco do Brasil, 2005.
O´'KEEFFE, G. One Hundred Flowers. New York: Nicolas Callaway, Barnes and Noble, 1987, p. 24.

PIERRE, J. El futurismo y el dadaismo. Madrid: Aguilar, 1968, p. 99.
Lisbon - London New York Paris Tokyo: Tashen, 1997, pp. 07-31, 643, 660-661, 726-733, 752-753.
ROBERTS, P. Alfred Stieglitz, 291 Gallery and Camera Work. Apud: STIEGLITZ, Alfred. Camera Work. The Complete Illustrations, 1903-1917. Cologne-
 
 

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