HISTÓRIA DA ARTE EUROPÉIA DE VANGUARDA.
GRUPOS (ALEMÃES DA) SECESSÃO (1892-1933).
GRUPO (ALEMÃO DA) SECESSÃO: MUNIQUE [MÜNCHENER SEZESSION] (Munique, 1892-1905).
Destaques: Franz VON STUCK, Max LIEBERMANN, Arnold BÖCKLIN, Edvar MUNCH e Hilla REBAY.
A Secessão de Munique se formou na última década do século XIX (1892), período no qual predominava o Simbolismo europeu; cinco anos depois se formou a Secessão Vienense (1897-1913) e, um ano depois, a Secessão Berlinense (1898-1933).A Secessão de Munique surgiu no estúdio do pintor Josef Block como ramificação da Cooperativa de Artistas de Munique, emergindo das discussões no seio da Associação Geral da Cooperativa de Arte Alemã (fev., 1892). Um dos associados mais importantes, membro fundador da Secessão de Munique foi Franz von Stuck, professor da Academia de Belas Artes (1895-). Foram seus alunos Paul Klee, Wassily Kandinsky e Joseph Albers, que, por sua vez, foram professores na Bauhaus (Weimar, 1919-1925; Dessau, 1925-1929). Albers posteriormente emigrou, naturalizou-se americano e dirigiu a Faculdade da Montanha Negra (BMC- NC, Estados Unidos).
Foram fundadores da Secessão de Munique Hugo von Habermann (1º Presidente, 1892; 1904);Bruno Pighein (presidiu em 1892); Paul Hoecker (1º secretário). Robert Pöltzlberger (2º secretário). Mais de 100 artistas, pintores e escultores, se associaram, reunindo forças para prosseguirem nos seus caminhos pessoais. Pertenceram à Secessão de Munique os artistas Max Liebermann (1847-1935), Frederic Hodler (1853-1918), Max Klinger (1857-1920), Arnold Böcklin (1827-1901), Franz von Stuck (1863-1928), Edvar Münch (1863-1944), Herman Obrist (1863-1921), Otto Ekmann (1865-1902), August Endell (1871-1925) e Hilla Rebay (1890-1967), entre inúmeros outros, como Lovis Corinth, que posteriormente foi professor de Anita Malffatti; e Johann Carl Becker-Gundahl, Peter Behrens, Bernard Buttersack, Ludwig Dill, Friedrich Eckenfelder, Otto Hierl-Deronco, Adolf Hölzel, Albert Keller, Paul Wilhelm Keller-Reutlingen, Gotthardt Kuehl, Christian Landenberger, Hans Olde, Henry Reins, Hermann Schlittgen, Christian Speyer, Toni Stadler, Fritz Stroberntz, Wilhem Trübner, Fritz von Uhde, Frith Voellmy, Leopold von Kalckreuth, Wilhem Volz, Viktor Weishaupt, Sion L. Wenban, Heinrich Zügel, entre outros. Uma crise na Secessão de Munique permitiu a formação do grupo liderado por Alesandr Kanoldt e Wassily Kandinsky, da Nova Associação de Artistas de Munique [NKVM/ Neue Klünstervereinigung Münchner] (dez., 1909; v.).
GRUPO (ALEMÃO DA) SECESSÃO BERLINENSE [BERLIN SEZESSION] (Berlim, 1898-1933).
Destaques: BARLACH, Ernst, Kathe KOLLWITZ e Max PECHSTEIN.
A primeira associação de artistas chamada de Secessão [Sezession] se formou em Munique (1892-1905); depois se formou a Secessão Berlinense, a Secessão Vienense e a Secessão de Darmstadt, entre as mais destacadas. A cidade de Berlim foi das mais importantes no Império, sob o comando do último rei da Prússia, o Kaiser Wilhem II, que gostava de arte tradicional, mas cujo sistema social e político autorgava consideráveis recursos e liberdade aos diretores das principais instituições culturais, tanto que os museus da região adquiriram extensas coleções de arte francesa como as pinturas dos artistas Impressionistas.
