BIOGRAFIA: BUCHER, Jeanne (1872-1946).
A tradutora e negociante de artes nascida na região da Alsácia, foi viver em Paris (1920-). Bucher abriu sua livraria na rua du Cherche-Midi, com a finalidade de emprestar livros estrangeiros: o estabelecimento tornou-se frequentado pelas vanguardas artísticas. Bucher aceitou os conselhos de Jean Lurcat, e transformou a livraria em galeria de arte, para expor e comercializar as obras de seus amigos artistas. A Galeria Jeanne Bucher comercializou aquarelas, gravuras e desenhos de Marcel Gromaire, Jean Lurcat, Jules Pascin e Marcoussis, entre outros. Na segunda mostra da Galeria Bucher expôs desenhos e colagens de Pablo Picasso. Depois dos primeiros artistas representados, surgiram outros, como Juan Gris, Georges Braque, Fernand Léger, Wassily Kandinsky, Paul Klee, Piet Mondrian e Max Ernst.
Bucher propôs aos artistas que criassem desenhos para ilustração dos livros que ela passou a editar, juntamente com várias tiragens de gravuras de seus amigos. Foi Bucher quem editou os primeiros livros ilustrados por Juan Miró e Jean Lurçat; ela lançou livros ilustrados com colagens de Max Ernst, a Histoire Naturelle (1926) e Une Semaine de Bonté (1927). A Galeria de Arte expôs obras dos escultores Jean Arp, Jacques Lipchitz e Anton Pvsner.
Bucher participou do empreeendimento da Sra. Cutoli, voltado para a renovação da arte da Tapeçaria na técnica de gobelin: vários de seus artistas, como Braque, Léger, Gromaire, Jean Bazaine, Lurçat e Picasso participaram com cartões pintados, transformados em tapeçarias nos Ateliês dos Gobelins. As obras resultantes foram apresentadas em duas exposições internacionais, uma das quais no Clube da Arte (Chicago, 1935). Essas tapeçarias ressuscitaram as adormecidas técnicas têxteis para a utilização mais frequente dessa técnica pelas vanguardas artísticas européias.
A Galeria de Arte mudou de endereço, para o n. 9 do Boulevard de Montparnasse: o novo espaço expôs Jean Bazaine, Maria Helena Vieira da Silva, Nicolas de Stäel, além de fotografias e colagens de Dora Maar. Bucher, até o seu último dia de atividade, demonstrou grande espírito empreendedor merecendo figurar na relação dos que ajudaram artistas das vanguardas européias a tornarem-se mais do que conhecidos, consagrados, nesse caminho que tambem a consagrou. O retrato de Jeanne Bucher, pintado por Eckman, encontra-se reproduzido (SEUPHOR , 1957).
REFERÊNCIA SELECIONADA:
SEUPHOR, M. Dictionaire de la peinture abstraite: precédé d´une histoire de la peinture.
Nenhum comentário:
Postar um comentário