BIOGRAFIA: RODIN, Auguste, François René Rodin (1840-1917).

 

BIOGRAFIA RODIN, Auguste, François Auguste René Rodin (1840-1917).

 

 

Rodin é considerado o maior escultor francês, e, entre todos os artistas Simbolistas, ele foi um dos mais admirados europeus. A escultura de Rodin, Homem do nariz quebrado, foi rejeitada pelo júri do Salão de Belas Artes (1864). Rodin transferiu-se para Bruxelas, cidade rica entre as capitais das artes européias, de modo que fôsse possível para ele ganhar a vida esculpindo: ele se consagrou nesta cidade culta e cosmopolita (1871-1877).Quando Rodin voltou a viver em Paris, sua arte foi muito celebrada pelo grande público francês.

Rodin distinguiu-se entre os Simbolistas pelo tratamento vigoroso que ele deu às suas figuras, particularmente aos seus famosos Portões do Inferno, duas folhas de porta totalmente esculpidas com multiplicidade de figuras, arrematadas pela miniatura de sua famosa escultura O Pensador. Para tal Rodin inspirou-se na literatura, no Inferno de Dante Alighieri, nas Flores do Mal, de seu amigo Charles Baudelaire, na Metamorfose de Ovídio e nas fotografias eróticas de Pierre Louys. A escultora Camille Claudel, irmã do poeta Paul Claudel que passou temporada no Brasil (1917-1919), tornou-se assistente e depois amante de Rodin. O escultor, com a idade e o sucesso, liberou seu erotismo: ele ficou obcecado pela imagem maniqueísta da mulher. Na década de 1880 e sob o seu lápis, os casais que Rodin desenhou não possuem sexo definido. Posteriormente as aquarelas e desenhos eróticos de Rodin evoluiram para formas mais explícitas, do artista que busca não olhar a mão que desenha e surpreende o modelo, na espontaneidade do domínio do traço, na aquarela que borra o papel envolvendo as figuras, acentuando-lhes partes, ou todo o corpo. Os desenhos eróticos de Rodin têm cores sóbrias: sépia, marron e bege escuro sobre papéis amarelados ou acinzentados; formam manchas que o lápis contorna suavemente delineando as formas, nas poses que mostram o sexo entre as pernas abertas ou corpos no repouso do sono reparador.

 

 

Os desenhos de Rodin adquiriram títulos de nobreza: Safo, Faunos Femininos, Templo ao Amor, Enlace, Posse Gloriosa, As Amigas, A Carícia, Mênade, Eros, Bacante, Luta Amorosa, Abraço, A Volúpia... As obras causaram escândalo quando estiveram em exposição no Museu do Grão-Ducado (Weimar, 1906); depois, foram expostas na Galeria Bernhein (Paris, 1907-). A série de Aquarelas e Desenhos Eróticos de Rodin esteve em exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo (1996).

Rodin foi o mais perfeito artista Simbolista, com obra extremamente rica e forte que descobriu o humanismo juntamente com as mais novas descobertas de sua época, do inconsciente e do valor da repressão através da obra de S. Freud. As obras de A. Rodin: Eu sou bela (Je suis Belle, 1882); O pensamento (La Pensée, 1886), O beijo (Le Beiser, 1886) e Ídolo eterno (L'Eternelle Idole, 1889), além de sua fotografia tirada no ateliê com uma de suas monumentais esculturas vista ao fundo, se encontram reproduzidas (CASSOU, 1988: 130). A fotografia do artista idoso, retocando seu desenho erótico, se encontra reproduzida (JUDRIN, 1996).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 

ENCICLOPÉDIA.CASSOU, J.; BRUNEL, P.; CLAUDON, F; PILLEMONT, G.; RICHARD, L. (Col.). Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique. Paris: Somogy, 1988,pp. 128-130.

 

 CATÁLOGO. JUDRIN, C. Rodin: Aquarelas e desenhos eróticos. Paris: Bibliothèque de l'Image. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1996.

 

GIBSON, M, NERET, G. Symbolism. Figures du Moderne, 1905-1914. Cologne: Benedikt Taschen, 1992, 1995. 255p.: il., p. 240.

 

PIERRE, J. L'Univers Symboliste: décadence, symbolisme et art nouveau. Paris: Éditions d'Art Aimery Somogy, 1991, p. 214.