domingo, 17 de março de 2013


 
HISTÓRIA DO PÓS-IMPRESSIONISMO EUROPEU: O
GRUPO (BELGA) NEO-IMPRESSIONISTA OU PÓS-IMPRESSIONISTA; O GRUPO (BELGA) DA SOCIEDADE (INTERNACIONAL) DOS XX [SOCIÉTÉ LES XX] OU GRUPO DOS XX (Bruxelas, Bélgica, 1885-1894); v. MAUS, Octave e Ferdinand KHNOPFF.  

 

O advogado Octave Maus foi quem organizou as mostras do grupo, que, no final do século XIXinseriu a Bélgica como local importante na história das vanguardas artísticas européias. O Grupo dos XX foi muito influente na vida cultural belga, em um momento de grande progresso no país: foram promovidos concertos de música clássica, palestras de Émile Verhaeren e Catule Mendès, bem como a exposição anual de Artes Plásticas, que abriu as portas para as vanguardas européias, principalmente as francesas, para divulgação na Bélgica.



A Sociedade dos XX publicou a revista L´Art Moderne [A Arte Moderna], que se transformou em importante orgão de divulgação, não só deste grupo de artistas belgas, mas da arte das vanguardas européias em geral, pois publicou inúmeros artigos dos Simbolistas europeus. A crítica de arte da publicação foi exercida por expoentes intelectuais como Octave Mirbeau, Félix Fénéon, Jóris-Carl Huysmans e Émile Verhaeren. A revista publicou artigos de Villiers de l'Isle Adam, Catulle Mendés, Stephane Mallarmé, Gustave Kahn e Paul Verlaine, entre outros.


A Sociedade dos XX foi patrocinada por 20 associados na França e Bélgica, entre esees Charles Baudelaire (1964-1966), Edmond Piccard (1836-1924), Willy Finch (1854-1930), Théo van Rysselberghe (1862-1926), Ferdinand Khnopff (1858-1951) e Félicien Rops (1823-1941). Os mais famosos artistas plásticos e escritores belgas se reuniram para patrocinar as primeiras mostras da Sociedade dos XX, que enviou convites para os belgas James Ensor, Henry de Groux, Ferdinand Khnopff, Théo van Rysselberghe, Jan Toroop e Henri van de Velde, entre outros.


A importante mostra anual do Grupo dos XX convidou artistas emergentes europeus para expôrem suas obras na mostra belga, coincidentemente, à partir do último ano da realização das mostras do Impressionismo (1874-1885). Para a primeira mostra foram convidados artistas renomados europeus como James McNeill Whistler e Auguste Rodin (1884; v. Escultura). Obras dos Impressionistas compareceram na segunda exposição: pinturas de Claude Monet e Pierre Auguste Renoir (1886); no ano seguinte outros da mesma escola, como Berthe Morisot, Camille Pissarro e, pela primeira vez, o expoente pontilhista Georges Seurat (1887). Na mostra seguinte o desenhista do movimento, o francês Henri de Toulouse-Lautrec e o Pontilhista emergente Paul Signac (1888). A seguir convidaram Paul Cézanne e o dito, Príncipe dos sonhos Odilon Redon, novamente P. Renoir e os Pós-Impressionistas Signac e Seurat, o Impressionista Alfred Sisley, novamente H. de Toulouse-Lautrec e finalmente Vincent van Gogh, que, pela primeira vez, pode expôr dois de seus quadros (1889); novamente convidado na mostra seguinte V. van Gogh enviou dez pinturas (1890). A mostra dos XX promoveu a primeira retrospectiva da obra de Vincent van Gogh no ano seguinte ao passamento do artista (1891). No mesmo ano o grupo expôs obras de Paul Gauguin, Camille Pissarro e Georges Seurat. Na mostra seguinte o salão anual expôs obras de Mary Cassat, Maurice Denis, novamente pinturas de Henri de Toulouse-Lautrec e foi organizada a retrospectiva póstuma de Georges Seurat (1892). A Sociedade dos XX encerrou suas atividades logo depois dessa mostra, sendo substituído pelo Grupo da Estética Livre [La Libre Esthétique], que não alcançou o mesmo sucesso nem o prestígio do primeiro grupo. Devido a sua divulgação internacional recebida pela participação no Grupo dos XX, o movimento Pontilhista francês formou associação com ramificação belga (v. Escola de Saint-Clair).


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:


BOCOLA, S. The art of modernism: Art Culture and Society from Goya to the Present Day. Translated by Catherine Shelbert & Nicholas Levin. Edimburgh: Fiona Elliot. Munich: Prestel, 1999,

BONFANTI-WARREN, A. The Musée D'Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000. 320p., il., color. 25,5 x 36,5 cm.

CLAY, J. Modern Art, 1890-1918. London: Octopus, 1978. 320p., il.

CLAY, J. (Org.); HUYGUE, R. (Pref.) Impressionnisme. Paris: Librairie Hachette - Société d' Ëtudes et de Publications Economiques, 1973, pp. 46-47.


FAURE, E. A Arte Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1991. 481p.: il.,p. 120.


SERULLAZ, M. O Impressionismo. Tradução de Álvaro Cabral. Paris: Presses Universitaires de France, 1961. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1989. 121p., (Coleção Cultura Contemporânea, v. 13).


FRÉCHES, C.; FRÉCHES, J. Toulouse-Lautrec: les lumiéres de la nuit. Paris: Gallimard, 1993. 176p: il. color. (Découvertes Gallimard, v. 132).


HUNTER, S. Henri de Toulouse-Lautrec 1864-1901. New York: Sam Hunter, Harry N. Abrams, 1953. (The Pocket Library of Great Art).


HUISMANN, P; DORTU, M. G. Lautrec pour Lautrec. Barcelona: Blume, 1965. 1992.

PERDRILLAT, M. Seurat. Genève: Skira, 1990.

Nenhum comentário:

Postar um comentário