Filiger nasceu em Thann e morreu em Brest; tornou-se pintor francês de temas Simbolistas. O artista foi viver em Paris, onde tornou-se aluno da Academia Colarossi; ele participou do Sintetismo, também chamado de Escola de Pont-Aven ou Escola de Le Pouldu, locais onde formou-se o pequeno grupo de artistas cujo mestre foi Paul Gauguin (1848-1903).
Charles Filiger vinha justamente de Paris para hospedar-se na Pensão Gloanec, em Pont-Aven, onde conheceu Gauguin e Emile Bernard ( 1868-1941), que lá se encontravam hospedados (1888). O artista asociou-se ao grupo que se formou em Pont Aven junto com Bernard e Gauguin. No ano seguinte o grupo mudou-se para a pensão de Marie Henri, na localidade costeira Le Pouldu, onde reuniram-se para pintar, ouvir música nos saraus que promoveram e discutir arte vanguardista. Juntou-se ao grupo Jacob Meyer de Haan (1852-1895), entre outros poucos artistas. O grupo participou da mostra no Café das Artes, a única exposição do grupo do Sintetismo (Paris, 1889). Filiger foi o mais místico do grupo de pintores de Pont-Aven.
O Conde Antoine de La Rochefoulcauld comprou as obras de Filiger e passou à fornecer-lhe a renda anual de 1200 FF., a partir desta época. O artista participou do Salão dos Artistas Independentes (1889; 1890). O artista foi contratado por Alfred Jarry e Remy de Gourmond para ilustrar a revista simbolista L'Ymagier.
Filiger tornou-se afinal bastante conhecido no final do século XIX, e Jarry consagrou-lhe texto entusiasmado (1894). Filiger participou do Salão dos Artistas Simbolistas, também conhecido como Salão Rosa-Cruz onde expôs guaches místicas. Ocorreram 6 salões do gênero, organizados por Sâr Peladan. Filiger participou salão do Grupo dos XX, em Bruxelas, depois que Gauguin recomendou-o à Octave Maus, o promotor deste grupo de prestígio nas artes das vanguardas belgas.
Filiger distanciou-se da estética da Escola de Pont-Aven com obras que tornaram-se Abstrações Geométricas, através do estudo aprofundado da teoria da cor (1900-1903). Essas pinturas depois influenciaram Robert Delaunay e toda uma geração de artistas, além dos futuristas italianos como Giacomo Balla, com suas belas cores sobrepostas.
No final da vida Filiger isolou-se no albergue de Tregenc; tornou-se figura bastante apagada na arte francesa, até ser redescoberto por André Breton, que prestou-lhe sua homenagem (1951). As obras vanguardistas de Filiger foram incluídas na mostra retrospectiva de Breton, no MNAM - CGP (Paris, 1991). Entre as obras expostas nessa mostra citamos Notação Cromática (Notation Chromatique, 1903), reproduzida no catálogo (BEAUMELLE 1990), bem como a pintura A Prece (La Prière, 1892), reproduzida (PIERRE, 1991).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
CATÁLOGO. BEAUMELLE, A.; MONOD-FONTAINE, I.; SCHWEISGUYTH, C. André Breton: La Beauté Convulsive. Paris: MNAM, 1991, pp. 438-439.
ENCICLOPÉDIA. CASSOU, J.; BRUNEL, P.; CLAUDON, F; PILLEMONT, G.; RICHARD, L. (Col.). Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique.
Paris: Somogy, 1988, pp. 75-76.
PIERRE, J. L'Univers Surréaliste. Paris: Somogy, 1983, pp. 23, 263.
PRATHER, M. Paul Gauguin: a retrospective.New York: Charles F. Stuckey, Park Lane, 1985. 387p.: il., p. 82.
GIBSON, M. Symbolism: Figures du Moderne, 1905-1914. Cologne: Taschen, 1995. 255p.: il., p. 232.
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