BIOGRAFIA: WEBER, Karl Maria von (1786-1826).
O músico alemão nasceu em Eutin (Oldenburg), e faleceu prematuramente em Londres (Inglaterra). Na terra de seu primo-irmão, Wolfgang Amadeus Mozart, Weber foi aluno de Michael Haydn (1737-1806), em Salsburgo (1796). Músico precoce, ele foi destinado por seu pai a carreira pianistica, e conseguiu alguns êxitos.Weber estudou com Kaucher em Viena e com o tenor alemão Giovanni Valesi (Johann Evangelist Wallishauser, 1735-1816), em Munique (1798).
O músico voltou a viver em Viena (1804) onde seu novo mestre foi o organista, mestre teórico e compositor, Georg Joseph Vogler (Abbé Vogler, 1749-1814). Weber obteve, por intermédio de seu mestre, o posto de Diretor de Orquestra do Teatro de Breslau. Desde este momento Weber dedicou-se, ao mesmo tempo, à composição e regência. Weber legou-nos grande número de composições; seu catálogo foi estabelecido bem depois de sua morte (Jähn, 1871), sendo resenhadas 308 obras completas e 60 obras fragmentadas, músicas dramáticas entre a dezena de músicas cantadas (Singspiele), além de três óperas, sendo uma cômica.
O compositor foi precoce, pois aos doze anos de idade escreveu O Poder do Amor e do Vinho [Die Macht der Liebe und des Weins] (1798), a qual seguiu-se A Jovem da Floresta [Das Waldmädchen] (1800), cujo grande sucesso surpreendeu ao próprio Weber. O músico compôs Rübezahl (1804), baseado no libreto com tema fantasmagórico de Rodhe, inspirado em lenda popular, obra em dois atos com cantos corais múltiplos apresentado por espíritos, gênios e ninfas.
Durante prolongado período Weber levou vida errante (1806-1816); ele viajou várias vezes para a Silésia, região remota na fronteira da Prússia, onde permaneceu a convite do Duque Eugênio de Wurtemberg. O artista visitou Stuttgart, Manheim e Praga; na capital tcheca Weber regeu a Orquestra do Teatro Alemão. Durante o primeiro período de sua carreira, Weber escreveu a ópera cômica Silvana (1810), designada como romântica, quando ele introduziu a pantomima na ação dramática. O músico compôs Abu-Hassam (1911), ópera em um ato, inspirada na Turquia.
Weber assumiu o cargo de diretor do Novo Teatro (Dresden, 1816) e, no ano seguinte casou-se com a cantora lírica Carolina Barndt. Weber compôs Preciosa (1920), quando baseou-se na literatura de Miguel de Cervantes e extraiu seus temas musicais de melodias espanholas. O músico compôs a ópera O Livre Atirador [Der Freischütz] (1821), bastante inspirada na alma alemã, revelando todos os matizes da arte popular através das explosões coletivas de alegria aliadas aos sentimentos mais românticos, música nacionalista por excelência, que obteve grande sucesso.
O músico compôs outra ópera, Euryanthe (1823), baseada na lenda francesa de Gerart de Nevers e a Bela e Virtuosa Euriant de Savoia [Gerart de Nevers et la belle et vertueuse Euriant de Savoie], transformada em versos através do libreto de Helmina von Chezy. A intriga permitiu a dúvida sobre a fidelidade de Euryanthe, que apareceu pela primeira vez como tema secreto, que Wagner utilizou posteriormente na sua ópera Lohengrin (1846-1848). O sucesso das duas óperas de Weber trouxeram a encomenda da terceira, baseada na lenda fantástica de Wieland: foi Obreron (1824-1826). A ópera foi apresentada no Teatro Covent Garden (Londres, 1826). Poucas semanas depois da estréia desta ópera o compositor, que havia contraído tuberculose, morreu na Inglaterra: posteriormente, suas cinzas foram transladadas para Dresden (1844).
Nas óperas Weber a abertura, de grande colorido orquestral, funcionava em oposição ao drama ao qual oferecia contraste, favorecendo o equilíbrio entre os valores musicais e dramáticos. O músico foi celebrado por Wagner, a quem Weber influenciou, que homenageou-o no seu livro Ópera e Drama (1852) a ele dedicado. Wagner, destacou o uso das melodias populares alemãs nas óperas de Weber, que conseguiram atingir o sentimento universal na obra musical construída através de melodias harmônicas. Foi na fase final da vida de Weber que as óperas e a Canção [Lied] alcançaram prestígio máximo, o apogeu na vida da sociedade alemã.
Weber foi o verdadeiro predecessor do drama Wagneriano e precursor do drama lírico. O músico tornou-se um dos mais audaciosos membros das vanguardas musicais de seu tempo, pioneiro na evolução da arte dramática e musical alemã. O músico das vanguardas alemãs Paul Hindermith, compôs em homenagem a Weber as Metamorfoses dos temas de Carl Maria von Weber, obra no repertório da orquestra Saint Mathis der Maler.
Devido às suas características românticas a música Convite à Valsa de Weber, foi escolhida por Sergey Diaghilev como base para a criação do balé O Espectro da Rosa [Le Spectre de la Rose] (Paris, 1911). O tema foi sugerido por Vaudoyer, amigo de Diaghilev e aceito com entusiasmo pelo grupo de colaboradores dos Ballets Russes (Paris, 1909-1929). Diaghilev encarregou Hector Berlioz da adaptação musical do tema de Weber.
O músico austríaco Gustav Mahler terminou a ópera Os Três Pintos [Die drei Pintos], de Weber (1887), apresentada com a orquestra sob a regência de Mahler no Teatro Municipal de Leipzig (20 jan., 1888). O mesmo compositor revisou Euryanthe, ópera de Weber, inclusive o texto (1902), que, no ano seguinte, apresentou (Viena, 19 jan., 1903). Mahler também revisou Oberon de Weber, inclusive o texto (c. 1906); a música foi publicada pela Editora Universal (1919).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
DICIONÁRIO. THOMPSON, K. A Dictionary of Twentieth-Century Composers:1911-1971. London: Farber & Farber, 1973. 666p., pp. 297, 300, 301.
DUFOURCQ, N. (Org.); ALAIN, O.; ANDRAL, M.: BAINES, A.; BIRKNER, G.; BRIDGMAN, N.; Mme. de CHAMBURE; CHARNASSÉ, H.; CORBIN, S.; AZEVEDO, L. H. C. de; DESAUTELS, A.; DEVOTO, D.; DUFOURQ, N.; FERCHAULT, G.: GAGNEPAIN, B.; GAUTHIER, A.; GÉRARD, Y. HALBREICH, H.; HELFFER, M.; HODEIR, A.; ROSTILAV, M.; HOFMANN, Z.; MACHABEY, A.; MARCEL-DUBOIS, C.; MILLIOT, S.; MONICHON, P.; RAUGEL, F.; RICCI, J.; ROUBERT, F.; ROSTAND, C.; ROUGET, G.; SANVOISIN, M.; SARTORI, C. SHILOAH, A.; STRICKER, R.: TOURTE, R.; TRAN VAN KHÊ, A. V., VERLET, C. VERNILLAT, F.; WIRSTA, A.; ZENATTI, A.
La Música: Los Hombres, Los Instrumentos, Las Obras. Barcelona: Planeta, 1976, pp. pp. 58, 66-67, 84-87, 89, 113-114, 121-122.pp. 38, 40-42.
SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p.: Il,.algumas color., 25 x 33 cm,
SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p.: Il,.algumas color., 25 x 33 cm,
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