sexta-feira, 31 de agosto de 2012


HISTÓRIA DO IMPRESSIONISMO EUROPEU. BIOGRAFIA: MORISOT, Berthe (1841-1895).


Filha de uma família abastada, o pai de Morisot foi oficial de alto escalão no governo francês. Morisot nasceu em Bourges, mas foi viver em Paris (1852-); a artista iniciou seus estudos de desenho e pintura com Chocarne e Guichard, mas depois tornou-se aluna de Jean-Baptiste-Camille Corot (1861-; v. biografia blogada bem abaixo). As obras de Morisot foram aceitas no Salão Nacional de Belas Artes, onde ela expôs anualmente durante doze anos consecutivos (1864-1876).

A obra de Morisot foi influenciada por seu cunhado, o importante pintor francês Édouard Manet: Berthe casou-se com seu irmão Eugène. Manet pintou o retrato da artista (1872, óleo/ tela, 55 cm x 38 cm), e incluiu a figura de Morisot em várias de suas obras, como na pintura O Balcão (1868, óleo/ tela, 169 cm x125 cm, no Museu d'Orsay, Paris), na qual Morisot aparece sentada no balcão em companhia da violinista Fanny Claus e do pintor Antoine Guillemet, obra visivelmente inspirada na pintura Majas no balcão, do espanhol Francisco José de Goya y Lucientes.

Manet, que somente colocava suas obras em exposição nos salões oficiais, reprovou decisão de Morisot, que expôs suas obras na I Mostra Impressionista (1874). A exposição realizou-se no estúdio do fotógrafo Nadar (35, Boulevard des Capucines, Paris), quando ela expôs 9 pinturas; as obras da artista participaram de quase todas as 8 sucessivas mostras desse grupo das vanguardas francesas (1874-1884). Morisot não enviou obras para a IV (1879) e a VIII Mostra Impressionista (1884). Depois de sua participação nas mostras Impressionistas, Morisot ficou conhecida e consagrada. A temática de Morisot, que pintou interiores e ambientes intimistas sempre com figuras femininas na toilete e acontecimentos sociais como no teatro, apresentou desenho colorido com paleta suave, mas firme, em pinturas como O Berço (1872, óleo/ tela, 54 cm x 46 cm); A caça à Borboleta (1874, óleo/ tela, 46 cm x 56 cm); Jovem empoando-se (1877, óleo/ tela, 46 cm x 39 cm); Jovem mulher em vestido de noite (1879, óleo/ tela, 46 cm x 39 cm) e Retrato de Madame Pontillon (1871, pastel/ papel, 81 cm x 64,5 cm).

A família de Édouard Manet tinha propriedade na região de Grennevilliers, cidade próxima à Argenteuil: Morisot visitou a região e pintou paisagens como Os campos de trigo em Grennevilliers (1875, óleo/ tela, 46,5 cm x 69 cm). Nesta paisagem aparece pintada a figura solitária de camponês, que a artista apenas delineou em pinceladas soltas; na época, por causa deste pequeno detalhe, sua pintura foi severamente criticada. As paisagens de Morisot, que incluíam vários efeitos atmosféricos como os marcantes na pintura de seu colega Impressionista Eugène Boudin, granjearam-lhe excelente reputação, admiração e respeito por sua obra. Todos os quadros acima citados, pertencentes ao acervo do Museu d'Orsay (Paris), encontram-se reproduzidos (BONFANTE-WARREN, 2000).

Vários artistas das vanguardas francesas foram convidados para expor seus quadros na mostra belga do Grupo dos XX (Bruxelas, 1885-1894); no mesmo ano foram convidados os Impressionistas Berthe Morisot e Camille Pissarro (1887). Essas mostras representaram a grande vitrine internacional da arte das vanguardas européias, voltadas principalmente para as obras dos artistas Impressionistas e Pós-Impressionistas.

Morisot recebeu na sua residência muitos artistas das vanguardas parisienses e seus amigos Impressionistas; sua casa tornou-se o ponto de reunião  e referência para artistas plásticos, poetas, escritores e críticos de arte. Morisot foi artista que, ao longo de toda sua vida, pintou somente no estilo Impressionista; entre suas destacadas obras citamos: Jovem na Janela (1878, no Museu Fabre, Montpellier); Lygia no camarote usando colar de pérolas (1879, no Museu de Arte da Filadélfia), pinturas que encontram-se reproduzidas (HELLER, 1997). Berthe Morisot foi retratada (1875) pelo fotógrafo Nadar e sua fotografia encontra-se reproduzida (CLAY, 1973).    

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

BONFANTE-WARREN, A. The Musée D'Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000, pp. 91-92, 110, 124, 127, 139, 151-152, 276.

CARR-GOMM, S. Manet. Tradução de Antonio M. G. de Campos. Lisboa: Círculo de Leitores, Editorial Estampa, 1992. 143p.: il., pp. 32-36, 41, 98, 99.

CELANT, G; BLINDERMAN, B.; GALLOWAY, D.; KURTZ, B. D; CLAY, J. (Org.). Impressionism. New Jersey: Chartwell Books, 1973.

CLAY, J. (Org.); HUYGUE, R. (Pref.) Impressionnisme. Paris: Librairie Hachette - Société d' Ëtudes et de Publications Economiques, 1973, p. 20.

HELLER, N. Women Artists: an Illustrated History. 3a ed. New York - London -  Paris: Abeville, 1997, pp. 96-97.

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