terça-feira, 15 de maio de 2012

SIMBOLISMO [SYMBOLISME]

 
 


SIMBOLISMO [SYMBOLISME](Europa, 1885-1905).
 
 
Destaques: Charles BAUDELAIRE, Auguste RODIN, Odilon RÉDON e Louis ROY.
 
 

O Simbolismo foi movimento lançado através de manifesto, assinado por Jean Moreás (1856-1910): sua divina decadência impregnou a arte e a sociedade de sua época. Este período floresceu nas obras literárias, bem como nas Artes Plásticas, comentado em artigos como do crítico Paul Bourget (Charles Joseph Paul Bourget, 1852-1936), divulgado na publicação dos irmãos Nathanson, La Revue Blanche [A Revista Branca] (6 jun., 1885; v. biografia de Misia Sert).

 
 
A revista Décadent [Decadente] (1886), promoveu ainda mais abertamente a noção acentuada do clima depressivo que impregnava a sociedade francesa. Esse ambiente de final de século foi expresso em alguns romances, legítimos exemplos do estilo Simbolista, como A Rebours, de Jóris-Karl Huysmans (Georg Huysmans, 1848-1907); Vício Supremo [Vice Suprême] de Sâr Péladan (Josephin Péladan, 1859-1918); e o Crepúsculo dos Deuses [Crépuscule des Dieux], de Elemir Bourges (1852-1925).
 
 

Charles Baudelaire (1821-1867) foi legítimo representante do Simbolismo, que marcou a época, influente na passagem dos séculos XIX-XX, bem como os escritores Stéphane Mallarmé (1842-1898), Paul Verlaine (1844-1896) e Jean Arthur Rimbaud (1854-1891). Os citados lançaram os alicerces do movimento, cuja forte presença invadiu, não só a Literatura, mas as Artes Gráficas e as Artes Plásticas francesas, alemãs e russas (v.). Na Literatura de outros paises como a inglesa, predominou o mesmo clima pesado com a publicação de o Retrato de Dorian Gray, obra-prima de Oscar Wilde (1854-1900); e, foram traduzidos na Europa os livros do italiano Gabrielle D'Annunzio (1873-1938).
 
 
 
Nas Artes Plásticas, quadros que prenunciaram o decadentismo europeu foram obras de Henri Fussli ou Fusseli (1741-1825), de Francisco de Goya (1746-1828) e William Blake (1757-1827); e, nas gerações que os sucederam se destacaram as obras dos europeus Arnold Böcklin (1827-1901), Ferdinand Knopff (1858-1921), James Ensor (1860-1949), Franz von Stuck (1863-1928), Henri de Groux (1867-1930) e Jean Delville (1867-1953), sem falar nos artistas russos como Ilia Repin (1844-1930) e Mikhail Vrubel (1856-1910), que participaram do Grupo dos Itinerantes (v., no blog: http://arterussaesovietica.blogspot.com), entre outros. Todos os citados estiveram direta ou indiretamente associados, ou foram precursores do Simbolismo.
 
 
 
Na França pertenceram informalmente ao movimento artistas plásticos como o pintor, escultor, gravador e escritor Paul Gauguin (1848-1903), o pintor e marchand de Gauguin, Daniel de Monfreid (1856-1929), e o dito, Príncipe dos Sonhos, o pintor Odilon Redon (1840-1916), bem como o escultor Auguste Rodin (1840-1917). Na França também se destacaram os poetas, escritores e editores Paul Valéry (1871-1945); André Gide (André Paul Guillaume Gide, 1869-1951), editor da Nouvelle Révue Française [Nova Revista Francesa] (NRF) e proprietário da editora Gallimard; poetas como Anna de Noailles (Anna Elizabeth de Brancovan, Condessa de Noailles, 1876-1933: v. biografia, abaixo); o escritor e teatrólogo Alfred Jarry (1873-1907), o escritor, poeta, editor e fotógrafo Pierre Louÿs (1870-1925), entre vários outros.
 
 
 
Alguns músicos e compositores participaram das reuniões do grupo dos Simbolistas como Claude Debussy (1862-1918), Maurice Ravel (1875-1937) e Arthur Honegger (1892-1955). Na década de 1920 o último músico citado, Honegger, pertenceu ao dito, Grupo dos Seis músicos franceses (v.): ele compôs a música para o balé Amphion e para a ópera Semíramis, ambos com libreto de Paul Valéry, na época eleito o melhor poeta francês.

