HISTÓRIA DO PÓS-IMPRESSIONISMO EUROPEU.
BIOGRAFIA: HAAN, Jacob Isaac Meyer de (1852-1895).
Pintor holandês, Haan participou do movimento das vanguardas francesas do Sintetismo, organizado em torno de Paul Gauguin (1888-1889). Haan conheceu Théo Van Gogh, na casa de quem viveu durante um ano (1888-1889), antes de ser apresentado por ele a Paul Gauguin. Haan foi proprietário, em sociedade com seus irmãos, de fábrica de biscoitos; mas desejoso de dedicar sua vida a arte, ele cedeu sua parte na sociedade familiar em troca da renda mensal de 300 FF. Quando Haan conheceu Paul Gauguin ele propôs dividir sua renda com o artista, pagando deste modo as aulas de pintura de Gauguin. O artista francês, que estava em sérias dificuldades econômicas desde que abandonou sua rendosa profissão de corretor da Bolsa de Valores francesa, retirou-se da Pensão Gloanec, situada em Pont-Aven (França, 1888). Gauguin viajou na companhia de Haan e de seu discípulo Émile Bernard, para a vila de Le Pouldu, distante apenas 50 km, praia retirada situada na mesma região (Bretanha). Os artistas instalaram-se na pensão Buvette de La Plage, de Marie Henry; pouco tempo depois, outros artistas associaram-se ao grupo. Paul Sérusier (1864-1927), o massier, espécie de assistente do professor na Academia (Paris), cantava nos saraus musicais promovidos nas noites quentes de verão, com a participação dos amigos do grupo; sobreviveu o desenho da época, no qual Sérusier retratou Gauguin tocando acordeão, que encontra-se reproduzido (PRATHER, 1987).
A
pintura de Haan que mantinha estilo acadêmico, modernizou-se graças aos
ensinamentos de Gauguin: suas obras participaram da única mostra do Sintetismo, realizada no Café das Artes (Paris, 1889). A
exposição foi inaugurada com as pinturas vanguardistas pouco antes da Exposição Universal: mas a mostra
realizou-se em local inadequado, no
espaço cedido aos artistas simplesmente porque os espelhos que deveriam
ornamentar as paredes do novo café decorado no estilo Belle époque, não ficaram prontos à tempo da inauguração prevista.
A exposição não representou nenhum ganho para os artistas, que não conseguiram
sequer uma crítica publicada sobre a mostra. A reprodução do convite original
encontra-se publicada (FRÈCHES-THORY, 1990).
Gauguin
retratou Haan em uma de suas pinturas (1889); posteriormente Gauguin, retratou Meyer
de Haan como entidade demoníaca na obra Contos
Bárbaros (1902, óleo/ tela, 130 cm x 91,5 cm, no acervo do Museu Folkwang,
Essen, Alemanha; ALLEY, 1962, prancha XLVI). Essa pintura, retratando
duas modelos tahitianas foi realizada antes de Gauguin partir para as Ilhas Marquesas:
na jovem à direita ele referiu-se e homenageou Boticelli (v. imagem reproduzida abaixo).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
ALLEY, R. Gauguin.
Traduction française de C. de Longevialle. Paris: O.D.E.J., 1962, pp. 07-11, 96
e prancha XLVI.
FRÉCHES-THORY, C.: TERRASSE, A. Les Nabis.
Tours: Flammarion, 1990. 319p.: il., p. 20.
PRATHER, M. Paul Gauguin:
a retrospective. New York:
Charles F. Stuckey, Park Lane, 1985. 387p.: il., p. 82.
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