domingo, 22 de junho de 2014

BIOGRAFIA: SEIWERT, Franz Wilhelm (1894-1933).


 
BIOGRAFIA: SEIWERT, Franz Wilhelm (1894-1933).
 
 
 
O artista alemão, que nasceu e morreu em Colônia, estudou na Escola de Arte e Arte Aplicada (Colônia, 1910-1914). Seiwert foi originalmente católico, formado no primitivismo das xilogravuras e pinturas antigas dos ditos, Primitivos da Renânia; ele rompeu com o Catolicismo por sua omissão na condenação dos horrores perpretados durante a I Guerra Mundial. O artista participou das atividades Dadaístas nessa cidade alemã tradicional, surpreendida com as atividades do Dadamax Ernst (Maxmillien Ernst, 1891-1976).

Na cidade de Colônia o grupo das vanguardas liderado por Max Ernst, publicou três revistas Dadaístas: a Bulettin D [Buletim D, D=Dadá], Die Shammade [O Camarada] e Der Ventilador [O Ventilador] (1919-1920). Na mesma cidade o grupo de F. W. Seiwert rompeu com o de Ernst, quando formou o Grupo (Alemão) Estúpido: os artistas publicaram a revista Stupid (único número, 1919), porta-voz do grupo homônimo. Os artistas desse grupo contribuíram com artigos e ilustrações para a revista Die Aktion [A Ação] (1919-1932), do anarquista Franz Pfemfert (1879-1954), onde Seiwert publicou xilogravuras como Abstração (1920). Esses artistas também colaboraram com a revista Der Ziegelbrenner, editada pelo amigo de Seiwert, Ret Marut, publicação anarquista e clandestina, que publicou algumas das primeiras ilustrações de Seiwert, e, mais tarde, contribuíram revista a – z (1929-1933), do Grupo dos Artistas Progressivos de Colônia [Progressiven Künstler Köln], também fundado por Seiwert, novo grupo altamente politizado (1924-1933). Esse grupo foi ligado à ASSO/ Associação dos Artistas Progressistas, braço cultural regional do PC. Na época, o grupo dos Artistas Progressistas inseriu-se entre os mais radicais entre os politicamente ativos, identificados com organizações comunistas como a AAU - União do Conselho Operário [AAU - Allgemeine Arbeiter Union], conectados com outras anarco-sindicalistas como a FAUD e o KPD - Partido Comunista e o KAPD - Partido Comunista dos Trabalhadores.
 
Seiwert participou, com outros Dadaístas de Colônia como Heinrich (1895-1936) e Angelika Hoerle (1899-1923) e Anton Räderscheidt (1892-1970), da mostra coletiva organizada por Karl Nierendorf (1889-1947) para a Sociedade dos Artistas de Colônia, no Kunstverein. Houve divergência com os Dadaístas: os Hoerle e Seiwert retiraram suas obras antes da inauguração da mostra (Colônia, nov., 1919).
Seiwert, Heinrich Hoerle e Stanislaw Kubicki (1889-1941) participaram do Congresso dos Artistas Progressistas e Dadaístas (Weimar, 1922). Esta reunião de artistas das vanguardas internacionais realizou-se na cidade sede da Bauhaus alemã: o evento reuniu as vanguardas européias, notadamente as alemãs e francesas, aos Construtivistas russos como El Lissitsky e Ilya Ehrenburg, que, na época, publicavam a revista editada em três idiomas, G/ Vesch/ Gegenstand/ Object (Berlim, 1922-1923). Os artistas vanguardistas de Colônia, apareceram na fotografia histórica que documentou o evento.

Seiwert expôs suas obras em mostra coletiva (Elberfeld, 1922), juntamente com Gerd Arntz (1900-1988) e Heinrich Hoerle (1895-1936); sua primeira mostra individual foi na Kölner Kunstverein (1923). Obras de Seiwert participaram da mostra internacional ASB/ Architectuur, Schilderwerk, Beeldhowwerk, realizada no Museu Stedlijk (Amsterdã, 1930); e, da mostra realizada posteriormente no mesmo museu, a Arte Socialista [Socialistische kunst] (1931-1932). Seiwert colaborou com projeto de arquitetura, para o qual ele realizou mural em mosaico de vidro, posteriormente destruído pelos nazistas, para o Kunstgewerbemuseum Köln (Colônia).

Quanto à obra de Seiwert encontram-se reproduzidos os quadros Passando o Tempo (1925, óleo/ juta, 140 x 200 cm, no acervo da Kunsthalle, Hamburgo) e Homens Trabalhando (1925, óleo/ madeira, 68 x 89 cm, no acervo do Kunstmuseum Düsseldorf im Ehrenhof); ambas as pinturas mostram figuras esquematizadas, com cabeças de formas geométricas, cilindricas, apresentando círculos monocromáticos no lugar dos olhos, traços finos únicos marcando as bocas e uma cor mais escura, que marca quase uma calota na forma de chapéu ou gorro no topo das cabeças, todas colocadas sobre fundo dividido em espaços menores, compartimentados. Quando aparecem, os braços das figuras são rígidos, esquematizados e a mão segue o mesmo estilo, com dedos marcados por traços finos sobre a forma geométrica, mãos de contornos arredondados. As reproduções dessas pinturas de Seiwert se encontram publicadas (MICHALSKI, 2003).


 
 

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 
 

CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978, 475p.: il.,, pp.109-110.
 

 

INTERNET. Gr. Stupid (art movement). From Wikipedia, the free encyclopedia.This page was last modified on 2 February 2013 at 22:32. Retrieved from: "http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Stupid_(art_movement)&oldid=491066667" Acessed: Feb. 06, 2013.

INTERNET. EVERETT, Martin. Art as a weapon: Franz Seiwert and the Cologne progressives . Nov 8, 2010 21:28. Retrieved from: http://libcom.org/blog/wcso
Acessed: Feb. 6, 2013.
 

 

MICHALSKI, S. New Objectivity. Neue Schlichkeit: Painting in Germany in the 1920sPainting, Graphic Art and Photography in Weimar Germany 1920-1933. Cologne - London - Los Angeles - Madrid - Paris - Tokyo: Taschen, 2003, 20 x 24,5 cm. 220p.; il., color., pp. 112-118.

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