 
Desde o final do século XIX movimento Simbolista se agrupou em torno de várias revistas parisienses. Os poderosos editores Simbolistas, especialmente o grupo do jornal Le Mercure de France [O Mercúrio da França], que foram influentes sobre o movimento artístico. Foi editor dessa importante publicação o escritor e crítico de arte Georges-Albert Aurier (1863-1892), que elevou Paul Gauguin à categoria de representante máximo dos pintores Simbolistas depois que o quadro, Visão do Sermão [Vision du Sermon] (Pont-Aven, 1888), participou da mostra internacional do dito, Grupo dos XX (Bruxelas, Bélgica,1884-1893; v.). Destaque para editores Louis Dumur, Léon-Paul Fargue, Louis Gallimard e os irmãos Remy e Rénard de Goncourt. Outra editora conhecida, Adriènne Monnier (1892-1955), foi proprietária da livraria parisiense frequentada pelos Simbolistas, e, bem mais tarde, por Oswald de Andrade (José Oswald de Sousa Andrade, 1890-1954), local onde o escritor brasileiro se encontrava com o poeta suíço Blaise Cendrars (Fréderic Sausser, 1887-1961). Outra personalidade foi a livreira Sylvia Beach, amiga íntima de Monier e proprietária da mais famosa livraria parisiense com títulos em inglês, a Shakespeare and Company, frequententada, entre outros, por Ernest Hemingway, e James Joyce, de quem ela foi a primeira a publicar Ulisses [Ulysses] (Paris, 1922).

 
O Simbolismo francês foi influenciado pelo grupo inglês da Irmandade dos Pré-Rafaelitas [The Pré-Raphaelite Brotherwood] (v.), integrado por Sir Edward Coley Burne-Jones (1833-1898), Dante Gabriel Rossetti (1828-1882), Sir John Everett Millais (1829-1896), e o principal ilustrador de revistas e publicações da época, Walter Crane (1845-1915). Na Bélgica foram expoentes na pintura Henry van de Velde (1863-1957), Hans von Marées (1832-1887) e Arnold Böcklin (1827-1901); no Drama, Maurice de Maeterlinck (Maurice Polydore Marie Bernad de Maeterlinck, 1862-1949), cujas peças foram encenadas por toda a Europa e, inclusive, no Brasil (Rio de Janeiro, direção de Ziembinsky).(LEVI, 1997)
 

Na Literatura austríaca Hugo von Hofmannsthal (Hugo Laurenz August Hofmann von Hofmannsthal, 1874-1929) e o considerado austríaco, o poeta e escritor Rainer Maria Rilke (René Karl Wilhelm Johan Josef Maria Rilke; Praga - Viena, 1875-1926); e a escritora Lou Andreas Salomé (Rússia - Viena, 1861-1937). Na Gravura Simbolista o alemão Max Klinger (1857-1920), e, posteriormente, Alfred Kubin (1877-1959). Na Noruega, o principal artista plástico Simbolista foi Edvar Munch (1863-1944).
 
 
 
 
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
 
 
 
FAXN, A. C. Dante Gabriel Rossetti. New York: Abeville, 1989.
 
 
 
GIBSON, M. Odilon Redon, 1840-1916: le Prince des Rêves. Cologne: Taschen, 1995. 96p. il.

 
 
GIBSON, M. Symbolism: Figures du Moderne, 1905-1914. Cologne: Taschen, 1995. 255p.: il.

 
 
HAMMACHER, A. M. Fantasy in Artaud Literature. Apud HAMMACHER, A. M. Phantoms of the imagination. Translated by Young Longhams and Plym Peters. New York: Harry N. Abrams, 1981. 364p.: il.
 
 
 
LEVI, C. História Visual do Teatro Brasileiro: Um Panorama do Século XX. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1997. 351p.: il. (História Visual).
 
 
PIERRE, J. L'Univers Symboliste: décadence, symbolisme et art nouveau. Paris: Éditions d'Art Aimery Somogy, 1991.

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