terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

GRUPO INTERNACIONAL PARISIENSE DA COLMÉIA [LA RUCHE] (Paris, c. 1907-1914).
A edificação conhecida como A Colméia, além da particularidade de manter a mesma temperatura interna do que a externa no inverno, tinha aparência pitoresca e apresentava ambientes claros e bem iluminados. Algumas fotografias antigas documentam a aparência pitoresca da Colméia: a do exterior se encontra publicada, bem como as fotografias dos cafés, conhecidos pontos de encontro da época, como o Café du Dôme, Café de la Rotonde e restaurante La Coupole (DUNOW et al., 1993). Marc Chagall (1887-1985) foi fotografado no interior de seu primeiro estúdio na Colméia, e sua fotografia se encontra reproduzida (WEST, 1990).

Michel Kikoine (1892-1968) viajou para Paris, na companhia de seu colega Chaim Soutine (1893-1943): ambos foram ao encontro de Michel Krémégne (1880-1981). Os lituanos ocuparam estúdio conjunto nos ateliês decadentes da Colméia, alugados pela comunidade de origem eslava (1912-). Soutine e seus amigos viveram na extrema pobreza, mas alimentaram o espírito no Museu do Louvre, onde estudaram obras de pintores como Fouquet, Tintoretto, El Greco, Rembrandt, Ingres e Courbet, entre outros.

A Colméia
se transformou em importante ponto de encontro da vida cultural parisiense, frequentado por Pablo Picasso (1881-1973), Amedeo Modigliani (1884-1920) e Guillaume Apollinaire (1880-1918), palco de discussões diárias sobre temas artísticos e culturais (1907-1914). Os artistas se tornaram vizinhos dos escultores Archipenko (1886-1966), de  Pablo Gargallo, professor de escultura de Pablo Picasso (1881-1976), e do escultor Osip Zadkine (1890-1967); dos escritores e poetas André Salmon e Pierre Reverdy (1889-1960), dos pintores Marc Chagall (1887-1985), Juan Gris (1887-1927), Henri Laurens (1885-1954) e Vladimir Baranoff-Roussiné (Daniel Roussiné, 1888-1942), entre outros artistas e intelectuais, futuros destaques vindos quase todos de comunidades judaicas. As obras desses artistas marcaram as vanguardas internacionais: muitos, posteriormente se naturalizaram, e outros, embora permanecessem estrangeiros, fizeram suas carreiras artísticas a partir de Paris.

REFERÊNCIAS:

CATALOGUE RAISONNÉ. DUNOW, E.; LOUDNER, G.; PERLS, K.; TUCHMAN, M. Soutine: Leben und Werk. Catalogue Raisonné. Werkverzeichnis 1893-1943. Munchen, Koln: Taschen, 1993. 02 v. 499p; il. color.- inclui cronologia

KOGAN, A. Chagall. Chronology by Amy Handy. New York: Abeville, 1989, pp. 116-124.

WEST, S. Chagall. New York: Gallery Books, 1990, pp. 11-19
  master bibliografia, 25 x 33 cm, pp. 17-25, 32, 37, 62, 74, 78-82. 

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