segunda-feira, 6 de julho de 2015

BIOGRAFIA: MOORE, Henry (1898-1986).

BIOGRAFIA: MOORE, Henry (1898-1986). O artista inglês nasceu em Castleford (Yorkshire) e, no século XX ele se tornou um dos mais notáveis escultores das vanguardas internacionais. Moore estudou na Escola de Arte Leeds (1919-1920), mas recebeu bolsa de estudos para a Faculdade Real de Arte [Royal College of Art] (Londres, 1921-), quando passou à frequentar o Museu Britânico. Moore recebeu bolsa de viagem à França (Paris) e Itália (1925), quando ele se interessou pela escultura de Constantin Brancusi (1876-1957) e de Henri Gaudier-Brzeska (1899-1915). Moore assumiu o cargo de professor no Departamento de Escultura, da Faculdade Real de Arte (1924-1930) e realizou sua primeira mostra individual na Galeria Warren (Londres, 1928). Moore participou do Grupo Abstrato Sete e Cinco [The Seven and Five Abstract Group] (Londres, 1924-1935), que organizou 14 mostras coletivas de suas obras sendo a última marcante, por ter sido a primeira mostra da abstração inglesa, realizada na Galeria Zwemmer (Londres, outubro, 1935). Moore representou a Inglaterra na Bienal de Veneza (1930), juntamente com Sir Jacob Epstein (1880-1959) e John Skeaping (1901-1980). Moore se tornou o membro mais importante do dito, Segundo Grupo de Londres [Second London Group]. Moore participou igualmente do conhecido Grupo Unidade Um [Unit One] (1933-1934; v.). Foi Herbert Read (1893-1968) quem publicou o primeiro livro sobre o Grupo Unidade Um, bem como publicou a primeira monografia sobre a obra de Moore, além de organizar, juntamente com o Surrealista belga E.L.T. Mesens (Édouard-Léon-Théodore Mesens, 1903-1971) e Roland Penrose (1900-1984), a primeira Exposição Internacional do Surrealismo (Londres, 1936). Nessa importante mostra participaram as obras dos artistas do Grupo Unidade Um inclusive as esculturas de H. Moore. Várias das obras dos mais importantes artistas entre os Surrealistas ingleses e outros, participaram do 1º Salão de Maio: organizado por Flávio de Carvalho (1899-1973), esse salão estabeleceu a primeira ponte cultural e artística entre o Brasil – Inglaterra (São Paulo, 1937). Moore esculpiu uma série de figuras com barbante, inspiradas nos modelos matemáticos do Museu de Ciência (Londres, 1937); dois anos depois ele realizou sua primeira litogravura (1939). Moore não foi artista profundamente envolvido com o Surrealismo, mas suas obras foram imbuídas de certo espírito surrealista representado pelo automatismo de seu desenho e por sua ação escultórica livre, na qual fluíram vários aspectos bastante eróticos de sua personalidade. A escultura de Moore foi espontânea, tanto mais Surrealista quando mais inconsciente sendo que a obra de Moore A Figura Reclinada [The Reclining Figure] (1929, pedra Corsehill), apresentou aspectos hermafroditas (SYLVESTER, 1978). Várias dessas obras de Moore estiveram no Brasil pela primeira vez, exibidas na II Bienal Internacional, ocasião em que Henry Moore recebeu o Grande Prêmio Internacional de Escultura (São Paulo, 1953). Anteriormente o artista viajou para Nova York, quando acompanhou mostra retrospectiva itinerante, inaugurada no MoMa (1946); dois anos depois ele viajou para Veneza, quando inaugurou sua mostra individual no Pavilhão Britânico da XXIV Bienal de Veneza, quando recebeu o Prêmio Internacional de Escultura (1948). As obras de Moore passaram por fase (1922-1932) influenciada por Pablo Picasso; o artista atingiu a pura Abstração escultórica (1938), mas voltou à Figuração (1940). Desde o início da década de 1930 Moore se tornou professor da Faculdade Real de Arte, mas o artista demitiu-se, quando passou a chefiar o novo Departamento de Escultura da Escola de Arte Chelsea (1931). Desde meados da década as esculturas de Moore alcançavam tamanhos crescentes, quando passaram a ornamentar as estações do metrô de Londres; o artista trabalhou com maquetes e esboços tridimensionais, reduzidos em escala. Durante a Segunda Guerra Mundial Moore foi convidado para trabalhar para o Comitê dos Artistas de Guerra; ele organizou seu novo estúdio em Perry Green (Hertfordshire, 1940). No ano seguinte Moore se tornou curador da Galeria Tate (1941), e, no final da década, o artista recebeu o Prêmio Internacional de Escultura na XXIV Bienal de Veneza (1948). Na II Bienal Internacional (São Paulo, 1953), organizada pelo British Council da representação inglesa a Sala Especial Henry Moore, que além de 29 esculturas expôs 40 desenhos do artista, quase todos combinando uso de várias técnicas como tinta, lápis, cera, giz e aquarela. Moore tinha alcançado o prestígio de escultor inglês reconhecido internacionalmente; foi Herbert Read quem assinou o texto, no catálogo da representação da Grã-Bretanha (São Paulo, 1953) (v. Bienal de São Paulo, 1953). No período da Segunda Guerra Mundial, durante o bombardeio alemão à Londres, o estúdio de Moore foi destruído (1940); neste mesmo ano ele iniciou sua série de desenhos e gravuras com tema Abrigo, figuras que se refugiavam no metrô londrino. A obra Perspectiva do Abrigo do Metrô, 1941 - página do Caderno