BIOGRAFIA: CORINTH, Lovis; Franz Heinrich Lovis Corinth (1858-1925).
O artista nasceu em Tapiau (Prússia), mas morreu na Holanda. Corinth estudou pintura em Konigsberg (1876-1880), em Munique (1880-1882), em Antuerpia (Bélgica) e em Paris (França, 1884-1886). Na capital francesa Corinth tornou-se bem resistente ao estilo acadêmico de seu mestre Adolphe Wilhem Bougereau (1825-1905). Corinth não foi influenciado pela arte do Grupo dos Impressionistas, que representava a vanguarda mais atuante na época, mas sim pela arte naturalista de Wilhem Leibl (1844-1900), discípulo Verista (v.) de Gustave Courbet (1819-1877).
Corinth voltou a Alemanha e viveu em Berlim (1887-1888) e depois em Königsberg; mais tarde, o artista voltou a viver em Munique (1891). Corinth adotou como temas principais de suas obras os retratos, as paisagens que pintou ao ar livre, as composições com figuras e as pinturas com temas bem pesados, que realizou nos matadouros, as casas de abate de gado. Corinth se encontrou com Walter Leistikow (1865-1908) e Max Liebermann (1847-1935), este então presidente da associação de artistas conhecida como Secessão Berlinense (v. Grupo da Secessão Berlinense) que incentivaram o artista a voltar a viver em Berlim. Corinth tornou-se membro do comitê organizador da associação de artistas; ele logo tornou-se conhecido por seus retratos e organizou a sua Escola de Arte. Corinth se casou (1903), com Charlotte Berend, a primeira aluna de sua escola. Uma de suas alunas (1910-1913) foi a pintora brasileira Anita Malfatti (1896-1964).
Depois dos 50 anos de idade, Corinth sofreu um enfarte (1908), do qual nunca se recobrou completamente: uma das consequências foi a paralisia parcial do lado esquerdo do corpo. Apesar de suas limitações físicas, Corinth voltou a pintar (1912) e a lecionar (1913). Nos anos que se seguiram o artista viajou inúmeras vezes para a Itália, França e Suíça, fixando-se depois, acompanhado de sua família em Walchensee (Alemanha). No entanto, Corinth foi afetado por crescente debilidade física, agora atingindo seu lado direito; sua pintura tranformou-se, tornou-se extremamente pastosa nas cores e modernizou-se, voltando a mostrar expressivas características marcantes em seus primeiros períodos, como nas paisagens que ele produziu em Walchensee.
No ano de sua morte Corinth pintou sua impressionante obra Ecce Homo (1924); o artista morreu na Holanda, para onde viajou para ver as pinturas de Rembrandt van Rijn (1606-1669) e Frans Hals (1582-1666). Os nazistas condenaram as obras do vanguardista Corinth como Arte Degenerada (sic) [Entartete Kunst] (1937-1938). O artista felizmente não estava vivo para sofrer esta humilhação. Corinth deixou vários livros publicados (1910-1926) e sua obra O Walchensee com Pradaria Amarela (1921, 70 cm x 85 cm, na Neue Pinakothek, Munique), se encontra reproduzida (BREUILLE, 1993).
Obras de Corinth participaram da mostra Gravura Expressionista Alemã (São Paulo, 1977), realizada no Museu Lasar Segall; se encontram reproduzidas no catálogo as obras gravadas na técnica de água-forte, Procissão de Bacantes (sd, 32,5 cm x 48 cm); Velório (sd, 33 cm x 48 cm); O Vencedor (sd, 47,5 cm x 33 cm); e Crucificação (sd, 47 cm x 33 cm).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
DICIONÁRIO. CHAMBERS, Biographical Dictionary. Lovis Corinth. London: Melanie Parry Ed., Chambers - Hanap, 1997, p. 444
CATÁLOGO. Gravura Expressionista Alemã. São Paulo: Museu Lasar Segall, 1977
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