HISTÓRIA DO PÓS-IMPRESSIONISMO EUROPEU. BIOGRAFIA: SCHUFFNECKER, Charles-Emile (1851-1906).
Os artistas se conheceram quando ambos trabalharam para a corretora Bertin, no mercado de ações (Paris, 1872). No seu tempo livre Schuffnecker pintava e foi, provávelmente por sua influência, que P. Gauguin (1848-1903) ficou interessado nas obras dos Impressionistas, movimento que surgiu na época. Ambos estudaram no Ateliê Colarossi (v., abaixo).
Gauguin foi amigo próximo de Camille Pissarro (1830-1903), artista que participou de todas as mostras Impressionistas (1874-1886). Foi por sugestão de Émile Bernard (1868-1941), que E. Schuffnecker cedeu um espaço para a estocagem dos quadros de Gauguin; quando o artista se encontrava viajando, o que acontecia frequentemente. Schuffnecker se tornou uma espécie de marchand informal de Paul Gauguin. Schuffnecker procurava compradores para as pinturas de Gauguin, além de adiantar o dinheiro sobre a venda futura dos quadros.
Quando Gauguin se encontrava vivendo o período de c. de três meses na companhia de Vincent van Gogh (1853-1890), ocorreu a crise desvairio e V. van Gogh atacou Gauguin; e, em seguida, cortou sua orelha (23 dez., 1888). Logo após esta agressão Gauguin saiu da casa que dividia com o pintor holandês e passou a noite fora; no dia seguinte, quando Van Gogh havia sido internado no hospital da cidade, Gauguin voltou para buscar seus pertences e partiu para Paris. O artista procurou abrigo na casa de Shuffnecker, onde permaneceu, até que conseguiu montar seu novo estúdio na cidade. No entanto, por influência da Sra. Schuffnecker, que tinha razões para não gostar de Gauguin, o amigo se afastou do pintor, com quem se correspondeu até esta data (1890). Na carta de Paul Gauguin para C.-É. Schuffnecker (8 out., 1888), o artista descreveu para o amigo a pintura de seu Auto-Retrato (1888), que Gauguin executou à pedido de V. Van Gogh, um dos mais expressivos auto-retratos de artistas no século XIX.
O movimento formado em torno de P. Gauguin na época, recebeu o nome de Sintetismo (1888-1890). As obras dos artistas do grupo, inclusive de C-E. Schuffnecker estiveram em exposição na única mostra realizada no Café das Artes (Paris, 1890). As pinturas de Schuffnecker não se tornaram conhecidas, nem posteriormente foram mencionadas: a sua presença na arte francesa, deu-se mais devido à sua amizade com Paul Gauguin. PRATHER (1985) publicou a fotografia de Charles-Emile Schuffnecker na companhia de sua família; Gauguin retratou-o na mesma situação na pintura A Família Schuffnecker (1889, óleo/ tela, 73 cm x 92 cm, no acervo do Museu do Louvre, Paris; ALLEY, 1962).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
ALLEY, R. Gauguin. Traduction française de C.
de Longevialle. Paris: O.D.E.J., 1962, pp. 7-14, prancha XIV.
FRÈCHES-THORY, C; TERRASSE, A. Les Nabis. Tours: Flammarion, 1990, p. 20.
FRÈCHES-THORY, C; TERRASSE, A. Les Nabis. Tours: Flammarion, 1990, p. 20.
PRATHER, M. Gauguin: a retrospective. New York: Charles F. Stuckey, Park Lane, 1985, pp. 11-16, 80-88.
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