segunda-feira, 8 de outubro de 2012

 
HISTÓRIA DO PÓS-IMPRESSIONISMO EUROPEU.
BIOGRAFIA: AURIER, Georges-Albert (1865-1892).


 
O poeta e escritor foi um dos fundadores do jornal de prestígio entre as vanguardsa francesas, o Mercure de France; ele nasceu em Chateauroux e faleceu em Paris. Aurier foi colaborador de outras publicações, revistas como La Forme [A Forma], Décadent [Decadente] e da Révue Indépendent [Revista Independente]. Aurier foi editor da revista Le Moderniste [O Modernista] e publicou o romance Veines [Veias]; suas obras póstumas foram reunidas por Remy de Gourmont, outro editor do Mercure de France, que publicou com seu prefácio um volume de poemas e diversos fragmentos inéditos do conjunto dos artigos de Aurier, principalmente sobre arte. Aurier teve o grande mérito de escrever o artigo que projetou Paul Gauguin (1848-1903) como pintor Simbolista (mar. 1891), bem como o jornal que publicou em capítulos o primeiro romance de Gauguin, Noa-Noa ilustrado com a série de xilogravuras do autor (1891).

Foi Aurier quem escreveu o primeiro artigo sobre Vincent van Gogh e, para o grupo, posteriormente denominado de Neo-Impressinista ou Pós-Impressionista, integrado por Gauguin, Bernard e Henri de Toulouse Lautrec, entre outros artistas modernos. Aurier abriu as portas do Grupo dos XX [Les XX], fundado pelo advogado Octave Maus, no qual os artistas residentes na França passaram a expor suas obras (Bruxelas, 1885-1893). Foi na mostra desse grupo que V. van Gogh comercializou o único quadro que vendeu em toda sua vida.

Aurier frequentava o mais eminente grupo de intelectuais Simbolistas, escritores e artistas das vanguardas francesas da arte, como Thadée Natanson, da alta sociedade francesa e proprietário da Révue Blanche [Revista Branca], publicada na Bélgica e durante curto período na França. Aurier destacou como Simbolistas os principais artistas de sua época como Odilon Redon, Pierre Puvis de Chavannes, Paul Sérusier, Gustave Moureau e Edouard Vuillard, entre outros como os belgas Henri de Groux, Wuillumsen, J. F. Henner e Eugène Carrière.

Nos seus artigos Aurier destacou que a verdadeira arte se apoiava mais sobre a imaginação do que sobre a técnica e o conhecimento; no seu artigo Um novo método crítico [Une nouvelle méthode critique] o jornalista reivindicou o novo misticismo, com a premonição da atrofia das faculdades mais nobres da alma e a volta da mais pura e simples animalidade, instando à reação na retomada do cultivo das faculdades intelectuais superiores da alma e do espírito.

Aurier morreu muito jovem, aos 27 anos de idade, de febre tifóide; foi grande perda para as vanguardas artísticas de sua época, pois foi um dos únicos intelectuais franceses dedicados ao estudo e à compreensão da arte das vanguardas. Poderoso editor e escritor, Aurier apoiou as vanguardas como bem poucos na sua época.

REFERÊNCIA SELECIONADA:

CASSOU, J.; BRUNEL, P.; CLAUDON, F; PILLEMONT, G.; RICHARD, L. (Col.).
Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique. Paris: Somogy, 1988, pp. 257-258.

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