GLOSSÁRIO: NEO-IMPRESSIONISMO OU PÓS-IMPRESSIONISMO (1885-1900).
Pouco antes do final do século XIX ocorreu na arte francesa o período artístico denominado de Neo-Impressionismo; e, o mesmo período foi chamado posteriormente na Inglaterra de Pós-Impressionismo. Nessa época se destacaram as obras pictóricas de Georges Seurat (1859-1891), Paul Signac (1863-1935) e Henri-Edmond Cross (1856-1910). Esses artistas buscavam o Divisionismo da pincelada, quando cores primárias e secundárias colocadas lado a lado em pequenos pontos somente se fundiam na mente do espectador. As pinturas no novo estilo apareceram inicialmente no Salão de Outono (Paris, 1884): no mesmo ano os artistas franceses, liderados por Cross, organizaram a Sociedade dos Artistas Independentes.
Alguns artistas franceses de vanguarda participaram com obras das 8 Mostras Impressionistas (1874-1884), entre esses Paul Cézanne (1839-1906), Paul Gauguin (1848-1903), Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) e o pintor e gravador Odilon Redon (1840-1916), entre outros. Cézanne nunca abriu mão de ser ele mesmo, sempre buscando a autenticidade de sua arte, o que tornou-o um dos mais destacados e respeitados artistas das primeiras vanguardas francesas: pintar no estilo do Impressionismo ou do Pós-Impressionismo com seus vários movimentos, grupos e escolas, como o do Cloisonismo, Nabismo, Naturalismo, Pontilhismo, Simbolismo e Sintetismo, ele nunca pintou. Outros, na fase inicial da carreira como Gauguin e Vincent van Gogh (1853-1890) pintaram alguns quadros tentando adaptar-se às regras do Impressionismo: mas eles, artistas de fortíssima personalidade, logo abandonaram as regras desse estilo na busca incessante por seu estilo autêntico, o que afinal encontraram. No entanto, todos se encontram incluídos na denominação genérica de Neo ou Pós-Impressionistas, que destaca artistas proeminentes nas vanguardas européias que surgiram logo após o Impressionismo (1874-1885) até a entrada do novo século, o XX (1900).
Quando o principal artista destacado no Pontilhismo, ou seja, no Divisionismo da pincelada, Georges Seurat faleceu (1891), o pequeno grupo de artistas Pós-Impressionistas reuniu-se na cidade praiana de Saint-Clair, onde a família de Gauguin tinha uma casa destruída na guerra Franco-Prussiana que a França perdeu (1870-1871). Paul Signac (1863-1935) tornou-se o principal artista do dito, Grupo de Saint Clair, formado com Henri-Edmond Cross (1856-1910), Charles Angrand (1854-1926), o filho do Impressionista Camille Pissarro, Lucien Pissarro (1863-1944); Louis Hayet (1864-1940) e Albert Dubois–Pillet (1845-1890). Signac publicou o livro De Eugène Delacroix ao Neo-Impressionismo (D’Eugéne Delacroix au Neo-Impressionisme, 1893); por este motivo, na França, esse período ficou mais conhecido como Neo-Impressionismo.
A principal vitrine dos Neo-Impressionistas foi o Grupo dos XX (Les XX, Bruxelas, 1885-1894). A participação dos artistas das vanguardas européias ocorria a convite do grupo das vanguardas belgas: os mais avançados artistas das vanguardas francesas foram convidados, e mostraram suas obras nas exposições belgas. Expuseram pinturas os Impressionistas Claude Monet (1840-1926), Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), Berthe Morisot (1841-1895), Camille Pissarro (1830-1903) e Mary Stevenson Cassatt (1844-1926). O destacado Pontilhista Georges Seurat (1859-1891) participou de quatro exposições, sendo a última a mostra retrospectiva de suas obras (1887, 1889, 18912, 1892). Os pintores Paul Cézanne, James McNeill Whistler (1834-1903), Odilon Redon e Maurice Denis participaram de uma única exposição; e o escultor Auguste Rodin (1840-1917) que participou somente da primeira mostra, mas permaneceu vivendo em Bruxelas durante vários anos. Participaram de 3 mostras Paul Gauguin (1886, 1891, 1892); Camille Pissarro (1887, 1891, 1892), que pintou obras Pontilhistas durante curto período; Henri de Toulouse-Lautrec (1888, 1889, 1893), Vincent van Gogh (1889, 1890, 1891), que expôs na sua primeira mostra retrospectiva, juntamente com obras de alguns destacados artistas belgas que expunham permanentemente nesse grupo como Jan Toroop (1858-1928) e Henri van de Velde (1863-1957).
Van de Velde nasceu na Antuérpia, mas estudou com Charles Carolus-Duran na Escola Nacional Superior de Belas Artes (Paris), tendo entrado em contacto com vários artistas das vanguardas francesas que influenciaram a arte belga.
CLAY, J. (Org.); HUYGUE, R. (Pref.) Impressionnisme. Paris: Librairie Hachette - Société d' Ëtudes et de Publications Economiques, 1973, pp. 46-47.
FAURE, E. A Arte Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1991. 481p.: il., p. 120.
SERULLAZ, M. O Impressionismo. Tradução de Álvaro Cabral. Paris: Presses Universitaires de France, 1961. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1989. 121p., (Coleção Cultura Contemporânea, v. 13).
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