HISTÓRIA DO PÓS-IMPRESSIONISMO EUROPEU.
RÉVUE BLANCHE [REVISTA BRANCA].
A revista franco-belga foi fundada e editada por Paul Leclerq, Joé Hogge e August Jeunhomme, recebendo à princípio, orientação Naturalista e, depois, se transformou em porta-voz do Simbolismo, a vanguarda mais importante de sua época. Foram duas as cidades onde a Révue Blanche foi distribuída: Bruxelas, (1889-1903) e Paris (1889-1891). O secretário de redação foi Lucien Muhfeld: essa revista de tendência Anarquista, desempenhou papel muito importante na França e na Bélgica (1891-1900).
Na sua segunda fase a revista foi editada pelos irmãos Alexandre e Thadée Nathanson (1868-1951), sendo o último citado jornalista nascido na Bélgica que vivia em Paris. Os irmãos assumiram a filial francesa da Révue Blanche, que se tornou a principal publicação artística e literária de sua época, na qual suas páginas em branco foram preenchidas com arte, cultura, poesia e beleza. O escritório parisiense da revista foi dirigido por Félix Fénéon, jornalista, editor e crítico de arte das nascentes vanguardas francesas (Impressionismo e Pós-Impressionismo).
Colaboraram para a revista com desenhos e ilustrações, artistas do grupo dos Nabis [Profetas] como Pierre Bonnard, Édouard Vuillard, Maurice Denis, Xer-Xavier Roussel, Paul Ranson e Paul Sérusier, entre outros. A esposa de Natanson, Misia Godebska (v. Misia Sert, 1872-1950), recebeu artistas e intelectuais no salão de sua residência, onde promoveu eventos e recitais. A bela jovem se transformou na musa das vanguardas parisienses, celebrada por sua beleza e cultura, mecenas dos Balés Russos de seu amigo Sergey Diaghilev. Misia Sert estudou música e foi exímia pianista: várias de suas fotografias junto com seu primeiro marido Thadée Natanson e Henri de Toulouse-Lautrec, amigo de sua família que por ela foi apaixonado, se encontram publicadas (HUISMAN, 1965).
Nas páginas da Révue Blanche foram publicadas ilustrações de Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901), do artista suíço de Lausanne do grupo dos Nabis, Félix Vallotton (1865-1925), do holandês Jan Toorop (1858-1928), além de textos de Stéphane Mallarmé (1842-1898), Oscar Wilde e Marcel Proust (1871-1922), entre outros. A revista recebeu colaborações de toda a geração dos mais importantes escritores e poetas Simbolistas, como Gustave Kahn (1859-1936), Remy de Gourmont (1838-1905), Édouard Dujardin (1861-1949), de Francis Vielé-Griffin (1863-1937), e divulgou os escritos de Henryk Ibsen (1828-1906), Léon Tolstoi, August Strindberg e Knut Hamsun, entre outros escritores. A crítica musical esteve a cargo de Claude Debussy (1862-1918).
ENCICLOPÉDIA. CASSOU, J.; BRUNEL, P.; CLAUDON, F; PILLEMONT, G.; RICHARD, L. (Col.). Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique. Paris: Somogy, 1988, p. 276.
HUISMANN, P.; DORTU, M. G. Toulouse-Lautrec. Barcelona: Blume, 1992, p. 62.
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