segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

BIOGRAFIA: BAADER, Johannes Theodor (1875-1955).

 
BIOGRAFIA: BAADER, Johannes Theodor (1875-1955).

 
O arquiteto e artista plástico, nasceu em Stuttgart e faleceu na Baviera; ele participou do Dadaísmo, no eixo Zurique – Berlim. Aparentemente suas obras foram de excelente qualidade, mas só podem ser avaliadas através das poucas que restaram de sua produção mais gráfica, em fotomontagens e técnicas mistas. O artista planejou e executou como projeto de arquitetura o Jardim Zoológico (Stellinger, Alemanha), o primeiro sem grades no mundo, que projetou-o internacionalmente.

 
Baader foi um dos fundadores do Clube Dadá e liderou as inúmeras ações de protesto do grupo de artistas contra a evolução do poder nazista na Alemanha, na época sofrida do imediato pós-guerra (1919-1920). Quando Baader promulgou os seus Oito Princípios do Universo e proclamou o novo calendário Dadá, ele aprovou o início do movimento como Ano 1 e se auto-proclamou Presidente do Globo (6 fev., 1919). Depois de vários incidentes a policia fichou-o como louco, mas era só a face mais radical do Dadaísmo que Baader queria mostrar.

 
O artista foi o fundador e único associado ao Partido Livre Germânico; ele colaborou nas Noites Dadaístascom Raoul Hausmann (1888-1971), outro artista radical pertencente à seu grupo (1918). Baader publicou artigos na revista Der Dada (nos. 1 e 2) e editou o Hado - Manual do Superdadaísmo [Hado Handbuch des Oberdadaismus], além de organizar a revista Dadaco, que, no entanto, nunca foi publicada.

Foi divulgada a notícia da morte de Baader (1o abril, 1919), para logo depois os Dadaístas anunciarem a sua ressurreição. Na grande convulsão social européia, especialmente a alemã da época, os artistas do grupo Dadá lutaram contra o nazismo através da negação dos valores mais tradicionais, como pátria, lei e ordem. As publicações impressas do grupo radical tinham o intuito de atrair a atenção do público para suas manifestações, amplamente noticiadas na imprensa, a fim de enfrentarem o crescente militarismo germânico.


Baader colaborou na organização da Feira Dadá [Dada Messe], realizada na Galeria Otto Burchard (Berlim, 25 jul. - 25 ago., 1920), quando ele e Raoul Hausmmann radicalizaram, pois vestiram um manequim inflável com o uniforme das forças especiais alemãs, que completaram com máscara de cabeça de porco, intitulando a obra Arcanjo Prussiano. Nessa mostra Baader apresentou a maquete de sua construção Grandeza e decadência da Alemanha (Plasto Die – Dada – Drame), que deveria ser monumento gigantesco com jardins suspensos de arquitetura Dadaísta. As obras citadas foram fotografadas na Dada Messe, e se encontram reproduzidas (GIBSON, 1991).

Criativo, inventivo e radical, Baader lançou o Prêmio Nobel Dadá; Dietas de Weimar e o Cadáver Verde sobre o Cavalo Branco. Uma das fotomontagens de Baader foi realizada com a fotografia frontal de seu rosto, em primeiro plano, associada à fotografia do perfil de Raoul Hausmann. No Café Áustria Baader fundou o Club Blauen Milchstrasse (Berlim, 12 mar., 1919); na obra gráfica Dada Milchstrasse (1919, colagem, 50 cm x 32.5 cm, coleção particular, Milão) o artista criou cartaz publicitário na técnica de Fotomontagem (v.), utilizando como base de sua colagem um cartaz original criado anteriormente por Raoul Hausmann, no qual superpôs sua própria imagem invertida ao lado da fotografia de Hausmann impressa no papel. A reprodução desta obra também se encontra publicada (GIBSON, 1991). Em muitos dos trabalhos de Baader as letras e formas tipográficas livres prevaleceram sobre as imagens e ilustrações das fotomontagens.

Baader editou as revistas Der Dada (1919-1920) e o Dada Almanach (1920; v.); ele trabalhou até o ano seguinte, quando ocorreu o declínio do movimento Dadaísta, precipitado pelo processo judicial movido pelo estado alemão contra o Dr. Otto Buchard, dono da galeria que organizou a Feira Dadá. O acontecimento encerrou o movimento em Berlim: pouco tempo depois Baader renunciou a toda atividade artística, trocando-a por atividades políticas. A maioria de suas obras desapareceu: no entanto, alguns de seus desenhos, colagens e fotomontagens que sobreviveram, se encontram no acervo do MoMA (Nova York). Algumas obras de Baader como Der Oberdada Gedankeubuch (1922, colagem, 22 cm x 14,7 cm) e, da parceria Hausmann - Baader, o Dadaphoto (Fotografia, colagem, 21,7 cm x 12,6 cm, no acervo do MNAM, Paris), se encontram reproduzidas (GIBSON, 1991).

Baader publicou:



BAADER, Johannes. Sonderausgabe Grune. Leiche Berlin, 1919.
 
______. Il. Praesident Baader Reklame fur mich. [Presidente Baader, anúncio para mim]. Berlin: Der Dada, n. 02, Dez., 1919.

______. Dio-Dada-Drame. Berlin: Dada Almanach, Erich Reiss Verlag, 1920.
 

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:



CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978. 475p.: il., pp. 57-75.
 


DICIONÁRIO. SCHMIED, W.; WITFORD, F.; ZOLLNER, F. The Prestel Dictionary of Art and Artists in the 20th century. Munich London - New York: Prestel, 2000. 383p.: il., p. 33.
 


GIBSON, M. Duchamp Dada. Paris: N. E. F. Casterman, 1991. 263p.: il. pp. 85, 90, 94, 95, 96, 106-108.
 


PIERRE, J. El futurismo y el dadaísmo. Madrid: Aguilar, 1968,p. 149.
 


RICHTER, H. HAUPTMANN, W. (Post-Scriptum). Dada art & anti-art. Koln: Du Mont Shauberg, 1964. 1965. 246p.: il., pp. 66, 221.


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