Arte européia de vanguarda, desde seus primórdios, no século XIX: biografias e história, artistas, escolas, grupos e movimentos.Imagem da Exposição dita, Neo-plástica, no Museu Sztuki em Łodz (1946), projetada por Władysław Strzeminski para expor seleção das 111 obras da nata das vanguardas européias, colecionadas pelo Grupo Internacional dos A. r. (Artistas revolucionários, 1929-1936).
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
1925-1933-GRUPO (ALEMÃO DA) NOVA OBJETIVIDADE: KARLSRUHE (Alemanha, 1925–1933).
1925-1933-GRUPO (ALEMÃO DA) NOVA OBJETIVIDADE: KARLSRUHE (Alemanha, 1925–1933).
Desde o início do século XX, a Academia de Artes de Karlsruhe manteve estúdios separados para desenho e gravura (litografia). Os seus estudantes sempre receberam excelente treinamento nas técnicas das Artes Gráficas e podiam praticar o desenho artístico diariamente, nos ateliês da escola. O fato foi de fundamental importância para a estética Realista do grupo da Nova Objetividade em Karlsruhe.
No início da década de 1920 a Academia de Artes foi reformada e se transformou na Escola Estatal de Baden: seus estúdios permaneceram, como sempre, o grande ponto de referência dos artistas, que viviam na região. Foram alunos da Escola Estatal de Baden Rudolf Schlichter e Alexander Kanoldt, dois dos mais importantes artistas da Nova Objetividade, sendo que Kanoldt viveu um período em Munique e Schlichter em Berlim. Wilhelm Schnarrenberger foi o principal professor (1920-) da Escola Estatal de Baden e a ele se associaram, na mesma função, Karl Hubbuch e Georg Scholz (1925-). Esta tríade adotou o estilo de pintura conhecido como do Realismo Mágico, que ensinaram à seus alunos Rudolf Dischinger, Willi Müller-Hufschmid, Hanna Nagel e Hermann Sprauer, entre outros, que aderiram ao estilo pictórico da Nova objetividade.
A cidade de Karlsruhe não oferecia campo fértil para a arte moderna, pois ficou mais conhecida nas artes devido a Escola de Arte do professor Hans Thoma, pintor de cenas sentimentais. O grupo encerrou suas atividades em Karlsruhe devido a dois fatos marcantes, que deterioraram as relações da cidade com as vanguardas alemãs: o primeiro foi que, tanto Karl Hubbuch como Georg Scholz e Wilhelm Schnarrenberger foram demitidos por motivos políticos da Escola Estatal de Baden (Karlsruhe, 1933). O segundo fato político foi um motivo grave, que se encontra descrito (MICHALSKI, 2003:197). Na mesma cidade ocorreu que, líderes do grupo nazista local, tendo por colaboradores alunos da Escola Hans Thoma, organizaram a primeira mostra alemã chamada de Arte Degenerada (abril, 1933). Essa nomenclatura foi denominação depreciativa da arte das vanguardas, alemãs e europeias, cujas obras foram posteriormente confiscadas dos acervos dos museus e instituições culturais por toda a Alemanha. Essa primeira exposição, organizada sem nenhuma diretriz vinda de Berlim, voltou-se para a crítica maliciosa devido ao fato da Khunsthalle haver adquirido obras dos Impressionistas, aproveitando para atacar as obras produzidas na década de 1920 por artistas da Nova Objetividade.
A grande crise foi contornada por Alexandre Kanoldt, artista de prestígio, que, juntamente com Franz Radziwill, ambos participantes da Nova Objetividade e membros influentes do Partido Nazista, logo foram apontados professores, preenchendo vagas dos mestres demitidos por questões políticas. Kanoldt foi indicado professor da Escola Estatal Berlinense de Arte (1933); e Radziwill assumiu o posto do demitido Paul Klee, na Escola Estatal de Arte (Dusseldorf, 1933). Logo depois pinturas de Kanoldt participaram da mostra coletiva O Novo Romantismo Alemão, realizada na Galeria Kestner-Gesellschaft (Hanover, 1933). A exposição marcou o retorno da arte alemã ao Figurativismo idealizado pelo nazismo, tendência da arte européia que viveu décadas sob a influência marcante dos países dominados por vários ditadores como a Itália (Mussolini, 1922-1944), a Rússia (Stalin, 1924-1953) e a Alemanha (Hitler, 30 de janeiro 1933-1945). No final da década, apesar de sua convivência permissiva com o regime nazista, várias pinturas de Kanoldt foram apontadas como Arte Degenerada, bem como a arte da maioria dos pintores do grupo da Nova Objetividade.
\Depois do inicio das perseguições nazistas aos artistas da Nova Objetividade, Franz Lenk, artista apartidário destacado no Grupo 1919, da Secessão de Dresden (1919), assumiu o posto na Escola Estatal Unida (Berlim, 1933-1934), mas resignou do cargo, solidário com seus colegas demitidos pelos nazistas sem direitos, por razões políticas. Georg Schrimpf, antigo pacifista sem partido, tornou-se professor da Faculdade de Arte - Educação (1933-1938); ele, por obra e graça do acaso tornou-se protegido do conhecido nazista Rudolf Hess, antes de converter-se ao catolicismo (1935), ser perseguido e ter suas obras expostas na mostra mais importante de Arte Degenerada (sic), inaugurada em Munique e itinerante por cidades como Dusseldorf e Dresden (1937-1938).
Os citados Hubbuch, Kanoldt, Schnarrenberger, Scholz e Schrinpf participaram anteriormente da principal exposição que nomeou a Nova Objetividade, organizada por Gustav Hartlaub, diretor da Kunsthalle (Manheim, 1925). Lenk e Kanoldt participaram da mostra coletiva do grupo, realizada na Galeria Neumann - Nierendorf (Berlim, 1927); e Radziwill inaugurou exposição individual na Galeria Bruno Cassirer (Berlim, 1927) e participou da única mostra internacional da Nova Objetividade, intitulada de Os Independentes [De Onafhangeliken] no Museu Stedelijk (Amsterdã, 1929).
REFERÊNCIA SELECIONADA:
MICHALSKI, S. New Objectivity. Neue Schlichkeit: Painting in Germany in the 1920s – Painting, Graphic Art and Photography in Weimar Germany 1920-1933. Cologne - London - Los Angeles - Madrid - Paris - Tokyo: Taschen, 2003, 220p.; il. ,color., pp. pp. 12,15-20, 70, 83-85, 87, 89-111,197,204, 208-219.
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