O Grupo da Secessão Berlinense se transformou em sucesso sob a presidência de Max Liebermann. A Alemanha, antes da I Guerra Mundial, se encontrava em fase de grande prosperidade, nesses anos em que ocorreram bem poucas crises na arte, todas de pequena monta e duração. O grupo de artistas da Secessão Berlinense encontrou apoio junto ao escritor e crítico de arte Julius Meier-Graefe, do negociante de arte Paul Sheerbart e do editor e marchand Paul Cassirer, dinâmico homem de negócios que levou à cidade obras que ele adquiriu dos expoentes que se destacavam na arte francesa. Em uma das mostras da Secessão Berlinense foram apresentadas cinco pinturas de Vincent van Gogh; Cassirer expôs outras 19 obras do holandês na sua galeria de arte (dez., 1905), quando o diretor do principal museu alemão, a Galeria Nacional, Hugo von Tschudi, adquiriu cinco pinturas de V. Van Gogh para o acervo da instituição. A mostra citada da Secessão Berlinense itinerou a Dresden, onde influenciou a formação do primeiro movimento das vanguardas artísticas alemãs no século XX, a do Grupo (Internacional) da Ponte [Die Brücke]. A primeira participação em exposições de Paul Klee, que expôs suas obras em Berlim e Munique, foi na mostra coletiva, organizada pela associação de artistas, dita, Secessão Berlinense (1908).
A grande crise que ocorreu na Secessão Berlinense, formou a Nova Secessão Berlinense [Neue Berlin Sezession] (v.), que passou a fazer concorrência à anterior, que não encerrou suas atividades. A Nova Secessão terminou logo em nova crise, quando deu lugar a Livre Secessão Berlinense [Freie Berlin Sezession] (v.), que durou apenas dois anos (Berlim, 1913-1915).
GRUPO (ALEMÃO DA) SECESSÃO NOVA BERLINENSE [NEUE BERLIN SEZESSION] (Berlim, 1910-1913).
Destaques: KOLLWITZ, Kathe, Max BECKMANN e Karl SCHMIDT-ROTTLUFF.
Esse grupo resultou da primeira importante crise na associação de artistas, a dita, Secessão Berlinense (1898-1932), que, enquanto sob a presidência de Max Liebermann recusou 55 obras vanguardistas de Edvard Munch, oferecidas para exposição na mostra anual. A Secessão Berlinense recusou ainda 27 obras do Grupo da Ponte [Die Brücke], que foram viver em Berlim buscando maior abertura do mercado para suas obras. Foram recusadas obras de Wassily Kandinsky, Emil Nolde, Alfred Kubin e Alexei von Jawlensky, que, pouco depois, formaram o grupo do Cavaleiro Azul (Blaue Reiter, Munique, 1911-1913). A recusa das obras gerou a maior polêmica entre os artistas e os citados, entre os mais destacados participantes da Secessão Berlinense, se retiraram do grupo para formarem a Nova Secessão Berlinense (1910-1913).
Nessa crise da Secessão,uma das mais importantes revistas na época, a Pan, editada por Paul Sherbat e na qual Meier-Graeffe escrevia crítica de arte, apoiou Edvar Munch O evento gerou intensas discussões, que acabaram impulsionando as vanguardas para a formação de novos grupos. Foram os principais artistas que participaram da Nova Secessão Berlinense: Christian Rolfs, Frederic Hodler, Edvard Munch, Käthe Köllwitz, Emil Nolde, Ernst Barlach, Lyonel Feininger, Otto Müller, Karl Hofer, Heinrich Nauen, Eric Ludwig Kirchner, Eric Heckell, Max Beckman e Karl Schmidt-Rottluff, entre outros. Os dissidentes, que fundaram a Nova Secessão Berlinense (Neue Berlin Sezession, 1910-1913), organizaram a primeira mostra, dita, dos recusados, que ocorreu na Galeria Maeght (Berlim, maio – jul., 1910). Dois anos depois os artistas foram convidados para exporem obras na Sonnerbund (Colônia, 1912).
O primeiro presidente da Nova Secessão Berlinense foi Max Pechstein, que foi expulso do grupo quando ele provocou nova crise que determinou o fechamento dessa associação de artistas (1913). Na mesma época em que conviveu com as mostras organizadas pela Secessão Berlinense [Berlin Sezession], a concorrente, a Nova Secessão Berlinense [Neue Berlin Sezession], promoveu mostra anual. Pechstein enviou suas obras para a exposição no grupo rival, a Secessão Berlinense. Os artistas da Nova Secessão Berlinense viram nesse ato traição ao grupo, e debandaram da associação de artistas (1913). Os dissidentes se reagruparam e fundaram a dita, Livre Secessão Berlinense [Freie Berlin Sezession] (1913-1915).
