DADAÍSMO EM COLÔNIA: GRUPO (INTERNACIONAL DA) ASSOCIAÇÃO (DOS) ARTISTAS REVOLUCIONÁRIOS DE COLÔNIA (Colônia, Alemanha, 1918-1919).
A Revolução Alemã renovou as artes: por todo o país brotaram associações de artistas, brandindo sua bandeira libertária e patriótica. O fervor revolucionário espalhou-se por Carlsruhe, Darmstadt, Halle, Hamburgo, Hanover e Berlim. Esta fogueira ardeu, e logo se apagou: os artistas gritaram seus apelos, mas isto foi tudo que conseguiram. A fervente atividade logo cessou e poucas associações de artistas prosseguiram com suas atividades.
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artistas Hans Arp, Max Ernst e Marcel Janco vinham de Zurique, onde tinham participado do Dadaísmo na cidade, e se associaram a outros artistas para fundarem a Associação dos Artistas Revolucionários de Colônia. Os artistas reunidos em mais uma, entre as inúmeras associações de artistas que surgiram nessa época por toda a Alermanha, lançaram seu Manifesto (11 abr., 1919). Assinaram o documento Hans Arp (1886-1966) e Sophie Taueber (depois, Arp, 1889-1943), Fritz Baumann (1896-1942), Viking Eggeling (1880-1925), Max Ernst (1891-1976), Alberto Giacometti (1901-1966), Emmy Hennings (1885-1948), Marcel Janco (1895-1984) e Hans Richter (1888-1976). Aderiram ao grupo Augusto Giacometti (1877-1947), Otto Freundlicht (1878-1943), Angelika Hoerle (1899-1923) e Heinrich Hoerle (1895-1936), entre outros.
Em Colônia os artistas iniciaram a publicação de revistas: entre seus colaboradores Alberto Giacometti, pintor suíço até então da corrente Expressionista, que se popularizou durante o periodo do Dadaísmo em Zurique. Nesta fase, Giacometti colaborou com as publicações de cunho politico radical, revistas que lutaram contra o crescente militarismo germânico. Colaborou o filho de banqueiro Johannes Theodor Baargeld (Alfred Gruenwald, 1895-1927), ativista político e único membro fundador do Partido Livre Germânico, que patrocinou a primeira revista publicada em Colônia, Der Ventilator [O Ventilador], de pronunciada orientação marxista (ADES, 1987: 103). As publicações Bulletin D (nov., 1919, M. Ernst e Johannes Baargeld, ed.), Die Shammade (O Camarada, abr., 1920, Johannes Baargeld e M. Ernst, ed., capa il., Hans Arp), foram distribuidas nas portas de fabricas e locais de reuniões operárias populares.
O Dadaìsmo em Colônia foi de curta duração, mas apresentou excelentes resultados, pois nele aturam em conjunto duas das maiores e mais originais presenças no movimento: a do suiço, posteriormente naturalizado francês Hans Arp, e a do alemão Max Ernst. Ernst publicou o álbum com oito litografias, encomenda da cidade de Colônia, intitulado Fiat Modes (1919): ele foi o primeiro artista da Associação dos Artistas Revolucionários de Colônia, também participante da Associação dos Artistas Radicais da Basiléia (Suíça, 1919-1921), que expôs suas obras em Paris convidado por André Breton, mentor do Grupo (Internacional) do Surrealismo (1924-1966). Algumas dessas obras foram feitas em conjunto com Hans Arp, as Colagens intituladas Fatagaga/ Fabricação de quadros gazométricos garantidos [Fatagaga/ Fabrication de Tableaux Garantis Gazometriques]. Antes de participar do Dadaísmo em Zurique, Hans Arp fundou anteriormente com Paul Klee (1879-1940), Walter Helbig (1878-1968). Albert Jacques A. Welti (1894-1965) e Oscar Wilhelm Lüthy (1882-1945) o Grupo (Suíço) da Federação Moderna [Der Moderne Bund] (Weggis, Suíça, 1911-1913). Quase todo o grupo da Associação dos Artistas Revolucionários de Colônia se transferiu para o Dadaísmo na Basiléia, onde fundaram a Associação dos Artistas Radicais (Suíça, 1919-1921).
REFERÊNCIA SELECIONADA:
ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978. 475p.: il., pp.103-110.
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