segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

1892-1932-GRUPOS (DA) SECESSÃO.



 GRUPO ALEMÃO DA SECESSÃO  DE  MUNIQUE [MÜNCHENER SEZESSION] (Munique, 1892-1905). Destaques: Franz VON STUCK, Max LIEBERMANN, Arnold BÖCKLIN, Edvar MUNCH e Hilla REBAY.

A Secessão de Munique se formou na última década do século XIX (1892), período no qual predominava o Simbolismo europeu (v.); cinco anos depois se formou a Secessão Vienense (1897-1913) e, um ano depois, a Secessão Berlinense (1898-1933).

A Secessão de Munique surgiu no estúdio do pintor Josef Block como ramificação da Cooperativa de Artistas de Munique, emergindo das discussões no seio da Associação Geral da Cooperativa de Arte Alemã (fev., 1892). Um dos associados mais importantes, membro fundador da Secessão de Munique foi Franz von Stuck (1863-1928), professor da Academia de Belas Artes (1895-). Foram seus alunos o suíço Paul Klee (1879-1940), o russo Wasily Kandinsky (1866-1944) e o alemão Joseph Albers (1888-1966), que, por sua vez, foram professores da Bauhaus (Weimar, 1919-1925; Dessau, 1925-1929). Albers posteriormente emigrou, naturalizou-se americano e dirigiu a Faculdade da Montanha Negra (BMC- NC, Estados Unidos), centro formador das vanguardas norte-americanas.

Foram fundadores da Secessão de Munique Hugo von Habermann (1º Presidente, 1892; 1904); Bruno Pighein (presidiu, 1892); Paul Hoecker (secretário), Robert Pöltzlberger (2º secretário). Mais de 100 artistas, pintores e escultores se associaram, reunindo forças para prosseguirem nos seus caminhos pessoais. Pertenceram à Secessão de Munique os artistas Max Liebermann (1847-1935), Frederic Hodler (1853-1918), Max Klinger (1857-1920), Arnold Böcklin (1827-1901), Franz von Stuck (1863-1928), Edvar Munch (1863-1944), Herman Obrist (1863-1921), Otto Ekmann (1865-1902), August Endell (1871-1925) e Hilla Rebay (Baronesa Hildegard Anna Augusta Elizabeth Frein Rebay von Ehrenwiesen, 1890-1967), entre inúmeros outros como Lovis Corinth (1858-1925), que posteriormente foi professor de Anita Malffatti (1913); e Johann Carl Becker-Gundahl, Peter Behrens, Bernard Buttersack, Ludwig Dill, Friedrich Eckenfelder, Otto Hierl-Deronco, Adolf Hölzel, Albert Keller, Paul Wilhelm Keller-Reutlingen, Gotthardt Kuehl, Christian Landenberger, Hans Olde, Henry Reins, Hermann Schlittgen, Christian Speyer, Toni Stadler, Fritz Stroberntz, Wilhem Trübner, Fritz von Uhde, Frith Voellmy, Leopold von Kalckreuth, Wilhem Volz, Viktor Weishaupt, Sion L. Wenban, Heinrich Zügel, entre outros.

Uma crise na Secessão de Munique permitiu a formação do grupo liderado por Alesandr Kanoldt (1881-1939) e Wasily Kandinsky, formador  da Nova Associação de Artistas de Munique [NKVM/ Neue Klünstervereinigung Münchner] (dez., 1909; v.). 

Quando Max Pechstein publicou na revista Pan sua crítica arrazadora à arte Abstrata, o episódio resultou em muita polêmica, especialmente com Franz Marc (1880-1916) e com o Grupo do Cavaleiro Azul [Blaue Reiter]. A primeira aquarela Abstrata foi criada por Wasily Kandinsky (1909), que se filiou à Secessão Nova Berlinense mas não aderiu à Secessão Livre Berlinense, pois, na época, ele criou seu próprio Grupo do Cavaleiro Azul (Munique-Berlim, 1911-1913; v.).

 
GRUPO ALEMÃO DA SECESSÃO  BERLINENSE [BERLIN SEZESSION](BERLIM, 1898-1932). Destaques: KOLLWITZ, Kathe, Max BECKMANN e Karl SCHMIDT-ROTTLUFF. A dita, Secessão Berlinense (1898-1932), sob a presidência de Max Liebermann recusou 55 obras vanguardistas de Edvard Munch (1863-1944), oferecidas para exposição na mostra anual (1910). A Secessão Berlinense recusou ainda 27 obras do Grupo da Ponte [Die Brücke], dos artistas que foram viver em Berlim buscando maior abertura para sua arte. Foram recusadas obras de Wasily Kandinsky (1866-1944), Emil Nolde (1867-1956), Alfred Kubin (1877-1959) e Alexei von Jawlensky (1864-1941), que, pouco depois, formaram o Grupo do Cavaleiro Azul [Blaue Reiter] (Munique-Berlim, 1911-1913). A recusa das obras dos vanguardistas gerou a maior polêmica entre os artistas e os citados, entre os mais destacados participantes da Secessão Berlinense, se retiraram do grupo para formarem a Secessão Nova Berlinense (1910-1913).

