BIOGRAFIA: BÉRARD, Christian (1902-1949).
Nasceu e morreu em Paris; Bérard estudou no renomado Liceu Janson de Sailly e na Academia Ranson (1920). A primeira mostra individual de Bérard foi na Galeria Pierre (1925); e, depois, o artista expôs na Galeria Druet (1926). Bérard formou o grupo por alguns críticos denominado de Néo-Romantismo ou de Néo-Humanismo (v. Glossário), com o artista plástico e cenógrafo russo Pavel Tchetlitchev (v. biografia, abaixo), e Léon Zack, entre outros, que deu origem ao movimento homônimo, de curta duração. Bérard associou-se as vanguardas francesas lideradas por Jean Cocteau e notabilizou-se por criações de cenografia teatral e cinematografica. No grupo de Cocteau, Bérard encontrou Louis Jouvet, Salvador Dali e Luis Buñuel; com os amigos ele frequentou a alta sociedade francesa.
Como cenógrafo muito atuante Bérard criou cenografias para os Balés de Monte Carlo, de Ida Rubinstein; ele criou os cenários para A Ilusão Cômica [L’Illusion Comique], encenada pela Comédia Francesa (1937); para A Sétima Sinfonia (1938); Os Feirantes [Les Forains], para os Balés do Teatro dos Campos Elísios [Théâtre des Champs Elysées] (Paris, 1945); para o balé Renaud e Armide; para a peça A Escola de Mulheres [L'École des Femmes] de Molière; para A Louca de Chaillot [La Folle de Chaillot]. Bérard criou os cenários e figurinos fantásticos para dois filmes de Jean Cocteau: A Bela e a Fera (1946) e A Águia de Duas Cabeças [L’Aigle à Deux Têtes] (1948). O primeiro citado foi escolhido para figurar na antologia 500 Grandes Filmes (COHEN & COHEN, 1994). Cocteau escreveu o roteiro e dirigiu o filme que recebeu a fascinante direção de arte de Christian Bérard, a fotografia de Henri Aleken, a trilha sonora de Georges Auric (v. biografia, abaixo). A produção foi de André Palvé, quando atuaram o maravilhoso Jean Marais (a Fera), Josette Day (a Bela), Mila Parély, Marcel André, Nane Germon e Michel Auclair. A fascinante imagem da Bela contracenando com a imponente Fera, encontra-se publicada (COHEN & COHEN, 1994).
Bérard frequentou as vanguardas parisienses: foi publicada sua fotografia com Cocteau, acompanhado da locomotiva social parisiense, a Viscondessa Marie-Laure de Noailles (Vogue, E.U.A., dez., 2001; v. biografia, Os NOAILLES). Marie-Laure e seu marido receberam le Tout Paris nas suas residencias: ela foi uma das atrizes coadjuvantes no famoso filme precurssor das vanguardas cinematográficas francesas, de Dali e Buñuel, que seu marido o Visconde de Noailles foi o produtor: A Idade de Ouro [L'Age d'Or] (1930). Essa fotografia foi publicada ilustrando o artigo versando sobre os escândalos protagonizados pela sociedade da época. Marie-Laure foi amiga de Jean Cocteau desde a adolescência e tornou-se, juntamente com seu marido, uma das mais importantes promotoras e colecionadoras da arte das vanguardas francesas, adquirindo entre outros, esculturas, objetos, livros e obras de arte erótica, que serviu a seus convidados junto com o licor, depois dos lautos almoços com os quais recebeu as personalidades eméritas das artes das vanguardas internacionais, como Jean Cocteau, Salvador Dali, Luís Buñuel e Christian Bérard, entre outros artistas.
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
COHEN, D.; COHEN, L. 500 Grandes Filmes. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1994, pp. 27, 69, 163, 190.
DICIONÁRIO. BIRO, A.; PASSERON, R. Dictionaire général du surréalisme et ses environs.:sous la diréction de Adam Biro et René Passeron. Genève – Paris: Office du Livre et Presses Universitaires de France, 1982. 464p.: il., retrs., p. 96.
DICIONÁRIO. CHAMBERS. Biographical Dictionary. COCTEAU, Jean. London: Melanie Parry - Chambers-Hanap, 1997, p. 417.
DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p,, pp. 66-67. (Oxford reference)
DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p,, pp. 66-67. (Oxford reference)
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