quinta-feira, 11 de outubro de 2012



HISTÓRIA DO PÓS-IMPRESSIONISMO EUROPEU. BIOGRAFIA: MONFREID, Georges-Daniel (1856-1929). 



O pintor francês Monfreid foi bem nascido, refinado, culto, educado e bem relacionado, pertenceu à melhor sociedade parisiense e que tornou-se além de amigo, o marchand de Paul Gauguin (1848-1903). Monfreid frequentou a Academia Fernand Cormon (v.), onde ele foi colega de Paul Gauguin, Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901), Émile Bernard (1868-1941) e John Russell (1858-1931), artistas pertencentes às correntes da arte mais avançada da época.
 
O crítico de arte Edouard Dujardin (1861-1949), no artigo publicado na La Revue Independente (A Revista Independente, 1º mar., 1888), considerou Monfreid como um dos fundadores de um dos primeiros movimentos das vanguardas francesas, o Cloisonismo (v., abaixo). Este foi um dos primeiros movimentos de que se tem notícia nas vanguardas artísticas francesas, antes mesmo do aparecimento do Grupo dos Nabis mas depois do Grupo dos Sintetistas, reunidos em torno de Paul Gauguin. Participaram do Cloisonismo Émile Bernard, Jacob Meyer de Haan (1852-1895) e Daniel de Monfreid: todos os citados passaram uma temporada de verão juntamente com Paul Gauguin, hospedados na pensão de Marie Henri (Le Pouldu, 1889). Essa cidade distava c. de 50 km de Pont-Aven, onde Paul Sérusier recebeu a famosa aula de arte moderna de Gauguin (1888, Bretanha). Da fase de encontros artísticos e musicais, pois Gauguin tocava acordeão e Sérusier cantava, resultou o movimento chamado Sintetismo (1888-1889). Depois da única exposição do grupo, D. de Monfreid, que pertencia a alta sociedade francesa e nunca passou por dificuldades econômicas, colocou seu estúdio à disposição de P. Gauguin. O artista aceitou-o e passou a temporada pintando neste local.
 
Monfreid foi um dos amigos leais, que ajudou à Paul Gauguin, inclusive quando o artista foi viver no Taití. Monfreid sempre manteve com Gauguin correspondência regular e, anos depois da morte do pintor, ele publicou as cartas trocadas entre eles (1918); essas cartas constituem documento revelador da fase taitiana da vida do pintor. Gauguin confiava em Monfreid e enviou-lhe dezenas de seus quadros pintados no Taití, para que ele pudesse comercializá-los em Paris. Gauguin trabalhou na marinha mercante, na época em que viajou para o Panamá e Martinica em companhia do pintor inglês Charles Laval (1862-1894); ele enviou os primeiros quadros para Monfreid através de portador, conhecido da marinha. Monfreid destacou-se sempre como amigo leal de Gauguin: mas, de sua pintura muito pouco se encontra publicado.
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

FRÉCHES-THORY, C.: TERRASSE, A.;LE ROUX,J. Les Nabis. Tours: Flammarion, 1990. 319p.: il., p. 20.
 
PRATHER, M. Paul Gauguin: a retrospective. New York: Charles F. Stuckey, Park Lane, 1985. 387p.: il., p. 82.

ELLRIDGE, A. Gauguin and the Nabis: Prophets of Modernism. Paris: Terrail, 1995, p. 45.

 

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