terça-feira, 6 de novembro de 2012


 
HISTÓRIA DO PÓS-IMPRESSIONISMO EUROPEU.
BIOGRAFIA: CROSS, Henri-Edmond; Henri-Edmond Delacroix (1856-1910). 

 
O artista francês nasceu em Douai e morreu em Saint-Clair. Delacroix adotou o sobrenome de Cross para não ser confundido com seu famoso homônimo nas artes, Eugène Delacroix (1798-1863), professor da Escola de Belas Artes (Paris). O objetivo de Cross na arte foi seguir livremente sua inspiração na produção de obra moderna, pintada geralmente na técnica Pontilhista, dita, depois, no século XX, de Neo-Impressionista ou Pós-Impressionista.

Cross passou a juventude em Lille onde estudou com E. A. Carolus Durant , que depois foi professor da Escola Nacional de Belas Artes (Paris) onde o artista também estudou. Cross participou, pela primeira vez, do Salão de Outono (Paris, 1881). Posteriormente ele foi um dos organizadores do Salão dos Artistas Independentes (Paris, 1884-hoje). Nesta fase a Pintura de Cross foi considerada como das mais importantes nas vanguardas francesas; as obras de Cross foram impregnadas de cor, apresentando pinceladas regulares, sem efeitos de sombra.

O artista costumava passar os verões na Itália; nos ultimos anos de sua vida, ele viveu em Saint-Clair, cidade praiana no sul da França, onde participou do Grupo de Saint-Clair (v. abaixo). A obra de Cross participa do Grupo dos Neo-Impressionistas ou dos Pós-Impressionistas: v., abaixo).

Na última década do século XIX o pintor Paul Signac assinava a revista Le Japon Artistique; os amigos próximos Paul Signac e Cross realizaram cada um uma pintura com a influência japonesa visível. A obra de Signac foi o quadro Mulher vestindo colete grená (1892) e, a obra Cross, datada do mesmo ano, foi uma das mais enigmáticas pinturas Pontilhistas: Mulher penteando seu cabelo (1892, óleo/ tela, 23,8 x 17,9), quando a face da mulher ficou escondida atrás do longo cabelo, pintado em primeiro plano na tela. Nessas pinturas, segundo CLAY (1973), que reproduziu as duas obras citadas, de Signac e Cross, a simplificação dos contornos é acompanhada do desenvolvimento do padrão que orienta a pintura para a Abstração.

Cross deixou Paris para estabelecer sua residência em Saint-Clair, no sul da França, no sopé dos Alpes, onde moravam G. Seurat e Paul Signac (1891-;v. Grupo de Saint-Clair). O pintor, longe da barulhenta capital, abraçou a forma de Neo-Impressionismo extremamente radical, na qual os objetivos sintéticos de Seurat foram gradualmente abandonados. Na revolta aberta contra o Realismo, Signac e Cross tendiam para a concepção livre da cor, liberada de qualquer compromisso com a natureza. Foi Cross, o melhor colorista do grupo, que aventurou-se adiante, à fim de escapar do Realismo.

A obra de Cross As Ilhas de Ouro (Les Islles d'Or,1891-1892), expressa verdadeiramente a afirmação de CLAY de que a paisagem torna-se superfície e a pintura um mosaico. Na obra citada, Cross pintou o fundo neutro na cor bege café-com-leite, para colocar por cima, em milhares de pequenas e delicadas pinceladas separadas, na superfície da tela, em que foi entrosando as cores umas sobre as outras, integrando-as na sua mudança tonal, através da interação de camadas de pigmentos puros intercalados em faixas mescladas, de forma meticulosa e estudada, na qual pontos e linhas se transformam no essencial desta obra pioneira (c. 1892), próxima da verdadeira Abstração.

A obra Neo-Impressionista de Cross foi bastante avançada para sua época, pintura na qual o artista práticamente chegou à Abstração; várias das obras citadas se encontram reproduzidas (CLAY, 1973; PIERRE, 1991; BONFANTE-WARREN 2000).
 
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 
BONFANTE-WARREN, A. The Musée D'Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000, pp. 204, 205, 252.
CLAY, J. Impressionism. Preface: René Huygue. New Jersey: Chartwell Books, 1973, pp. 273-274, 288-289, 292-297.

DICIONÁRIO. SEUPHOR, M. Dictionaire de la peinture abstraite: precédé d´une histoire de la peinture. Paris: Fernand Hazam, 1957. 305p.: il., pp. 75-76.
 
PIERRE, J. L'Univers Symboliste: décadence, symbolisme et art nouveau. Paris: Éditions d'Art Aimery Somogy, 1991, p. 266.
 

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