Arte européia de vanguarda, desde seus primórdios, no século XIX: biografias e história, artistas, escolas, grupos e movimentos.Imagem da Exposição dita, Neo-plástica, no Museu Sztuki em Łodz (1946), projetada por Władysław Strzeminski para expor seleção das 111 obras da nata das vanguardas européias, colecionadas pelo Grupo Internacional dos A. r. (Artistas revolucionários, 1929-1936).
sábado, 5 de julho de 2014
BIOGRAFIA: GROSZ, George; Georg Ehrenfried (1893-1959).
BIOGRAFIA: GROSZ, George; Georg Ehrenfried (1893-1959).
Grosz nasceu e morreu em Berlim: ele foi artista multimedia, pintor, grande desenhista e aquarelista, poeta e escritor com sólida formação profissional, além de comunista e anarquista. Grosz frequentou a Academia de Arte (Dresden, 1909-1912). No último ano frequentou o ateliê berlinense do pintor Emil Orlik (1870-1932). Grosz foi estudar depois na Academia Colarossi (Paris, 1913). Convocado no início da I Guerra Mundial, Grosz serviu ao exército alemão mas foi dispensado devido à problemas de saúde mental (1914-1915).
Grosz encontrou- se em Berlim com Wieland (1896-1988) e Franz Helmut Herzfeld (1891-1968), fundadores da Editora Malik [Malik Verlag]. Grosz seguiu o exemplo de Helmut, que, em plena época da guerra e vivendo na Alemanha, trocou seu nome para a versão inglesa e ficou conhecido como John Heartfield; Georg tornou-se George Grosz.
O artista foi novamente convocado (1917), mas desertou; na época pintou sua obra apocalíptica e moderníssima Explosão (1917, óleo/ aglomerado, 47,5 cm x 68,2 cm, no acervo do MoMA, em Nova York). Grosz foi enviado pelo exército à uma instituição que tratava de problemas de saúde mental e foi considerado permanentemente inadequado para o serviço militar.
O artista participou do Dadaísmo berlinense; Richard Huelsenbeck (Dr. Charles Hulbeck, 1892-1974), lançou o primeiro manifesto Dadá alemão no Gabinete Gráfico Newman (12 de abril, 1918). Gorsz assinou-o, juntamente com Tristan Tzara (1896-1963), Franz Jung (1888-1963), R. Huelsenbeck, Raoul Haussmann (1888-1971) e Gerhard Preiss (Dada-Músical). No ano seguinte foi emitida a declaração Dadaístas contra Weimar e foi criado o Conselho Central Dadaísta da Revolução Mundial. Este documento Grosz assinou junto com Hans Arp (1886-1966), Johannes Baader (1875-1955), R. Hausmann, R. Huelsenbeck, Marcel Janco (1895-1984), Franz Jung (1888-1963), Max Ernst (1891-1976), Hannes Meyer (futuro mestre e diretor da Bauhaus, 1889-1954) e T. Tzara (6 de fev., 1919).
Grosz tornou-se o melhor ilustrador e caricaturista das inúmeras publicações radicais do Dadá berlinense, com desenhos expressivos que ridicularizavam a política e os soldados alemães. O artista foi editor, junto com o anarquista Carl Einstein (1885-1940), da revista Der Dada [O Dadá], (n. 2, dez., 1919) e Der Blutige Ernst [O Sangue do Ernesto] (nov., 1919 - fev., 1920, último número). Grosz colaborou com Dadaco (antologia impublicada, 1920) e com a revista Jederman sein eigner Fussball [A cada um o seu futebol], (fev., 1919-1920); com Die Pleite [A Bancarrota] (1919-1920); Der Gegner [O Adversário], editada por Julien Gumperz e W. Herzfeld. Na revista O Adversário (n. 10/ 12, 1919) Grosz publicou texto conjunto com Heartfield, atacando o conceito de arte. Associado à Editora Malik, Grosz publicou seu primeiro portfólio de litogravuras com o tema da guerra. Esta, que foi sua primeira obra nas Artes Gráficas, levou-o ao desenvolvimento temático de várias outras obras similares que granjearam-lhe fama na Alemanha e no exterior.
