domingo, 12 de agosto de 2012


GLOSSÁRIO: HISTÓRIA DO IMPRESSIONISMO EUROPEU. BIOGRAFIA: JONGKIND, Johan Barthold (1819-1891).


O pintor holandês J. B. Jonkind nasceu em Lotrop e morreu em Grenoble (Suíça). O artista de vida errante, trágica e incerta, inscreveu-se no grupo dos pintores malditos de sua época, pouco compreendidos pois vanguardistas, realizando a arte de estética avançada além de seu tempo de vida. Durante muito tempo, Jongkind foi considerado precurssor do Impressionismo: o artista dedicou-se ao tema da paisagem, na qual, como Eugène Boudin e Gustave Courbet e pintou a atmosfera mais dos que os personagens. No entanto, a permanente pobreza de Jongkind fez com que o artista executasse pinturas com fins comerciais: ele pintou muitas repetitivas paisagens noturnas, com a luz da lua refletida sobre o mar calmo. Estas obras atípicas afastaram a exigente crítica da capital das artes mundiais, do melhor de sua obra, de sua verdadeira sensibilidade como pintor, expressa com galhardia na arte mais espontânea dos desenhos e aquarelas imersas na luz, quando suas pinceladas enérgicas e rápidas capturavam a qualidade impalpável da transparência do ar. Por estas pinturas, Jonkind tornou-se um dos mais influentes artistas sobre seus amigos Impressionistas.

O artista viveu um período em Paris, onde conquistou grandes e perenes amizades, como a dos pintores Isobey, Sano e Cals; Jongkind frequentou o Café Guerbois (v.), o verdadeiro escritório de Édouard Manet, que reunia nas noites de quinta-feira Bazille, Edgar Degas, Durant, Duret, Félix Bracquemond, o fotógrafo Félix Nadar, o músico Edmond Maître, o futuro Impressionista Pierre Auguste Renoir, entre muitos outros, inclusive Paul Cézanne, quando vinha de Aix-en-Provence para passar alguns dias na capital.

Desde cedo, Jonkind tinha a saúde mental comprometida: a carta de Claude Monet para Eugène Boudin, dois pintores Impressionistas, publicada (datada 20 fev., 1856), relata que Jonkind enlouqueceu. Jonkind mergulhou no alcoolismo, tornou-se errante: mas ele encontrou ajuda na amizade da Sra. Fessey, sua professora de desenho e pintura, que proporcionou-lhe período de vida mais tranquila. O artista viveu com ela na Côte Saint André (1876), cidade sita entre Grenoble e Luon (Suíça). O artista faleceu quando estava internado no asilo (Grenoble, Suíça, 1891).

As pinturas de Jongkind, Ruínas do Castelo de Rosemont (1861, óleo/tela, 34 cm x 56,5 cm) e a pintura O Sena e Notre-Dame de Paris (1864, óleo/tela, 42 cm x 56 cm), que pertencem ao acervo do Museu d'Orsay (Paris), nas quais artista jogou luz e sombra nas paisagens, produzindo visão natural e ao mesmo tempo romântica, encontram-se reproduzidas (BONFANTE-WARREN, 2000). As aquarelas de Jonkind, Vista de Grenoble (1877), O Rei do Deserto (1854) e Casa de Lavagem de Barcos no Sena (1855), encontram-se reproduzidas (CLAY, 1973).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

BONFANTE-WARREN, Alexandra. The Musée D'Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000, pp. 62-63, 69.

CLAY, Jean (Org.). Impressionism. New York: Chartwell Books Inc., 1973, pp. 46, 47

DICIONÁRIO. MAILLARD, R. (Org.). AHSBERY, J.; BIRD, A.; COGNIAT, R.; COURTHION, P.; DORIVAL, B.; ELGAR, F.; FELS, F.; FORMAGGIO, D.; GIEURE, M.; GREY, M.; LASSAIGNE, J.; LÉJARD, A.; LEYMARIE, J.; LINDWALL, B.; LIVENGOOD, E.; MELLQUIST, J.; McEWEN, F.; MEYER, F.; MIDDLETON, M.; MOULIN, R-J.; MULLER, J. É.; POMÈS, M.; RAPSILBER, E. RAYNAL, M.; REWALD, J.; ROCHÉ, H-P.; ROGER-MARX, C.; RONART, D.; SAN LAZARO, G.; SEUPHOR, M.; SOUPAULT, P.; SPAAK, C.; WADIA, B. Dicionário da Pintura Moderna. Tradução de Jacy Monteiro. São Paulo: Hemus, 1981,
pp. 160-161.
 

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