GRUPO ALEMÃO DA SECESSÃO NOVA BERLINENSE [NEUE BERLIN SEZESSION](Berlim, 1910-1913).Na mesma época em que conviveu com as mostras organizadas pela Secessão Berlinense [Berlin Sezession], sua concorrente, a Secessão Nova Berlinense [Neue Berlin Sezession], promoveu mostra anual. O primeiro presidente da Secessão Nova Berlinense foi Max Pechstein
(18810-1955), expulso do grupo quando ele provocou a crise que determinou o fechamento dessa associação de artistas (1913). Pechstein enviou suas obras para a exposição no grupo rival, da Secessão Berlinense. Os artistas da Secessão Nova  Berlinense viram nesse ato traição ao grupo e dissolveram a associação de artistas (1913). Os dissidentes se reagruparam e fundaram a dita, Secessão Livre Berlinense [Freie Berlin Sezession] (1913-1915).

Uma das mais importantes revistas na época, a Pan, editada por Paul Sherbat e na qual Meier-Graeffe escrevia crítica de arte, apoiou Edvar Munch (1863-1944), artista com obras recusadas na crise da Secessão Berlinense. O evento gerou intensas discussões, que acabaram impulsionando as vanguardas para a formação de novos grupos.

Os principais artistas que participaram da Secessão Nova Berlinense foram: Ernst Barlach (1870-1938),  Max Beckman (1884-1950), Lyonel Feininger (1871-1956), Erich Heckell (1883-1970), Frederic Hodler (1853-1918), Karl Höfer (1878-1955), Erich Ludwig Kirchner (1880-1938), Käthe Köllwitz (1867-1945), Max Liebermann (1847-1935), Otto Müeller (1874-1930), Edvard Munch (1863-1944), Heinrich Nauen (1880-1940), Emil Nolde (1867-1956), Christian Rohlfs (1849-1938),  Lasar Segall (1891-1957) e Karl Schmidt-Rottluff (1884-1986), entre outros.


GRUPO ALEMÃO DA SECESSÃO LIVRE BERLINENSE [NEUE BERLIN SEZESSION](Berlim, 1913-1915). Destaques: LIEBERMANN, Max, Max BECKMAN, Emil NOLDE e Erich BARLACH. A associação de artistas dita, Secessão Livre Berlinense [Freie Berlin Sezession] resultou da crise que ocorreu na Secessão Nova Berlinense [Neue Berlin Sezession] (Berlim, 1910-1913). O novo grupo contou com a importante presença de Max Beckmann (1884-1950), recentemente eleito para participar da Secessão Nova Berlinense [Neue Berlin Sezession] (1910), artista que se retirou dessa associação aderindo ao novo grupo, quando se tornou um dos líderes da Secessão Livre Berlinense. Outro artista berlinense, Otto Nagel (1894-1967), também se associou à Secessão Livre: posteriormente ele fundou o Grupo de Ajuda aos Artistas.
Os principais artistas que participaram da Secessão Livre Berlinense, organizadora da Mostra Sem Júri [Juryfreier Kunstchau] (Berlim, 1913), foram: Max Liebermann (1847-1935), Käthe Köllwitz (1867-1945), Emil Nolde (1867-1956), Ernst Barlach (1870-1938), Lyonel Feininger (1871-1956), Otto Müeller (1874-1930), Erich Ludwig Kirchner (1880-1938), Lasar Segall (1891-1957), Erich Heckell (1883-1970), Karl Schmidt-Rottluff (1884-1986), além dos citados Max Beckmann e Otto Nagel, entre outros.

Beckmann expôs individualmente na Galeria Paul Cassirer (Berlim, 1913). Obras do artista plástico Lasar Segall participaram de mostra da Secessão Livre Berlinense: ele viveu no Brasil, onde se naturalizou e se transformou em expoente da vanguarda brasileira.


GRUPO ALEMÃO DA SECESSÃO  DE   HANOVER. Quem fez a diferença para o Grupo Alemão da Secessão  de Hanover  foi o professor Fritz Burger-Mühlfeld (1882-1969). Esse mestre renomado, por sua vez, foi aluno do conceituado Franz von Stuck (1863-1928), na Academia de Munique, que, por sua vez, foi professor de Paul Klee (1879-1940) e Wasily Kandinsky (1866-1944). Durante décadas Burger-Mühlfeld ensinou na Werkkunstschule (Hanover, 1909-1947), onde artistas de várias gerações foram seus alunos: foi ele o fundador da associação de artistas conhecida como Secessão de Hanover e influenciou a formação da Nova Objetividade em Hanover (v. 1925-1933)



GRUPO (ALEMÃO DA) SECESSÃO NOVA DE DRESDEN [DRESDNER NEUE SEZESSION GRUPPE] (Dresden, 1919-1922); v. SEGALL, Lasar, Otto DIX e C. FELIXMÜLLER e LOHSE-WÄCHTLER, Elfriede. Além dos nomeados acima o grupo reuniu os artistas Otto Dix (1891-1969), Conrad Felixmüller (1897-1977), Otto Griebel (1895-1972), e Lasar Segall (1891-1957), além de Peter August Backstiegel, Will Heckratt, Wilhem Lachnit e Constantin Van Mische-Collande (Berlim, 1910-1913).


REFERÊNCIAS SELECIONADAS;

CATÁLOGO. FROMMHOLD, E. Lasar Segall o Expressionismo de Dresden. Milano: Galeria Del Levante, 1976.

ESCRITT, S. Art Nouveau. London: Phaidon Press, 2000. 447p.: il.

PARET, P. The Berlin Secession. Cambridge: University Press, 1980, pp. 21-24.

WEINSTEIN, J. Exressionism in War and Revolution. In BARRON, S.; DUBE, W. Dr. German Expressionism, Art and Society. New York: Rizzoli, pp. 30-36.


Nenhum comentário:

Postar um comentário