BIOGRAFIA: DE CHIRICO, Giorgio (1888-1978).
Pintor italiano que nasceu em Volos, na Tessália (Grécia), mas faleceu em Roma. Giorgio foi irmão mais velho de Andrea Alberto, artista plástico, escritor, crítico de arte, músico e compositor, que ficou conhecido na arte italiana como Savínio; ele nasceu em Atenas (Grécia) e morreu em Roma (Itália).
Na juventude Giorgio De Chirico foi admirador de Arnold Böcklin, Max Klinger, Shopenhauer e Friedrich Nietzsche: ele estudou na Escola de Belas Artes (Atenas) e na Academia de Artes (Munique, 1906-1909). De Chirico foi viver em Paris (1911), onde participou do grupo de intelectuais formado no ateliê do Bateau Lavoir (Paris, 1908-1912; v;), com Guillaume Apollinaire, Max Jacob e Pablo Picasso, que introduziram-no nas vanguardas francesas. Obras de De Chirico participaram do Salão dos Artistas Independentes (1914).
A I Guerra Mundial (I GM) mobilizou o artista, que serviu ao exercito italiano até ser hospitalizado com grave depressão nervosa, tendo sido instalado no leito hospitalar ao lado de Carlo Carrà (Ferrara, Itália, 1917). De Chirico desenvolveu com Carrà a teoria da dita, Pintura Metafisica (v. o Grupo da Pintura Metafísica), que, de certa forma, se opôs ao Futurismo italiano, substituindo o barulho do escândalo pelo silêncio contemplativo.
De Chirico criou a cenografia e figurinos para O Jarro [La Jarre] (1924), baseado no libreto do escritor italiano Luigi Pirandello, encenado pelos Balés Suecos [Ballets Suedois] (v.) companhia promovida por Rolf de Maré. Algumas fotografias dos cenários e figurinos se encontram publicadas (HAGER, 1986). O artista criou para os Balés Russos [Ballets Russes] (v.), da Cia. Teatral S. P. Diaghilev, a cenografia e figurinos para O Baile [Le Bal] (1929), com argumento e música de Carlo Rietti, coreografia de Georges Balanchine e a montagem supervisionada por Bóris Kochno, acessor de Sergey Diaghilev. O balé foi dançado por Anton Dolin como par de Alexandra. Danilova, nesse espetáculo que estreou em Monte Carlo (7 maio, 1928). Um desenho de traje e três fotografias posadas dos bailarinos se encontram reproduzidas (SHEAD, 1989: 166-169). De Chirico criou também a cenografia e figurinos para Baco e Ariadne [Bacchus et Ariadne] (1931); para a fantasia mitológica As Bacantes [Les Bacchantes] (1937); e para Proteus (1938), todos para os Balés do Teatro dos Campos Elísios, promovidos pelo Coronel de Basil; para A Lenda de José (1951), para o Balé do Teatro Scala, Milão; e para Don Quixote, apresentado no Festival de Florença (1953).
De Chirico participou das mostras Surrealistas com sua Pintura Metafisica, que ele desenvolveu com Carlo Carrà (Paris, 1924-), tendo esta fase de sua obra marcado a pintura no sèculo XX. O artista retornou mais tarde às formas Figurativas tradicionais, quando passou a requerer para sua pintura a influencia de Rafael e dos mestres clássicos venezianos, tornando sua arte imbuída de signos e simbologias, aspirando transcender aos meios plásticos.
Da primeira fase de sua obra De Chirico possue no acervo do MAC - USP a pintura representativa: O Enigma de Um Dia (1914, óleo/ tela, 83 cm x 130 cm), obra-prima da fase precurssora da Pintura Metafisica (v.). A reprodução da obra de De Chirico, O Enigma da Fatalidade ou Viagem Angustiante (1914), que pertence ao acervo do Kunstmuseum (Bâle, Suíça), se encontra reproduzida no catálogo da mostra da qual participou: André Breton, A Beleza Convulsiva, no MNAM – CGP (Paris, 1991). Uma das obras precurssoras de De Chirico, Piazza d'Italia (1912) se encontra reproduzida (GAUNT, 1993). Obra de De Chirico da mesma fase participou da Exposição do Surrealismo: A Praça (1914, óleo/ tela, 51,5 cm x 75,5 cm, no acervo do Museu de Arte Moderna, Buenos Aires, Argentina), no CCBB (Rio de Janeiro, 2001).
André Breton escolheu a obra de De Chirico, A Primavera (1914), para ilustrar seu livro, referência do movimento que ele liderou: O Surrrealismo e a Pintura [Le Surrealisme et la Peinture] (Paris, 1928. 1965). De Chirico publicou o livro fantástico, Hebdomeros (1929), acolhido com entusiasmo pelos Surrealistas; ele colaborou com Carlo Carrà, Savinio e Giorgio Morandi com artigos publicados na revista Valori Plastici (v. revistas detalhadas).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
BRETON, A. Le Surrealisme et la Peinture, Nouvelle ed., révue et corrigée. Paris: Gallimard.1928.1965, p. 61.
CATÁLOGO. BARBOSA, A. M. Catálogo Geral de Obras 1963-1993. São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Fundação Bienal, 1993, p. 107.
CATÁLOGO. BEAUMELLE, A. de La; MONOD-FONTAINE, I.; SCHWEISGUTH, C. André Breton: La Beauté Convulsive. Paris: MNAM - CGP, 1991, p. 139.
GIBSON, M. Duchamp Dada. Paris: N. E. F. Casterman, 1991. 263p.: il., p. 230.
HAGER, B. Les Ballets Suedois. Translated by Ruth Sharman. London: Thames and Hudson, 1990. 303p.: il., algumas color., pp. 236-243,294-295..
SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p. Il,.algumas color., 25 x 33 cm, pp.119, 167, 169, 170, 171.
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