BIOGRAFIA: TISSOT, James Jacques Joseph (1836-1902)
Tissot nasceu em Nantes, de família de origem italiana: seu pai foi bem sucedido comerciante de tecidos e sua mãe fabricava chapéus. O envolvimento da família com a moda francesa fez com que Tissot se tornasse pintor conhecido por suas obras que destacavam o figurino das damas de sua época, pintados com minúcias e detalhes marcantes. O nascimento no porto marítimo francês e seu convívio com o mar explicam as marinhas do artista, pintadas principalmente no final da vida.
Tissot decidiu seguir a carreira artística aos 17 anos de idade: seu pai não aprovou a escolha, mas eventualmente aceitou-a. Tissot partiu para viver em Paris, onde ele frequentou os estúdios dos pintores Hippolythe Flandrin e Louis Lamothe, ambos alunos de Jean-Dominique Ingres, um dos maiores precursores das vanguardas francesas. Como parte importante de sua educação artística, Tissot tornou-se copista do Museu do Louvre. O artista conheceu eminentes membros das vanguardas européias, como James Abbot McNeill Whistler (1834-1903), Édouard Manet (1832-1883) e Edgar Degas (1834-1917), amigos do pintor Elie Delaunay, da família que hospedou Tissot nesse período. Tissot participou do Salão Nacional de Belas Artes com obras de temática medieval, baseadas no Fausto de Goethe e influenciadas pelo pintor belga Henri Leys (Jan Hendrik Leys) que Tissot conheceu em Antuérpia (1859). Poucos anos depois Tissot passou a pintar retratos modernos, tornando-se pintor de sucesso: como alguns de seus contemporâneos, a arte de Tissot foi influenciada pelo Japonismo, posteriormente apresentado com destaque na Exposição Universal comemorativa do centenário da Revolução Francesa (1889). Degas pintou o retrato de Tissot, mostrando imagem japonesa vista ao fundo: esse retrato pertence ao acervo do Museu Metropolitano (Nova York).
Tissot lutou na Guarda Nacional na guerra Franco-Prussiana, saindo em defesa da cidade de Paris; em seguida, como Courbet e muitos intelectuais e artistas, ele aderiu à dita, Comuna de Paris. Esse fato obrigou o artista a partir para Londres onde chegou com excelente reputação de retratista e bons contactos (1871). Tissot expôs na Academia Real (RA- Royal Academy); e tendo executado anteriormente desenhos para a revista Vanity Fair, pertencente a Thomas Gibson Bowles, Tissot prosseguiu com esta atividade, e o sucesso permitiu-lhe adquirir sua residência londrina (1872).
Quando ocorreu a I Mostra Impressionista (Paris, 1874), Degas convidou Tissot para participar, mas ele não aceitou. No entanto, o artista permaneceu próximo dos Impressionistas, tanto que Berthe Morisot, casada com o irmão de Édouard Manet, visitou-o em Londres. Tissot continuou se relacionando com Whistler (v. biografia no meu Blog: http://arteamericanadevanguarda.blogspot.com), e, na companhia de Manet visitou Veneza (1874). No ano seguinte Tissot conheceu a divorciada irlandesa, Kathleen Newton, que tornou-se sua modelo e companheira. Acredita-se que Tissot fosse pai do filho nascido dela, Cecil George Newton (1876). Essa vida familiar durou poucos anos, pois Newton faleceu cedo (1882).
Tissot voltou a viver em Paris: ele participou da última mostra do Impressionismo, quando a exposição mostrou grande diversidade de gêneros pictóricos, incluindo obras dos artistas que ficariam conhecidos no grupo do dito, Neo-Impressionismo francês, conhecido posteriormente como Pós-Impressionismo, como o filho de Camille Pissarro que vivia em Londres, Lucien Pissarro (1863-1944) e Georges-Pierre Seurat (1859-1891) principal expoente do Pointilhismo (P\aris, 15 maio - 15 julho, 1884). No ano seguinte Tissot expôs 15 pinturas de grande formato na mostra individual, A Mulher em Paris, realizada na Galeria Sedelmeyer (1885). Nessas pinturas recentes que mostraram a influência das gravuras japonesas que faziam sucesso em Paris, Tissot retratou mulheres de diversas classes sociais, mostradas no seu contexto pessoal e profissional.
O artista converteu-se ao Catolicismo: ele passou o resto da vida ilustrando a Biblia. Tissot viajou ao Oriente Médio (1886, 1889, 1896), para realizar estudos da paisagem e do povo. O artista executou a série de 365 ilustrações (guache/ papel) da vida de Cristo, aplaudida por espectadores entusiasmados, reflexo da fase de renovação do Catolicismo francês como reação à Terceira República (Paris, 1894-1895); a mostra itinerou a Londres (1896), e Nova York (1898-1899), quando foi adquirida pelo Museu do Brooklyn (1900). As ilustrações foram editadas em livro (Paris, 1896-1897), com edição em Inglês (1897-1898), que reforçaram o sucesso de Tissot, agora trabalhando nas pinturas temáticas do Velho Testamento, atualmente pertencentes ao Museu Judaico (Nova York). Tissot nunca completou essa série de obras, mas expôs 80 pinturas (Paris, 1901), e, posteriormente foram publicadas gravuras baseadas na série (1904). Tissot herdou de seu pai o castelo de Buillon (Doubs, França, 1888), onde faleceu (8 ago., 1902).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
BONFANTE-WARREN, A. The Musée D'Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000, pp. 151, 153.
James Tissot. From Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível: "http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=James_Tissot&oldid=511617008" Acesso: 20 set., 2012.
NOCHLIN, L. Art: A Sense of Fashion: Paintings That Capture the Elements of Style. Los Angeles: Architectural Digest Publishing Co., February, 1987, pp. 110-115.
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