Grosz participou da organização da Feira Internacional Dadá [Dada Messe], onde apresentou obras contundentes, nessa exposição realizada na Galeria Otto Burchard (Berlim, 1920). Devido à crítica ao militarismo alemão, Baader, Grosz, Herzfeld e Otto Burchard foram processados (maio 1921). O grupo defendeu-se ardorosamente contra a acusação de ridicularizar o Reichswehr e como pena foram multados e tiveram várias obras e cartazes destruídos. Na época da mostra Grosz pintou uma de suas obras mais críticas à sociedade alemã, Pilares da Sociedade (1920, óleo/ tela, 200 cm x 108 cm, na Galeria Nacional, em Berlim).
Grosz permitiu- se em vida todas as contradições, pois filiou- se ao PC Alemão e ao mesmo tempo aliou-se aos dadaístas mais radicais berlinenses, anarquistas. Grosz como seu amigo Einstein pertenceu ao Partido Espartaquista Alemão, transformado no final do ano no Partido Comunista (1918).
As obras de Grosz foram reconhecidas na América; o artista para lá emigrou definitivamente (12 de jan.,1933). Grosz tornou-se professor da Liga dos Estudantes de Arte [Art Student's League], reduto das vanguardas (Nova York, 1940- 1943).
Na escola o artista ensinou técnicas desenho às vanguardas norte-americanas.
Grosz foi grande ilustrador e contribuiu para várias publicações; na técnica de aquarela sobre papel pintou várias obras extremamente eróticas e que encontram-se reproduzidas no catálogo da mostra da qual participaram: O Sexo na Arte Feminimasculina [Le Sexe dans l'art, féminimasculin], no MNAM (Paris,1996).
Grosz foi professor em várias instituições norte-americanas e foi homenageado com importante mostra de seu trabalho no Museu Whitney de Arte Americana (Nova York, 1954). Grosz voltou à visitar Berlim Oriental, onde faleceu (6 de julho, 1959). O artista escreveu diversos livros sobre arte e seu livro autobiográfico Um Pequeno Sim e Um Gande Não, e deixou extraordinária obra gráfica. O MAC (USP) possue em seu acervo a obra de Grosz A Bestialidade Avança (1933, aquarela/ papel, 66,5 cm x 48,3 cm). Grosz pintou a interessante Metrópolis (1916-1917, óleo/ tela, 103 cm x 105 cm) e Lembra do Tio Augusto o Inventor Feliz? (1918, óleo/ crayon conté/ colagem/ tela, 49 cm x 39,5 cm, no MNAM, Paris), ambas reproduzidas (GIBSON, 1991).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
ADES, D., op. cit. (1978), pp. 79-88, 103, 123
BARBOSA, A., Catálogo geral de obras MAC (USP), op. cit., p. 235
BARRON, Stephanie, Wolf Dieter-Dube. German Expressionisms Art and Society. New York: Rizzoli, 1997, pp. 271 - 278
CATÁLOGO. HERZOGENRATH, W. 50 Jahre Bauhaus. Tradução de Karl Georg Bitterberg. Stuttgart: Institut für auslandsbesiehungen, 1968,.251p.: il., 22 x 22 cm.
CATÁLOGO. LE SEXE dans l'art, cat. exp., Paris: MNAM, Centro Georges Pompidou, 1996
ENSAIO. FEHLEMANN, S. La Peinture Expressioniste Allemande. Apud GABARSKY, S. La peinture Expressioniste allemande. Stuttgart: Herscher - Cantz Verlag, 1987, pp. 93-94, 202.
GIBSON, M. Duchamp Dada. Paris: N. E. F. Casterman, 1991. 263p.: il., p. 89.;
MICHALSKI, S. New Objectivity. Neue Schlichkeit: Painting in Germany in the 1920s – Painting, Graphic Art and Photography in Weimar Germany 1920-1933. Cologne - London - Los Angeles - Madrid - Paris - Tokyo: Taschen, 2003, 20 x 24,5 cm. 220p.; il., color., pp. 19-39, 210.
NÉRET, G. 30 ans d'art moderne: peintres et sculpteurs. Fribourg: Office du livre, 1988. 248p.: il., pp. 213, 219- 223
PIERRE, J. L'Univers Surréaliste. Paris: Somogy, 1983, p. 170.
DICIONÁRIO. SCHAMALENBACH, W.; GRASSKAMP, W. (Biogr.). German Art of the 20th Century: painting and sculpture 1905-1985. Translated by John Ormond. Munich - Dusseldorf: Prestel, 1987, p. 483.
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