Destaques: LIEBERMANN, Max, Max BECKMAN, Emil NOLDE e Erich BARLACH.
A associação de artistas dita, Secessão Livre [Freie Sezession] resultou da crise que ocorreu na Secessão Nova (Neue Sezession, Berlim, 1910-1913). O novo grupo contou com a importante presença de Max Beckmann, recentemente eleito para participar da Nova Secessão (1910), artista que se retirou dessa associação, aderindo ao novo grupo, quando se tornou um dos líderes da Secessão Livre. Outro artista berlinense, Otto Nagel (1894-1967), também se associou ao Grupo da Secessão Livre: posteriormente ele fundou o Grupo de Ajuda aos Artistas.
Quando Max Pechstein publicou na revista Pan sua crítica arrazadora â Arte Abstrata, o episódio resultou em muita polêmica, especialmente com Franz Marc e com o Grupo do Cavaleiro Azul (Blaue Reiter, Munique - Berlim, 1911-1913). A primeira aquarela Abstrata foi criada por Wassily Kandinsky (1909), que se filiuou à Nova Secessão, mas não aderiu à Secessão Livre pois nessa época ele criou seu próprio Grupo do Cavaleiro Azul (v.). Os principais artistas que participaram da Secessão Livre (Freie Sezession), organizadora da Mostra Sem Júri (Juryfreier Kunstchau, Berlim, 1913) foram: Max Liebermann, Kathe Kollwitz, Emil Nolde, Ernst Barlach, Lyonel Feininger, Otto Müller, Erich Ludwig Kirchner, Erich Heckell, Karl Schmidt-Rottluff e os citados M. Beckmann e Otto Nagel, além de Lasar Segall. Beckmann expôs individualmente na Galeria Paul Cassirer (Berlim, 1913). Obras do artista plástico Lasar Segall participaram da mostra da Secessão Livre: posteriormente ele viveu no Brasil, onde se naturalizou, e se transformou em expoente da vanguarda brasileira.
GRUPO (ALEMÃO DA) SECESSÃO: HANOVER.
Quem fez a diferença para o Grupo (Alemão) da Secessão: Hanover foi o professor Fritz Burger-Mühlfeld (1882-1969). Esse mestre renomado, por sua vez, foi aluno do conceituado Franz von Stuck na Academia de Munique, que, por sua vez, foi professor de Paul Klee (1879-1940) e Wassily Kandinsky (1866-1944). Durante décadas Burger-Mühlfeld ensinou na Werkkunstschule (Hanover, 1909-1947), onde artistas de várias gerações foram seus alunos. Foi Burger-Mühlfeld o fundador da associação de artistas conhecida como Secessão de Hanover: ele influenciou a formação do Grupo da Nova Objetividade em Hanover (v. 1925-1933).
GRUPO (ALEMÃO DA) SECESSÃO NOVA DE DRESDEN [DRESDNER NEUE SEZESSION GRUPPE] (Dresden, 1919-1922).
Destaques: SEGALL, Lasar, Otto DIX e C. FELIXMÜLLER e LOHSE-WÄCHTLER, Elfriede.
O grupo reuniu os artistas Peter August Backstiegel, Otto Dix, Conrad Felixmüller, Will Heckratt, Otto Griebel, Wilhem Lachnit, Constantin van Mische-Collande e Lasar Segall.
GRUPO (INTERNACIONAL) DA ESCOLA DE ARTE PALANX (Munique, Alemanha, 1901-1904).
A cidade de Munique, uma das cidades européias mais destacadas nas artes do Estilo Jovem (Jungendstil: Arte Nova ou Art Nouveau), abrigou o grupo liderado pelo artista russo Wassily Kandinsky (1866-1944), desde a fundação de sua escola de arte Palanx (1901-1904). O artista pertenceu ao grupo da Secessão de Munique (1892-; v. ); ele, posteriormente, formou o Grupo da Associação dos Novos Artistas de Munique (NKVM, 1905-; v.) e, alguns anos depois, fundou o Grupo (Internacional) do Cavaleiro Azul [Blaue Reiter] (1911-1913; v.), o mais destacado do Expressionismo alemão.
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SCRITT, S. Art Nouveau. London: Phaidon Press, 2000. 447p.: il.
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