segunda-feira, 25 de março de 2013

BIOGRAFIA: CHAVANNES, Pierre Puvis de (1824-1898).





BIOGRAFIA CHAVANNES, Pierre Puvis de (1824-1898).  


 

O pintor francês foi aluno de Thomas Couture e Eugène Delacroix, mestres da Escola Nacional Superior de Belas Artes, onde Chavannes estudou (Paris). O artista tornou-se o maior muralista francês de seu tempo, cobrindo enormes superfícies por todo o país. Declarou CLAY (1973), citando Félix Fénéon, que a sua arte era feita de sonho, silêncio, movimentos vagarosos e beleza pacífica; e que sua maior motivação era a ordem. O artista triunfou graças à seu sentido espacial e seu gosto pela simplificação: com ele, a arte mural nunca era excessivamente cheia, respirava. A obra O Sonho (1883), de Chavannes, se encontra reproduzida (CLAY, 1973).

 
A pintura Jovens à beira do mar (1879, óleo/ tela, 205 cm x 154,3 cm) de Chavannes, se encontra reproduzida (BONFANTE-WARREN, 2000), que comentou que, enquanto os Impressionistas tendiam unir a figura ao solo, Puvis de Chavannes criava silhuetas de cores virtuais, lembrando os murais de Giotto - as figuras modeladas, esculturais, das jovens mulheres de sonho, vigorosas, quase sólidas.

 
Outra pintura de Chavannes O pobre pescador (1881, óleo/ tela, 155 cm x 192,5 cm) tornou-se obra polêmica, muito discutida por artistas das vanguardas francesas como Paul Gauguin, Georges Seurat e Pablo Picasso. A pintura mostra o pescador em andrajos, em primeiro plano, contemplando desanimado o mar dentro de pequeno barco a remo. Do lado direito do quadro Chavannes pintou duas figuras: a jovem vestida de preto que colhe flores na terra escura, e a criança adormecida sobre flores, parcialmente envolta em pano vermelho, a única cor viva neste quadro de semitons marrons. O barco acinzentado paira imóvel sobre o mar esverdeado, que termina na fina linha do horizonte marcada entre o mar e o céu com a presença de nuvens distantes. Esta obra se insere na corrente do Naturalismo francês, que, no seu Realismo renovado opôs-se às correntes dos ismos das vanguardas: o Impressionismo, o Nabismo, o Pontilhismo, entre outros, que também se fizeram presentes nesta fase, de meados do século XIX ao XX. A pintura, que pertence ao acervo do Museu d'Orsay se encontra reproduzida (BONFANTE-WARREN, 2000).

 
Belo exemplo de mural de P. de Chavannes encontra-se na Igreja de Saint Geneviève: o Tríptico Santa Geneviève alimentando Paris (sd); o esboço à óleo (64 cm x 140 cm), dessa pintura mural com tema histórico pertence ao acervo do Museu d' Orsay. Em cumprimento a promessa o rei Luíz XV mandou reconstruir a velha Igreja de Santa Geneviève, patrona de Paris. Mais tarde seus vitrais foram emparedados e P. Puvis de Chavannes foi convidado a pintar a cena do cerco de Paris, no século V, transformado no cerco datado de outra revolução, a que deu nascimento à terceira República (1870).


O artista italiano destacado na arte brasileira Eliseu Visconti ocupou o antigo ateliê pertencente a P. P. de Chavannes em Neully, onde começou a trabalhar na decoração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (1906-1907). O curador José Simeão Leal da Sala Especial Eliseu Visconti, que apresentou 35 obras do artista no catálogo da II Bienal de São Paulo (1953), destacou que datavam dessa época várias pinturas de Visconti especialmente as paisagens de Saint Hubert e do Jardim de Luxemburgo. Visconti pintou várias outras Paisagens de S. Hubert, datadas de outra fase (1916-1917); suas paisagens de Terezópolis apareceram na mostra datadas de 1929; 1939-1944.


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

BONFANTI-WARREN, A. The Musée D'Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000. 320p., il., color.,pp. 29, 147-148, 158, 306-307 . 25,5 x 36,5 cm.
 
 
CATÁLOGO. II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Brasil, Sala Especial Elizeu Visconti. São Paulo: EDIAM, 1ª ed., dez., 1953, pp. 02-06. 


CLAY, J. Modern Art, 1890-1918. London: Octopus, 1978.pp.50-51, 320p., il.

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