HISTÓRIA DO PÓS-IMPRESSIONISMO EUROPEU.
TÉCNICAS NA ARTE (INTERNACIONAL): PINTURA PONTILHISTA, DO DIVISIONISMO DA PINCELADA
(Paris, 1884-1900).
Henri-Edmond Cross (1856-1910)participou com obras Pontilhistas do fracassado 1º Salão dos Artistas Independentes, organizado em Benefício da vítimas do cólera (1884), Esse salão submergiu perdido nas disputas internas da recém-fundada Sociedade dos Artistas Independentes (v.). No entanto os ditos, Independentes prosseguiram, insistindo na organização de seu salão anual que opôs-se à rigidez do Salão de Belas Artes. O novo Salão dos Artistas Independentes representou a grande abertura para as inovadoras obras produzidas pelas novas vanguardas francesas, usualmente rejeitadas pela crítica de arte e pelos salões oficiais, dominados pelos pintores acadêmicos, na sua maioria professores da Escola Nacional de Belas Artes (Paris).
O III Salão dos Artistas Independentes (1886) foi sucesso, e apresentou c. 200 obras das vanguardas francesas: o salão lançou as obras do grupo que a crítica de arte londrina, mais tarde (c. 1912-1913), chamou de Pós-Impressionista. O nome passou a designar as Pinturas de Henri-Edmond Cross, e, principalmente, de Paul Signac (1863-1935) e Charles Angrand (1854-1926); de Henri Matisse (1869-1954) na fase pontilhista, quando ele trabalhou na região do Midi na companhia de Cross e de Signac (1904-1905); dos franceses Maxmillien Luce e Louis Hayet (1864 -1940); de Camille Pissarro (1830-1903), com pequena fase na obra pictórica e seu filho Lucien Pissarro (1863-1944),Pontilhista e Pós-Impressionista tardio.
O Pontilhismo se fez presente na obra do holandês Piet Mondrian (1872-1944), e de outro pintor holandês, que vivia em Paris como Mondrian, que também apresentou a fase Pontilhista tardia, Kees van Dongen, estilo expresso na pintura Moulin de la Galette (1904-1906); e, mais tarde, do belga Henri van de Velde (1863-1957),depois que as pinturas dos Pós-Impressionistas estiveram em exposição no Grupo (Belga) dos XX [Les XX].
O estilo Pontilhista surgiu posteriormente ao do Impressionismo (v.), em que outro expoentes desta escola, além de seu principal pintor, Georges Seurat (1959-1891), lançou verdadeiro manifesto Pontilhista na obra Tarde de domingo na Ilha de La Grande Jatte (1884-1886), que causou furor quando exibida na última mostra independente dos Impressionistas (1886).
No entanto, Henri Matisse e Camille Pissarro logo abandonaram a técnica pontilhista, trabalhosa e cheia de regras, que seguia as leis rígidas da teoria da complementaridade das cores de Charles Chevreuil. Georges Seurat lançou e Camille Pissarro adotou, sem tanto rigor técnico, mas utilizou-a por curto período, enquanto foi patrocinado pela Galeria Durant-Ruel que enviou-o para Londres, tentando re-editar o sucesso das pinturas londrinas de André Derain (1880-1954); de outras pinturas londrinas de Claude Monet (1840-1926), quando o artista chegou próximo à Abstração (1905).
Pissarro pintou na técnica Pontilhista o quadro Ponte de Charing Cross (Charing Cross Bridge, 1906, óleo/ tela, 81 x 100 cm). Pissarro, no entanto, não conseguiu o mesmo sucesso alcançado pelos artistas que viveram temporada londrina anteriormente, pois suas pinturas dessa fase foram tímidas, como o quadro citado. Cross pintou na técnica pontilhista Brisa da Tarde (1893-1894, óleo/ tela, 116 x 165 cm) e Ciprestes em Cagnes (1908, óleo/ tela, 81 x 100 cm), que se encontram no acervo do Museu d'Orsay (BONFANTE-WARREN, 2000). Cross pintou na técnica Pontilhista vários portos como Volta de minha casa (1906-7, óleo/ tela, 61x79 cm, no Museu Pushkin, Moscou); e a pintura Porto de Toulon, que se encontra reproduzida (SEUPHOR, 1957). A paleta do pintor foi bem mais suave e restrita nas cores: suas formas libertas buscaram a harmonia de contrastes nos valores tonais amenos em pinceladas vivas, variadas e vibrantes.
Pissarro pintou na técnica Pontilhista o quadro Ponte de Charing Cross (Charing Cross Bridge, 1906, óleo/ tela, 81 x 100 cm). Pissarro, no entanto, não conseguiu o mesmo sucesso alcançado pelos artistas que viveram temporada londrina anteriormente, pois suas pinturas dessa fase foram tímidas, como o quadro citado. Cross pintou na técnica pontilhista Brisa da Tarde (1893-1894, óleo/ tela, 116 x 165 cm) e Ciprestes em Cagnes (1908, óleo/ tela, 81 x 100 cm), que se encontram no acervo do Museu d'Orsay (BONFANTE-WARREN, 2000). Cross pintou na técnica Pontilhista vários portos como Volta de minha casa (1906-7, óleo/ tela, 61x79 cm, no Museu Pushkin, Moscou); e a pintura Porto de Toulon, que se encontra reproduzida (SEUPHOR, 1957). A paleta do pintor foi bem mais suave e restrita nas cores: suas formas libertas buscaram a harmonia de contrastes nos valores tonais amenos em pinceladas vivas, variadas e vibrantes.
Na Itália, no período inicial do Futurismo, no começo do século XX, Carlo Carrà pintou algumas obras notáveis, na sua adaptação pessoal da técnica Pontilhista, invenção marcante dos artistas Pós-Impressionistas franceses. Carrà descobriu na arte italiana o Pontilhismo precurssor de Gaetano Previatti (1852-1920), de Giovanni Segantini (1891-1952) e de Giuseppe Pelizza de Volpedo (1869-1907), artistas associados a influência da arte dos Impressionistas franceses na arte italiana da segunda metade do século XIX. A técnica representou a chave formal do modernismo Futurista, expresso nas primeiras obras de Carrà. O artista produziu as pinturas enigmáticas Deixando o Teatro, a Piazza del Duomo e a Cena Noturna na Praça Beccaria (1909); no ano seguinte, As Nadadoras (1910). Carrà descobriu nessas pinturas que a técnica do Pontilhismo que adotou, de forma diferenciada, permitiu-lhe a expressão de emoções subjetivas, sentimentos até então inexistentes na arte italiana e internacional.
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
BONFANTE-WARREN, A. The Musée D'Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000, pp. 204, 205, 252.
CLAY, J. Impressionism. Preface: René Huygue. New Jersey: Chartwell Books, 1973, pp. 273-274, 288-289, 292-297.
DICIONÁRIO. SEUPHOR, M. Dictionaire de la peinture abstraite: precédé d´une histoire de la peinture. Paris: Fernand Hazam, 1957. 305p.: il., pp. 75-76.
PIERRE, J. L'Univers Symboliste: décadence, symbolisme et art nouveau. Paris: Éditions d'Art Aimery Somogy, 1991, p.266.
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