Abrigo Grande (1940, lápis, crayon de cera, crayon colorido e aquarela - 29,1 x 23,8 cm, na coleção da Fundação Henry Moore), esteve em exposição na grande mostra Henry Moore, Brasil 2005, Uma Retrospectiva, comemorativa do I Centenário da Pinacoteca do Estado de São Paulo. A monumental mostra reuniu obras escultóricas de grande porte como Oval com Pontas (1968-1970, bronze, altura 332 cm), na sua maioria vindas do acervo da Fundação Henry Moore. Foram expostas pequenas maquetes como Três Pontas (ferro fundido, 20 cm), apresentadas entre outras esculturas monumentais como Rei e Rainha [King and Queen] (bronze, 1952- 1953); Guerreiros Gostor [Gostor Warriors](bronze, 1973-1974); Quatro Figuras Grandes Reclinadas [Large Four Piece Reclining Figures] (bronze, 1972-1973) e Mãe e Bebê Drapeada Reclinada [Draped Reclining Mother and Baby] (bronze, 1983), entre inúmeras outras obras como Mãe e Filho [Mother and Child], abstração em mármore rosa aurora (1967); a outra Figura Drapeada Reclinada [Draped Reclined Figure](mármore travertino, 1978); Mãe e filho [Mother and Child] (estalactite, 1978); Cabeça e Bola (alabastro de Cumberland, 1934), entre inúmeras outras esculturas, bem como desenhos, quase todos em técnicas mistas (nanquim, giz de cera, aquarela), gravuras (xilogravuras, gravura em metal, água tinta, ponta-seca e serigrafias). Podemos ver pela descrição dos materiais e meios técnicos empregados nas obras de Moore, que ele trabalhou com grande diversidade de materiais, com vários tipos de mármores e granitos com pedra Corsehill e alabastro de Cumberland, bronze fundido, ferro e barbante. A extraordinária retrospectiva, patrocinada pelo British Council, Cultura Inglesa, Fundação Henry Moore e Banco Bradesco destacou todos os grandes temas tratados por Moore. A exposição apresentou em ordem cronológica todos os aspectos da produção do artista, representada por esculturas bi e tridimensionais como suas figuras reclinadas, com formas orgânicas, elmos, figuras externas - internas, guerreiros, figuras em pé, deitadas, figuras masculinas e de animais, obras reunidas da produção de várias décadas (1922-1985). Esta mostra inesquecível permaneceu dois meses na Pinacoteca do Estado de São Paulo (12 abril - 12 junho, 2005). Moore criou a Fundação Henry Moore em Much Hadham (Inglaterra, 1977). A rainha Elizabeth II inaugurou a Galeria de Escultura Henry Moore e Centro de Estudos para Escultura, na Galeria de Arte Cidade de Leeds (1982). Poucos anos depois Moore faleceu em Perry Green, Condado de Hertfordshire (31 agosto, 1986). Henry Moore deixou uma das mais fantásticas obras escultóricas das vanguardas artísticas do século XX: ao mesmo tempo monumental - gigantesca ou em pequena escala - sempre permaneceu intimista. Cada obra de Moore, de qualquer dimensão, contém as grandes qualidades do artista, de harmonia aliada ao vigor plástico, no esplendor de sua beleza impositiva, expressão de arte maior, transcendental, que transformou Moore em um dos principais ícones da arte mundial. A escultura de Moore Figura Reclinada em Duas Peças (1969-1970, bronze, 71 cm x 118,5 cm x 65 cm), se encontra no acervo do MAC – USP (São Paulo, Brasil); a sua obra Rei e Rainha [King and Queen] (1952-1953, h = 170 cm), está instalada no jardim do Museu de Middleheim (Antuérpia) e se encontra com sua fotografia reproduzida (LUCIE-SMITH, 1977); sua obra Três Anéis em Mármore (1966), se encontra reproduzida (RAGON, 1992). Uma das esculturas da série das Figuras Reclinadas [Reclining Figure] (1965) de Moore foi instalada no Lincoln Center (Nova York), e fotografia do artista junto a esta sua obra se encontra reproduzida (RAGON, 1992). Varias obras de Moore foram colocadas em espaços públicos e outras integram os acervos dos mais importantes museus ingleses, como o Grupo Familiar [Family Group] (bronze, 152 cm x 116 cm x 76 cm), na Galeria Tate (Londres). Moore publicou o livro Sobre a Escultura [On Sculpture]. REFERÊNCIAS SELECIONADAS: CATÁLOGO. ADES, D. Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978. 475p.: il., p. 17. CATÁLOGO. BARBOSA, A. M. Catálogo Geral de Obras 1963-1993. São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Fundação Bienal, 1993, p. 325. CATÁLOGO GERAL. II Bienal do Museu de Arte Moderna. São Paulo: EDIAM, 1ª ed., dez., 1953, pp. 231-233 CATÁLOGO. SIGEAN, F-L-R. Henry Moore on Sculpture. Hanover: Trust Leeds - Kunstverein Hannover, 1997. FOLHETO Henry Moore Brasil 2005, Uma Retrospectiva. I Centenário da Pinacoteca, São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, abr. – jun., 2005 LUCIE-SMITH, E. Art Today. Oxford: Phaidon Press, 1977. 417p.: il., retrs., p. 351. NÉRET, G. 30 ans d'art moderne: peintres et sculpteurs. Fribourg: Office du livre, 1988. 248p.: il., pp. 122, 238. PIERRE, J. L'Univers Surréaliste. Paris: Éditions d'Art Aimery Somogy, 1983, p. 320. RAGON, M..Journal de l´Art Abstrait. Genève: Skira, 1992. 163p: il., pp. 51, 107. TESCH, J.; HOLLMANN, J. Icons of Art: the 20th Century. New York: Ekhardt Hollman, Prestel, 1997. 216p.: il., p. 82.

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